Capítulo 18

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"A dor, você simplesmente tem que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, sare."

— Recebi sua ligação, senhor Jones. Sobre o que precisava falar comigo com tanta urgência.

— Oi Roger, preciso que investigue um acidente de carro de alguns anos atrás.

[...]

— Como foi sua apresentação?

— Nossa que esquisito, pareceu meu pai quando vinha me buscar na escola – ele sorri — Foi tranquilo, os médicos discutiram bem a ideia.

— Fico feliz, bom eu não sabia se tinha um restaurante em mente então marquei reserva em um que eu sempre vou, tudo para bem você?

— Sem problemas, eu nunca reclamo de um lugar que tenha comida. – Ele gargalha e eu acompanho seu sorriso.

— Mas então, leu as cláusulas? - ele pergunta assim que o garçom pega o cardápio.

— Li e até então concordo com tudo, mas eles já decidiram quando vai ser o casamento? - pergunto.

— Eles deixaram essas coisas por nossa conta, você anda muito ocupada no hospital então pensei que seria melhor nas férias de verão, o que você acha?

— Oh por mim é um alívio, seria bem estressante se preocupar com organização e vestido agora! - suspiro aliviada.

Quando nossas comidas chegaram entramos em um assunto qualquer, Jason era definitivamente alguém fácil de se viver, ele era tão atencioso e gentil que eu me sentia mal em saber que não correspondia os sentimentos dele.

— Hum aliás, nunca cheguei a te perguntar mas como descobriu quem eu era.

— Por causa do seu colar com um anel pendurado, tem o nome dos seus avós.  Eu me lembrei que quando brincamos ainda criança você ganhou isso quando eles faleceram, mas podia ser apenas uma coincidência então não confiei muito naquilo, por isso perguntei a minha mãe e ela me explicou.

— Eles estavam desesperados em achar uma maneira de te contar, acho que foi um alívio pra sua mãe isso.

— Foi esquisito no início, não raciocinava direito que iria me casar. E eu ainda me pergunto o porque de aceitar isso tão fácil, mas algo me diz que é o que eu tenho que fazer.

— Foi sabe que ainda dá tempo de decidir não é, não quero que passe a vida com quem não ama. - Jason fala.

— Não acho que mereço amar alguém, e você desisti muito fácil para alguém que tá apaixonado.

— Como age tão normalmente sabendo que gosto de você?

[...]

Já estávamos dentro do carro quando Pricilla ligou para mim e eu era a pessoa mais realizada do mundo quando ela me disse que ficaria no meu platão já que devia esse favor a mim.

— Vamos direto pra minha casa, fiquei livre do turno de hoje. – ele assente.

Quando o sinal fica vermelho olho pela janela e vejo Beatrice limpando o chão de um barzinho pequeno.

— Lina, você tá' me escutando? - saio do transe ao escutar a voz de Jason.

— Desculpa, pode repetir? - falo ainda vidrada na janela.

— Você está se sentindo bem? -Ele se vira e olha na mesma direção que eu.
— Tudo bem Lina, olhe pra mim por enquanto - ele pede e eu o olho.

— Eu prometo que esse peso vai sair das suas costas, mas enquanto ainda não resolvemos não sinta tudo sozinha, eu estarei aqui mesmo que seja para ser um amigo.

Não Jason, não pode ser tão compreensível e amável assim comigo.  Você é bondoso de mais para entrar na sujeira que é minha mente.

O olhei por alguns segundos e desviei o olhar me ajeitando no banco e deitando minha cabeça no banco, o sinal abre e ele dá partida no carro.

Por que parece tão difícil viver?

Queria poder ter a chance de conversar com aquela mulher, mas não há nada que eu diga que tire o sofrimento que ela passou.

O caminho foi em completo silêncio depois do que Jason disse, e eu agradeci internamente por isso. Eu precisava entender minha mente para pensar em colocar outra pessoa nesse meio.

— Se lembre que amanhã temos um jantar com os membros do grupo TK. - ela fala assim que para o carro em frente a meu apartamento.

— Ah é verdade, já estava esquecida sobre isso.

— Eu venho te buscar, tudo bem? - ele pergunta.

— Ok você me liga quando estiver vindo.


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