Capítulo 27

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"Eu costumava pensar que eu não pudesse prosseguir.
E a vida não era nada, além de uma temível canção
Mas agora sei o significado do verdadeiro amor,
Eu estou usando todas as minhas últimas armas
Se eu posso ver isto, então posso fazer isso,
E se eu só acreditar, nada poderá me impedir
Eu acredito que posso voar
Eu acredito que eu posso tocar o céu
Penso nisto todos os dias e noites
Esticar minhas asas e voar ...
Eu acredito que eu posso elevar-me
Eu me vejo correndo, atravessando uma porta aberta
Eu acredito que posso voar!
Eu acredito que posso voar!
Eu acredito que posso voar!
Eu vejo que estive no limite da auto destruição.
Às vezes o silêncio pode parecer muito barulhento.
Há milagres da vida que eu tenho que alcançar,
Mas primeiro sei, tem que começar dentro de mim
Se eu posso ver isto, então posso ser isso,
E se eu só acreditar, nada poderá me impedir."

Cody Simpson - I Believe I Can Fly

🍒

3 semanas depois

— Manhã cheia de pacientes. - Comentou Sarah, a Chefe de Cirurgia Ortopédica. Em falar em chefe, a pobre Susan parecia estar atolada de trabalho ou talvez estivesse se enchendo dele para não precisar lidar com o Chefe da Cardiologia, ainda vai rolar um belo romance médico.

— Eu poderia dar o meu expediente por encerrado, mas depois do meu almoço preciso realizar um implante de marcapasso. E meu plantão só acaba daqui a vinte e duas horas. - Digo enquanto termino de fazer as anotações em um prontuário médico.

Na verdade não tenho do que reclamar, em hipótese alguma. Quando estou no hospital, me sinto realizada. E não poupei nenhum esforço para me tornar uma brilhante cirurgiã. Foram anos exaustivos na New York University. Anos em que convivi com uma solidão gritante, longe da minha família e amigos, entretanto, o desejo de seguir em frente sempre falou mais alto. E agora eu estou fazendo o que amo, é uma sensação incrível.

— Nada como poder descansar um pouco na companhia de belas damas. - Ouço a voz de Bruce soar atrás de mim e não evito soltar um riso desdenhoso.

Quando você começa a trabalhar em hospitais, por conviver muitas horas seguidas por eles, acaba percebendo pontos importantes sobre a personalidade dos cirurgiões. E, definitivamente, o Cirurgiões Plástico são lindos, mas eles são um tanto arrogante.

— É sempre um prazer ver seu sorriso, Parker. - Reviro os olhos quando o mesmo se aproxima. E Sarah continuava tomando seu café, apenas nos observando como se fôssemos algo muito interessante a ser analisado. Uma bela de uma fofoqueira.

— Não vou discordar de você. - Dou de ombros e torno a prestar atenção em meu trabalho.

— Quando vai aceitar sair para jantar comigo? - Pergunta na maior cara de pau, fazendo Sarah soltar uma risada. — Qual é a graça? - A encara com seus olhos azuis faiscantes e espero pelo desenrolar da conversa deles para dar minha resposta.

— Você. A graça aqui é você e, certamente, será mais ainda quando a Alice descobrir que continua flertando com outras mulheres. - Sua resposta sai num tom divertido, mesmo que isso não seja engraçado. Alice é um anjo de pessoa, quando não está trabalhando na pediatria está trabalho voluntariamente em algum orfanato, o maior sonho dela é ser mãe mas tendo esse encosto como namorado não se pode esperar muita coisa.

A face de Bruce se contorce em uma careta, que logo se desfaz para tornar a me encarar. Fecho o prontuário, tendo a certeza de que fiz tudo que precisava. A sensação de querer fugir dessa confusão ficando cada vez maior.

— Esse não é um assunto que lhe diga respeito, Sarinha. - Diz sem ao menos encará-la. E verifico o horário em meu celular, constatando que já é a hora do meu almoço, o que me alegra e muito.

— Depois disso você não vai aceitar mesmo meu convite, não é?

— Agora que você já sabe a resposta, nos poupa desse assunto pelos próximos anos. - É minha vez de usar um tom leve, para ilustrar uma verdade irrefutável sem parecer extremamente grossa. — Bom, deu a minha hora, meu noivo deve estar me esperando para almoçarmos.

Quando me afastei sem esperar nenhum resposta acabei gargalhando quando escutei a fala gaga e deboche de Susan após minha fala.

— Olá querida e bela noiva! - Jason sorri encostado no capô do carro.

— Você por acaso escutou a conversa? - pergunto entrando no carro.

— Escutei, vim resolver alguns assuntos no hospital e acabei vendo você e o carinha lá - ele faz cara de desgosto e eu sorrio.

— Bruce é um bocó!

— Bocó? Sério Lina, quer que eu te ensine xingamentos atuais? - ele zomba.

— Não, não, você também está nesse complô contra minha pessoa? Mas o que veio fazer aqui no hospital? - pergunto.

— Só vim resolver algumas partes burocráticas da empresa - ele diz.

— Coisa de gente velha - mostro a língua.

— Ok ok cerejinha, mas vai no mesmo restaurante de sempre? - pergunta ligando o carro .

— É comida anjo, não me importa o lugar se tiver já tá de bom tamanho!


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