Um bruxinho para Londres - !Kth+Pjm! [Em Correção]

Capítulo Três:

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Tento abrir meus olhos, mas me repreendo no mesmo momento, assim que senti os raios do sol imediatamente entrarem em contato com meus olhos, fazendo eu sentir uma leve ardência no local. Solto um resmungo, sinto minha garganta e boca secas, eu não havia bebido nem comido nada ontem a noite.

Tento fazer meu cérebro funcionar, tentando me habituar ao que estava acontecendo e onde, exatamente, eu estava. É aquele típico momento de quando você acorda e não faz ideia do que você estava fazendo. Sempre acontecia comigo. É uma coisa muito ruim nos tempos de escola, pois sempre nesses meus momentos de reflexão, eu acabava dormindo novamente,o que resultava em: eu atrasado, de novo, para as aulas.

Graças a Merlin que as férias haviam chegado. Eu havia esperado por esse momento o ano letivo inteiro, eu havia planejado tudo com muita calma, para que fosse perfeito. Nesse mês estava acontecendo o grande evento que qualquer bruxo amaria ver. A convenção de bruxos. Era onde grandes bruxos dos mais poderosos, se juntariam para dar aulas e ensinar bruxinhos e bruxinhas que não são bons em magias — eu mesmo. Mas é claro que eu não contei com um pequeno probleminha, que poderia resultar num desastre e acabar com todo meu planejamento, como estava acontecendo agora. Meu grande azar. Não estou brincando, desde pequeno eu sempre tive muita pouca sorte na vida. Eu deveria saber que essas férias acarretaria num desastre.

Deito com a barriga virada para baixo com um gemido de frustração, ao lembrar o que aconteceu ontem a noite. Aquele maldito motorista, me deixando sozinho em um lugar onde possivelmente poderia ter algum monstro, comedor de gente. E ainda tinha o lance de vampiros. Ontem a noite eu podia jurar ter visto olhos vermelhos em Jimin. Mas não significa que ele era um vampiro, ele poderia ser algum outro monstro, o que não ajuda muito no meu medo. Ou quem sabe ele fosse só um humano com tendência a mudar a cor dos olhos. Esse tipo de gente existe, certo? Não saberia dizer ao certo, não convivo com muitos humanos normais.

Saio de meus devaneios quando ouço batidas na porta e uma voz rouca e grave falar. Levanto meu troco rapidamente, olhando para porta, provavelmente com minha maravilhosa cara de cu matinal.

— Senhor Kim, o café da manhã já está pronto. — ele diz do outro lado da porta.

— Ok, já vou descer — eu digo e minha voz acaba saindo mais rouca do que o esperado.

Não ouço uma resposta em troca, e estranhamente não ouvi nem passos deixando o local. Essa gente tem pés muito leves. Estranhos demais. Solto um longo bocejo, no ato acabo sentindo meu bafo matinal. Meu corpo luta por alguns segundos com meu cérebro, por conta da preguiça, mas logo eu consigo levantar da cama. Vou em direção de minha mala que estava em cima de uma mesa que estava encostada na parede. O quarto em si, não continha muitos móveis. Uma cama de casal, uma mesa, uma cadeira e um armário, tudo de madeira. E, claro, um banheiro pequeno, que ficava ao lado da cama.

Passo os dedos pelo cadeado falso que havia embaixo da alça. Pego a mala e a deixo em cima da cama. Uma mala/mochila de um bruxo, nunca é o que parece. Me afasto um pouco da cama, levo minha destra até meu casaco que estava em cima da cadeira. No bolso do mesmo retiro uma varinha de porte médio e reta. Ela era de uma madeira de uma árvore velha. Sabem como é as regras, não é mesmo, quanto mais velha,mais forte será a varinha. Ela começava grossa e acabava com uma ponta fina, sua cor era de madeira, mas haviam alguns desenhos envolta da mesmo. Ao qual nunca consegui identificar. Yoongi, meu melhor amigo —  que por acaso foi quem mais me alertou a não fazer essa viagem — me dizia que os desenhos poderiam ser sobre a árvore da qual ela foi retirada.

— Árvores têm histórias para nos contar, Taehyung. Você só precisa escutar com o coração. — Yoongi dizia enquanto me lançava seu típico sorriso de menino bobo. Ele sempre acreditou nessas coisas. Na verdade, arrisco dizer que Yoongi acredita em tudo.

Eu não diria que ele está totalmente errado. Eu até acredito que elas tenham histórias para contar e algumas vezes, enquanto eu conjurava feitiços, ouvi uma voz suave sussurrar em meus ouvidos. Mas era tão baixo que mal conseguia escutar, muito menos entender. Nunca contei isso a Yoongi. E eu contava tudo a ele.

Ergo a varinha acima da minha cabeça, apontando para minha mala e tento lembrar das palavras certas para dizer.

"— Abra-te e mostre-me tudo. O mundo das coisas sem fim."

A ponta da minha varinha brilha em uma cor roxa, a mala a minha frente começa a se mexer sozinha. Ela então se abre, mostrando finalmente o que tem dentro. Um grande redemoinho de cor roxa.

— Escova de dente — eu falo enquanto coloco minha canhota dentro do redemoinho. A sensação é sempre estranho, é algo parecido a colocar a mão dentro da água, mas eu não me molho. Todo bruxo tem uma bolsa mágica, a minha no caso estava com a aparência de uma mala, para que eu pudesse me camuflar melhor entre as criaturas. Ninguém suspeita em um homem com uma mala, certo? Pelo menos é o que eu li em um livro uma vez.

Enfim, finalmente sinto o objeto em minhas mãos o seguro e o puxo para cima, vejo então ser uma escova de dentes de cor verde. Vou até o banheiro, ele era maior por dentro do que aparentava ser por fora. Havia até mesmo uma banheira. Faço então minhas higienes matinais (por sorte havia pasta de dente ali. Terminado, decido tomar um banho, já que eu havia capotado na cama ontem à noite sem nem tirar a roupa direito.

Vou até o guarda roupa que havia ali, abro o mesmo e retiro de lá duas toalhas. Logo depois vou até o banheiro novamente, ligo o chuveiro e retiro minha roupa. Seria bom relaxar um pouco com a água quente ali. Mas claro que não poderia demorar muito, esse lugar ainda era estranho, precisava sair logo daqui. Embora, que eu não faça ideia de onde eu esteja. Solto um longo suspiro.

— Vou ter que pedir ajuda para algum deles.

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