Capítulo 23

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O sentimento de perda não tem descrição para todo lado que olho vejo pessoas chorando, chorando por alguém tão especial como Naruto, isso Itachi conclui assim que entrou naquele extenso salão onde o corpo do loiro estava sendo velado. Na madrugada anterior ligou para Sasuke e contou sobre o ocorrido, quando seu otouto simplesmente não lhe respondeu mais, correu para a casa dele deixando Menma amparado pelos pais. Assim chegou ao apartamento de Sasuke não teve outra opção a não ser arrombar a porta de entrada encontrando o irmão desmaiado ao lado do sofá, com muito custo conseguiu acordá-lo e contar-lhe o pouco que sabia. Sasuke chorou, quase tanto quanto havia chorado no enterro de Fugaku e Mikoto, depois de muitas lágrimas por parte dos dois o moreno mais novo adormeceu com a ajuda de calmante.

Agora se encontravam todos ali, empresários, funcionários, amigos e até mesmo inimigos rondando igual urubu sobre a carniça, isso era o que Gaara fazia o ruivo novamente aproveitaria a vulnerabilidade de Sasuke para se aproximar.

— Sasuke? – chamou, o moreno estava debruçado sobre o caixão selado, e não lhe deu atenção. — Eu sinto muito jamais desejaria isso ao Naruto mesmo depois de tudo que aconteceu. - dizia Gaara sem receber sequer um olhar do Uchiha. Itachi que estava ao longe observava a cena, um tanto quanto irritado, Gaara estava novamente se aproveitando da situação, mas dessa vez ele não permitiria que Sasuke caísse em suas garras, aproximou dos dois e pousou a mão sobre o ombro do irmão e olhou para Gaara.

— Esse não é o momento Gaara. – disse firme lançando um olhar raivoso para o outro que se afastou.

Menma estava sentado tomando um copo de café por insistência de Kushina enquanto olhava o sofrimento de Sasuke, naquele momento ele percebeu que o sentimento do Uchiha, para com seu irmão, ia muito além de uma paixão passageira ou de alguém que só queria brincar com Naruto e depois jogar fora como Garara havia dito. Viu quando Itachi se aproximou do irmão tentando arrancá-lo dali sem sucesso, o moreno se negava a se afastar do corpo de Naruto, então Itachi desistiu.

— Está melhor? – perguntou Itachi assim que se aproximou de Menma.

— Está difícil Itachi, – não conteve as lágrimas. — o meu irmãozinho querido morreu eu não posso acreditar nisso, justo ele que sempre foi cuidadoso, eu tinha um pingo de esperança de que a análise da arcada dentária não fosse de Naruto. – Itachi sentou-se próximo a Menma e o abraçou.

Kushina estava abraçada a Minato, seu coração de mãe não queria acreditar que aquele que estava dentro do caixão era seu filho, no fundo ela tinha esperança que ele estivesse vivo e, por isso, já não chorava mais. Desvencilhou de Minato e se aproximou do jovem Uchiha que chorava por seu filho deitado sobre o caixão, deitou o corpo sobre o dele abraçando-o sentia o sofrimento do outro, ela finalmente havia descoberto quem tinha feito àquelas marcas em seu bebê, pena que fora em um momento tão triste.

— Vem Sasuke, vamos sentar um pouco. – disse com voz amorosa e finalmente tendo a atenção do moreno, os olhos de Sasuke estavam vermelhos e com olheiras perceptíveis na pele pálida. — Oh! Meu amor, Naruto não gostaria de te ver assim. – tinha conhecido Sasuke há poucas horas, mas havia despertado um sentimento nobre por ele, principalmente por ele amar tanto seu Naruto.

Sasuke quando ouviu a voz doce de Kushina sentiu-se seguro como se sua mãe estivesse com ele, e não se conteve e a abraçou sendo recebido com todo afeto pelos braços da outra.

