Capítulo 4

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O calor do Rio me atingiu em cheio quando desci do avião. O motorista que trabalhava com meu irmão aqui no Brasil já me esperava:
- Ruan, que bom te ver.
- Bom é ver a senhorita. Manu está preparando seu almoço.
- Saudades dela. Cuidou de nós quando eu e Dan éramos pequenos.
A casa de Dan era incrível,  grande e muito espaçosa. Manu me esperava na entrada.
Era uma senhora de longos cabelos escuros, meio grisalhos e soltos. A pele clara e olhos azuis. A abracei:
- Olá,  querida. Que saudades.
- Manu! Senti saudades também.
- Seu português melhorou, querida.
- Tenho praticado. - respondi rindo.
Entramos para dentro, conversando e logo me instalei no quarto principal. Vários vizinhos saíram para fora, curiosos. Porém, me mantive dentro de casa. Os dias passaram sem que eu usasse algum meio de comunicação ou saísse de casa. Passei meses assim. Finalmente, tomei coragem para botar minha cara no sol, dois dias antes do Natal. Tomei um banho, caprichei na maquiagem e vesti um tubinho preto e escarpin vermelho.

- Manu! Estou saindo. Vou levar o carro.
- Não quer que Ruan te leve?
- Não,  obrigada. Nunca bebi demais.
Ter bebido demais fez Kayke entrar na minha vida. Nunca mais beberia tanto. Além disso, estava com 23 anos. A época de fazer besteiras já havia passado.
  Fui para um pequeno pub à beira da praia de Copacabana. No primeiro andar, funcionava um bar e estava cheio de velhos bêbados; o segundo, era uma boate e no terceiro, tinha o andar vip da boate. Entrei na boate e fui direto para o bar. Pedi uma taça de Prosseco e alguns aperitivos. A música que tocava me fazia dançar e mesmo que eu não quisesse, deixava meu corpo fluir na batida eletrônica. Paguei muito pouco para ir à área vip, mas não tinha muita diferença, então decidi cair fora. Fui caminhar na praia.

Tirei os saltos e me deixei sentir o vento fresco nos cabelos e a areia ainda quentinha nos pés. O mar estava lindo, com o reflexo de uma lua cheia e dourada. Ali, na praia, tinha bastante gente: deitados  na areia ou até na água salgada, se refrescando do calor sufocante. Coloquei meus pertences na areia e entrei na água. Estava uma delicia, e mergulhei várias vezes.
  Uma moça se aproximou:
- Aqui, não entramos de roupa no mar. - ela comentou, rindo.
  Tirei o vestido e continuei a mergulhar ao lado dela:
- Sou Arine Torres. E você?
- Kassie Santana.
- San...tána? - tentei falar, me enrolando no idioma.
- Santana. - ela me corrigiu, rindo.
Conversamos bastante e depois, dei uma carona pra ela. Quando cheguei, Manu estava com Dan ao telefone:
- Oi, Dan. Como você está?
- Bem. A Manu disse que saiu. Fiquei preocupado.
- Não fique. Caminhei na praia e dei uns mergulhos. Muito bom.
- Fico feliz que esteja gostando. Quero dar esta casa para você.
- O que?! Não. Posso saber porque quer se livrar dela?
- Nem gosto dessa casa. Foi um erro compra-la.
- Mas ela é linda.
- Vou resolver com teu advogado então. Ok, princesa?
- Claro, amor.
Tomei um banho frio e me joguei na cama para descansar.... As imagens da praia iluminada pela lua, o mar, ficaram gravadas em minha mente... E assim, adormeci.






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