Eu me mantive firme até o momento da despedida. Forçava sorrisos, tentava puxar assunto, lembrava de coisas idiotas que havíamos passado, como a carne que queimou enquanto eu conversava com ele pelo telefone.
Mas quando o auto falando soou chamando o meu vôo eu não pude mais me segura e inventar nada para aliviar nosso desespero.
Olhos vermelhos e inchados quase derretendo em lágrimas e mesmo assim trocando olhares apaixonados.
Beijos com o gosto salgado das nossas lágrimas.
Abraços apertados e que se possível nos transformariam em um só.
E o mais difícil de tudo. As palavras…
—— Eu ligo pra você quando chegar, só pra você saber que cheguei bem, pode ser? —— minha voz tentava fazer o melhor possível enquanto eu secava as lágrimas do rosto dele.
—— Não. Não me leve a mal, mas acho melhor você não… Não ligar. Não vamos tornar tudo… Tudo isso ainda mais difícil. —— ele terminou de dizer e me abraçou apertado —— Me perdoa… Me perdoa, Luana. —— sua voz por um fio sendo sussurrada ao meu ouvido me fez arrepiar.
Eu não estava conseguindo processar as palavras dele, não conseguia entender o quão difícil e assustados tudo aquilo poderia estar sendo. Mesmo assim aceitei.
—— Me perdoa por deixar você também… —— foi tudo o que consegui dizer antes de me obrigar a soltar o abraço dele.
—— Vamos fazer de conta que foi… Foi um sonho, que foi abaixo das luzes, que foi de verdade. —— sua voz se firmando e seus par de olhos me encaravam enquanto eu agarrava a alça de puxar da minha mala.
—— Você me ensinou muitas coisas e foi muito importante pra mim. Não esquece disso. Mas… Mas agora eu preciso… —— parei de falar e apontei para a fila de embarque.
—— Tudo bem... —— ele assentiu sem questionar.
—— Adeus, Simon… —— mais lágrimas escorriam dos meus olhos.
—— Adeus, Luana…
Me virei puxando minha mala e parecia que não estava carregando só minhas roupas e objetos pessoais, mas sim todos os meus problemas. Aquela mala tinha o peso do mundo, assim como o que eu carregava nas costas.
Não conseguia virar e olhar para a imagem de Simon de pé na sala de espera com os olhos verdes vermelhos, os cabelos curtos que não combinavam para ninguém além dele e a barba por fazer.
[…]
Não houve um momento sequer que não pensava nele. Dormi mais da metade da viagem e sonhei com Simon, sonhei com as nossas luzes, sonhei com o pedacinho de vida que eu tive e que tinha sido arrancado de mim, pois o destino é cruel demais para fazer algo tão perfeito sem defeitos.
☆☆☆
Não acabou ainda. Consegui fazer o epílogo. Não deu pra fazer uma história totalmente triste. Não quero os coraçõezinhos de vocês tão destruído como o meu😭😭😭😭😭💔
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Abaixo das Luzes (Concluído)
NouvellesLuana sobreviveu durante três anos no escritório do pai aturando toda sua prepotência e arrogância. Ela se isolou de tudo para se dedicar ao trabalho, até que tomou uma decisão. Se demitir! A viagem para a Tailândia será o ponto de refúgio que ela t...