— Vai ficar tudo bem, – Kushina acariciava os fios negros. — vamos sentar um pouco. – finalmente alguém havia conseguido tirar Sasuke dali. Ambos seguiram para o lado de fora e se sentaram em volta da pequena mesa disposta na área com jardim, ficaram em silêncio por um tempo, Kushina deixou Sasuke apenas uns instantes para voltar com um copo de café que o moreno aceitou de bom grado e pronunciou um fraco "obrigado", depois de mais um tempo em silêncio o Uchiha resolveu se pronunciar.

— Eu o amava. – sua voz estava rouca e baixa.

— Eu sei, – disse Kushina. — ele também. Eu jamais vi meu bebê tão feliz nesses últimos dias, mesmo não conhecendo a pessoa que estava proporcionando isso a ele eu já a agradecia e fico muito feliz em saber que é você. – Sasuke não se conteve e a abraçou novamente, estava carente tinha Itachi, mas precisava do colo de uma mãe e Kushina, naquele momento, lhe oferecia tudo que precisava.

Gaara deixou o velório irritado esse era o momento perfeito de se aproximar de Sasuke, porém Itachi teve que interferir. Sabia quem estava sendo velado ali e não era Naruto, teve sorte de conhecer o odontologista responsável pela analise da arcada dentaria, esse era Kakuzu, não foi difícil convencê-lo com algum dinheiro para que dissesse se realmente era Naruto e para sua surpresa não, a falha mínima que havia entre o primeiro pré-molar e o segundo pré-molar deixavam claro que se tratava de outra pessoa, os dentes do loiro eram perfeitos e somente uma pessoa tinha aquela falha, seu irmão Kankuro.

O idiota do irmão havia morrido no lugar de Naruto, Gaara já tinha percebido a paixonite do outro pelo loiro, Kankuro era um imbecil, embora tivesse que agradecê-lo já que agora ele era carta fora do baralho, estúpido ele era um estúpido por ter morrido queimado. Mas no momento tinha que se preocupar em achar Naruto, onde será que ele havia se metido.



Madrugada da noite anterior...

— Doutor Utakata temos uma emergência, um morador de rua disse ter encontrado um jovem desacordado próximo aonde se abrigava, ele está no quarto 3 recebendo os primeiros socorros. – dizia a jovem enfermeira.

— Obrigado Hotaru. – respondeu o médico que estava de plantão, havia dado uma pausa para se alimentar. Fazia alguns anos que Utakata trabalhava naquele hospital era um dos melhores médicos, além, de ser muito bonito o cabelo castanho escuro e olhos caramelo chamavam a atenção de qualquer pessoa. Seguiu até o quarto indicado deixando Hotaru suspirando para trás, a garota de cabelo loiro enrolado e olhos verdes já algum tempo tinha desenvolvido um sentimento diferente para com o médico.

Assim que chegou ao quarto o paciente já havia recebido o atendimento necessário, Utakata apanhou o prontuário verificando que o rapaz tinha levado uma forte pancada na cabeça ficando algumas horas desacordado, também possuía algumas escoriações leve pelo corpo. Aproximou-se do rapaz que se encontrava acordado e encarava as luzes da rua pela janela, o outro não se deu conta de sua presença.

— Olá, como se sente? – Perguntou. Quando o rapaz lhe encarou Utakata perdeu o fôlego com a intensidade dos olhos azuis, não podia negar ele era lindo, o pouco de cabelo que não estava sendo escondido pela faixa curativa era dourado como o ouro, a pele levemente bronzeada, os lábios carnudos deixou o médico sem fala. Utakata não soube por quanto tempo encarou o rapaz que lhe olhava assustado. — É... – pigarreou. — Então como se sente? – tornou a perguntar.

— Acho que bem. – respondeu baixinho, enquanto apertava os dedos entre a mão.

— Qual é o seu nome?

— Meu nome? – devolveu a pergunta. — E-eu e-eu não sei... – disse em um suspiro.

Desejo ArdenteOnde histórias criam vida. Descubra agora