A Procura de Evidências

Capitulo 10

Se passaram dias e dias, Adam ia quase todos os dias na "cela" de Cheryl para tentar tirar alguma coisa dela ou apenas lhe fazer companhia, mas ela não lhe respondia e nem fazia nada.
Ela é acordada com gritos, seu coração acelera achou que Thomas havia ido salva-la novamente, porém suas esperanças foram embora quando Adam e um homem de meia idade invadem o quarto aos berros.

- Cheryl, esse é meu tia Connor.- Adam diz mais calmo.

- Olá, só estamos aqui para avisar que eu estou no comando agora, Adam não mandara mais em nada, a última palavra é minha.- Ele estala os dedos e dois homens entram no quarto, um deles com uma seringa na mão.

- O que vocês vão fazer ?- Cheryl pergunta em desespero.

Connor faz um sinal com a cabeça, os dois homens se aproximam dela, um deles a segura e o outro injeta o liquido que havia dentro da seringa, tudo começou a girar e Cheryl senti seu corpo pesar uma tonelada. Ela cai e começa a ver tudo embaçado.

"Que é merda essa ?"

-Isso é um sedativo para impedir você de matar mais da minha gente !- Ele diz e Cheryl apaga.

Cheryl já não sabia quanto tempo estava ali sem comida e sem água, nem mesmo a luz do sol ela via, a porta só era aberta quando iam seda-la, Cheryl estava em estado catatônico não tinha forças para nada, apenas ficava em um canto, a porta foi aberta e Cheryl nada fez, do jeito que estava ficou, de olhos fechados com os braços em volta das pernas e com a respiração fraca, sentiu seu corpo ser levantado e ser levado para fora.

- Como ela esta ?- Cheryl escutou alguém perguntar, mas não tinha forças para saber quem era.

- Ela vai ficar bem, se quisessem mata-la dava logo um tiro em sua cabeça ! Deixar um mês sem se alimentar é crueldade demais, ela não sabia de nada.- Escutou uma mulher dizer e sentiu uma mao em seu pulso.- Os batimentos voltaram ao normal, ela só precisa de nutrientes e de repouso.

A mulher sai do quarto e Cheryl abre os olhos, Adam quando vê que ela acordou vai parar perto dela porém ela lhe vira as costas.

- E-Eu te trouxe para cá porque... É...- Ele não conseguia terminar de falar, ele mesmo ia seda-la, tentava provoca-la e até mesmo a desamarrou, mas Cheryl nada fez, apenas ficava ali vegetando.

- Apenas me deixe aqui para morrer logo, ou melhor, me mata logo, atire bem aqui.- Ela diz apontando do lado de sua cabeça.

- Não posso! Do que me adianta se você estiver morta ? Você vai ficar aqui para a vida toda, você é minha !- Ele diz fazendo o estômago de Cheryl revirar.

- Onde esta Tommy ? - Ela pergunta praticamente sussurrando.

- Esta preso, e vai ficar assim até o ultimo suspiro pra pagar o que roubou de mim.- Ele se levanta e vai até a porta. - Vou te trazer comida, já volto.

Ele sai do quarto e a tranca por fora, não demora muito para Cheryl escutar baterem na porta, Adam aparece com uma bandeja com comida e água, coloca em cima da cama mas Cheryl nem se mexe.

- Não vais comer ?- Ele diz indo até ela.

- Eu passei um mês sem me alimentar ou bebe um gole de água, sendo sedada todos os dias! Te surpreende eu não conseguir comer ou até mesmo me movimentar? - Ela pergunta se virando pra ele e o olhando com uma sombrancelha levantada.

- Quer morrer ?- Ele a ajuda sentar na cama e a segura para ela não voltar a se deitar.

- Um dia a mais, um dia a menos não importa!- Ela da de ombros e começa a observar o quarto, este é diferente, mais limpo e organizado.- Que quarto é este ?

