A Prometida Para O Alpha [Editando]

6 - Possesivo

   Fomos ao recreio, depois de duas aulas. Comprei uma limonada, na cantina, e peguei minha maçã verde. Como sempre. Me aproximei do pátio e vi a Meliza sentada numa mesa, no meio do pátio. Me sentei com ela e outros amigos nossos, ao redor dela. Eles conversavam a gargalhadas, e eu só escutava atentamente.
   Olhei sobre meu ombro para ver a mesa do fundão. Os amigos do Pedro conversavam, alguns enteados e outros com pequenos sorrisos. Em total eram 7, e sempre via só uma garota, entre eles.
Ela vestia igual que eles, de preto ou cinza, e seus cabelos branco-metálico, a deixavam com um visual mais madura, mas, rebelde. Era pálida ao contrário deles, com sua boca de batom vermelho pálido. Sem duvida ela era linda, é muito diferente as demais garotas que conheci no colégio.

   A olhava atenta quando de repente ela se virou pra mim. Me sobressaltei; ela me mirou com expressão séria, e ficou me encarando. Seus olhos se mergulhavam lentamente nos meus, fiquei imóvel sem conseguir desviar o olhar. Seus olhos cor mel, invadiam e procuram por dentro de mim.
Me virei pra frente bruscamente, nervosa, decide seguir escutando a conversa animada dos meus amigos, sem coragem para olhar atrás.
Esse grupo sempre estão tão juntos; uns não se separam dos outros, não conversam com quase ninguém em toda a semana que estiveram aqui, sempre se vestem da mesma cor, todos! E às vezes parece tão estranho, mas é como se sempre estivessem atentos a qualquer momento do Pedro. Sem perder-o de vista. Sempre estão atrás dele, até pelo menos um. São tão estranhos!
Apoio a cabeça numa mão tensa, e dou vários mordidas na minha maçã.

- O dia está tão lindo hoje, talvez a gente poderia ir pra à praia. - comenta uma das meninas, da minha mesa, Lara. - Estou precisando de um novo bronzeado.. Ter cor!
- Pois é! Amanhã seria perfeito, todo o dia! - sugeriu Júlia, arregalando os olhos com um sorrisão.
- Mas desta vezinha, não quero ser o único que tenha que comprar tudo!. - Bate da mesa, Luiz, brincando. O garoto mais simpático que já conheci em todo minha vida. - Vocês comem como vacas. Hein! A conta fica com zeros demais! - todos rimos, a gargalhadas. Até que chaga Santiago; minhas orelhas ficam quentes quando vejo sua expressão tão irritado. Ele se senta em nossa mesa, com pouca vontade quando me vê. Fica calado encarando suas mãos, sérios. As pessoas na mesa, o olham confuso mas não param com a conversa. Até que Luiz pergunta:
- E aí, Santiago! Porque essa cara?
   De repente, entra no refeitório Pedro. Caminha sério, intimidando, se dirigindo à sua mesa. Nem tinha percebido que ainda não estava aqui; fiquei tão concentrada na mirada intimidante da Sua Amiga.
   As pessoas no refeitório diminuem o som das suas conversas,bruscamente; fico rígida.
Pedro ao caminhar ao lado da nossa mesa, lança um olhar serio; com seus olhos pretos, como a noite, para as costas de Santiago. Este, nem se incomodou em virar a cabeça, pra olhar-o. Parece que sabia muito bem, em quem acabou de entrar. Meus olhos cravam a mirada nos do Pedro; ele olha pra mim, relaxando sua testa quando me vê, e depois vira sua cabeça para a sua mesa. Fico tensa, de repente. Porque Santiago veio tão irritado? Estava brigando com Pedro? Impossível. Porque faria isso? Encaro a mesa, tão concentrada, que quando levanto a cabeça vejo todas as miradas na minha direção. As encaro nervosa, até a de Meliza; que me olha confusa mas, com uma pisca de alegria no seu olhar pra mim. Mas, o que mais me incomodou foi à de Santi. Ele parece tão irritado, encarando meus olhos, mas percebi seu olhar sobre meu ombro. Estava encarando a mesa do Fundão.

Abaixo os olhos; olhando pra minhas mãos.
- O que ouve, Santiago? - diz a voz de Júlia, inesperadamente.
  De imediato, as miradas se dirigiram para Santi. Ele abri um sorrisinho, frustrado.
- Parece que Bianca se fez amiga dos novos... - responde ele, com o tom de voz burlão mas trêmulo e rígido
  Me paralisei; incrédula. De novo as miradas se dirigiram na minha direção. Os rostos deles, pareciam entre confusos e incrédulos. Não tive coragem de levantar os olhos, com a resposta tão original de Santiago.
  - Eu gosto de fazer amigos novos. - digo, tentando seguir o joguinho de Santiago. Mas, minha voz saiu como um murmuro.
  - Como? Os Estranhos? - a voz de Lara soou pasma.
- Poderíamos não usar apelidos absurdos.. - falei irritada. Levanto os olhos, e vejo todos eles olhando pra mim atentamente, mas a Meliza parece se estar divertindo quando olha pra mim. Tem a cabeça apoiada numa mão, e mexe os lábios falando: "Eu te dize, amiguinha dos estranhos."
Olho feio pra ela, que me lança um sorrisinho.
- Mas, porque você está assim? Ele te disse alguma coisa? - perguntou Júlia a Santiago.
Ele me encara com seus olhos castanhos:
- Hmm... Disse... - gagueja ele - ...ele não disse nada.
O olhei confusa. Mas, ele encarava suas mãos. Todos trocamos olhares, sem se convencer da resposta, mas, não tocaram mais no assunto. A mesa seguiu com sua conversa aos poucos, sem mim e Santiago.