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Sinto os galhos das árvores cortarem meu rosto. Minha respiração descompassada era alta, algumas vezes quase me afogava com minha saliva. Correr nunca foi meu forte. Em uma floresta ainda, de noite onde eu não consigo ver quase nada, piorava mais.
Avisto ao longe uma luz avermelhada e gritos, corro na direção do barulho. Chegando lá o que vejo é uma visão assustadora. A decepção e tristeza transbordando nos olhos vermelhos como sangue, os gritos de ódio e o fogo que queima seus braços. Jimin estava um caos, completo. Um verdadeiro monstro.
Me aproximei vagarosamente, sem querer demonstrar perigo para ele. Algumas árvores queimavam ao nossos redor, havia pedaços de roupas no chão.
— Jimin.
O chamo, ele não me olha, mas o fogo em seus braços se apaga, ele se senta no chão e cobre seus olhos com as mãos. E eu só percebo agora que ele estava, na verdade chorando. Seus soluços em meio às lágrimas é tudo o que eu ouço.
— Você. — O moreno começa a falar ao mesmo tempo que tentava limpar as lágrimas e o nariz escorrendo — Você sabe o que é, passar a maior parte de sua vida com medo? Medo de ser quem eu sou — ele então olha para mim, eu estava parado em pé a alguns metros dele sem saber o que fazer — Eu não sou um vampiro, Kim. Mas também não sou humano — ele abaixa seu olhar, como quem estivesse com vergonha de falar isso — Eu sabia que você estava desconfiado de mim. Desde o momento em que nos conhecemos. E eu não me importei, sabe. Mas então você acabou se mostrando ser alguém tão incrível. E ouvi-lo me chamar de vampiro, fez me sentir como se meu coração tivesse saído de meu corpo e sido despedaçado por suas mãos.
Tento dar alguns passos em sua direção.
— Eu sou um monstro, Tae.
Ouvi-lo me chamar por meu apelido me deixou um pouco feliz, embora o momento não fosse muito adequado para me sentir assim.
— Não pertenço ao mundo dos vampiros e nem ao dos humanos, sou um simples ninguém, que teve o grande azar de nascer de um amor entre um vampiro e um humano.
— Você não é um ninguém, não para mim.
Ele me olha e eu me agacho em sua frente. Levo minhas mãos até seu rosto e com meus polegares limpo algumas lágrimas que ainda caiam.
— Eu não tenho um lugar, Taehyung. — Faço um leve carinho em suas bochechas com meus dedos — Não tenho amigos.
— Eu posso ser seu amigo — eu digo, lhe lançando um pequeno sorriso.
Ele balança a cabeça em negação e coloca suas mãos em cima das minhas na intenção de tirá-las dali. Mas as mantenho agarradas ao seu rosto.
— Você não entende, Taehyung. Eu sou um- — Ouvi-lo falar aquelas coisas horríveis sobre si mesmo me faziam sentir um dor aguda em meu peito.
Então o interrompi, não com palavras, mas em meio ao turbilhão de emoções que eu estava sentindo e a queimação em meu peito, o calo com um beijo.
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Seus lábios eram macios e quentes. Jimin era quente, eu deveria ter sacado isso. Vampiros são geralmente gelados. Me lembrando agora, poucas vezes eu o vi com as bochechas levemente vermelhas.
De começo Jimin não parece aceitar o beijo, talvez por surpresa ou que ele não gostasse de mim. Mas essa hipótese cai por terra quando ele retribui o beijo. Eu não havia beijado muitas pessoas na minha vida, mas pelo menos sabia algumas coisas. Já tive algumas namoradas, duas para ser mais exato. Não era a mesma coisa que beijar uma menina, era com certeza, muito melhor.
Nos beijamos até nossos pulmões gritarem por ar e nossos lábios começassem a formigar. Seus olhos estavam brilhantes, como estrelas no céu, tão lindo.
— Ousado.
— Você não calava a boca, tive que fazer você parar.
— Com a sua boca?
Ele começa a rir e o acompanho também.
— Não estou reclamando, só gostaria de saber se você faz isso com todo mundo que te irrita — ele fala me fazendo assim cair na gargalhada.
Mas como nem tudo são flores, e estamos falando de Kim Taehyung aqui. Nosso momento fofo acaba sendo atrapalhado por uma movimentação estranha entre as árvores. Nós dois nos levantamos do chão, de pé vemos um par de olhos saindo de trás de uma árvore.
Concentrado apenas no homem na nossa frente acabo não vendo que havia outro atrás de nós. Antes que eu pudesse pegar minha varinha ou Jimin pudesse tacar fogo neles, ouço um barulho alto de algo sendo atingido logo depois vejo Jimin caindo no chão. Uma dor aguda invade minha cabeça quando sinto algo bater em mim. Minha visão fica embaçada, minhas pernas perdem a força e antes mesmo de chegar ao chão eu apago.
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Um bruxinho para Londres - !Kth+Pjm! [Em Correção]
FanfictionTaehyung, um bruxinho que quer muito ir a grande e famosa convenção de bruxos em Londres, decide ir nas suas férias, sozinho. Porém acaba se perdendo no caminho para lá. Tendo então que se virar sozinho, tem que concordar em ter Jimin, um menino mis...