- É meu quarto.

- Por que ? Não tinha outro, tinha que ser o seu, por que não me deixou morrer lá ?

- Do que me adianta te ter sem ter condições de fazer nada ? Você vai ficar sobre a minha supervisão e se tentar alguma gracinha quem vai sofrer é Thomas.

- Não me importo com ele, quero que ele se foda !- Ela realmente não se importava com Thomas, ele e a mãe fizeram a vida de Cheryl um inferno, por que fosse por conta deles os pais dela ainda estariam com ela.

- Ah então, não queria apelar pelo lado familiar...

- Não encoste um dedo neles ! - Cheryl apenas ergue a voz, ele a solta e ela encosta na cabeceira da cama.

- Então ouse fazer alguma coisa que seus "paizinhos" vão sofrer. - Adam a ameaça.

   Agora Cheryl estava em um beco sem saída, não podia fazer nada, se saísse dali seus pais morreriam e se ficasse iria se tornar escrava dele.

- Apenas não use o sedativo outra vez, não sei como não morri.- Cheryl diz pegando o sanduíche e o come de uma vez.

- Ok, não irei sedala novamente, mas você ficara nesse quarto o tempo todo.  O banheiro fica aqui dentro, a comida será trazida por mim e roupas serão providenciadas .

- Pra que tudo isso ? Não é possível que valho que não...

   Cheryl não teve tempo de terminar de falar, colocou tudo para fora, vomitando o chão do quarto, o sanduíche era pesado demais para alguém que ficou um mês sem comer nada. Adam a leva para o banheiro e ela termina de vomitar, ele ajuda Cheryl entrar na banheira e tira sua blusa.

- Não quer tirar o short ?- Ele a pergunta e ela nega envolvendo os joelhos com os braços.

   Ele abre o registro para encher a banheira, já com a banheira cheia Cheryl se encosta na cerâmica fria e fecha os olhos, sente a água molhar seu corpo e seus cabelos a ânsia vai passando aos poucos e Cheryl se sente aliviada por aquilo passar. Ela fica alguns minutos de olhos fechados com a esperança de ficar sozinha mas ainda sente a presença de Adam junto a si, ela abre apenas um olho e sim ele ainda esta lá.

- Eu poderia ficar sozinha por favor ? Se quiser trancar a porta do banheiro tranquilo.- Ela pedi e ele a olha com preocupação.

- tem certeza disso ? E se desmaiar ? Você ta muito fraca.- Ele pergunta e ela não responde.- Ok, vou ficar no quarto qualquer coisa me chame.

   Ele a deixa sozinha, ela suspira e senti vontade de chorar, olha para suas mãos e estavam muito magras, suas pernas não tinham mais as mesmas larguras de antes, estava decadente, sentia raiva de si mesma por não ter feito nada, por não ter reagido, por não ter salvo Will.
   Quando as lembranças de Will com ela voltam, ela chora, a cada lágrima que caia sentia pesar cada vez mais, se fazia tantas perguntas, que sentia sua sanidade se esvaindo aos poucos.
" Por que você teve que envolver ele ?" " Por que apenas não o ignorou quando foi falar com você ?" " Por que teve que o usar como âncora para não deixar seu lado ruim prevalecer ?" Seu subconsciente lhe pergunta e seu consciente gritava de tanta dor que sentia, não sabia o que fazer. Ele se foi, dentro do peito dela agora só tem lembranças de todas as vezes que ria e conversava com ele, sentia uma escuridão lhe tomar de conta não iria a recusar novamente, iria usa-la para se vingar.

   Cheryl escuta a porta do quarto se abrindo e fechando, se levanta tira o resto da roupa e volta a se sentar na banheira, ela fica lá até sentir a água esfriar, pega uma toalha se enrola e sai do banheiro o quarto estava vazio como esperava, em cima da cama havia um par de roupas se vestiu, deita na cama e dorme.