Slight

381 47 20
                                    

Nunca achou que Jongin seria de tanta ajuda. Não tinham tanta intimidade assim para que ele demonstrasse preocupação, mas o fato era que o bailarino chegou a ajudar Chanyeol a carregar um adormecido Baekhyun até a cama de casal da cobertura do empresário. Não que Baekhyun fosse pesado, Chanyeol poderia carregá-lo sozinho, mas quem iria abrir as portas? Sim, Kim Jongin. Prometeu a si mesmo que devia ao bailarino um jantar delicioso, ou pelo menos algo parecido. Kim Jongin era o tipo de pessoa que possuía uma bondade verdadeira, dava para perceber que ele nem conhecia o que era pretensão.

Demorou para pegar no sono naquela noite. Observou Baekhyun adormecido por quase uma hora, certificando-se de que ele estava realmente bem e que a aparente crise nervosa não se repetiria. Na verdade, nem lembra de ter pegado no sono. Só lembra de ter deitado no travesseiro e observar o rosto pacífico do namorado por um bom tempo.

Na manhã seguinte, como já havia decidido, não iria trabalhar. Alguém precisava ficar de olho em Baekhyun caso algo voltasse a acontecer e sim, ele tinha dinheiro para pagar uma enfermeira ou algo do tipo, mas queria ficar com ele. Sentia que Baekhyun precisava de sua presença mais do que tudo. Uma enfermeira não iria ter o mesmo efeito. Não mesmo.

Apenas temia que, se ocorresse uma nova crise, Baekhyun o enxergasse mais uma vez como Daeho e não o deixasse ajudar. No dia anterior, havia desmaiado e recobrado os sentidos. Mas e agora... e se não desmaiasse? E se não recobrasse os sentidos com facilidade? Teria de chamar uma ambulância? Era péssimo com situações daquele tipo. As doenças que Hyohee teve no passado foram apenas gripes, fáceis de lidar. Aquilo era outro nível. Não tinha experiência alguma.

Apesar de ter decidido ficar em casa naquela sexta-feira, acordou cedo para preparar um café da manhã caprichado e leva na cama para o namorado. Baekhyun não iria ter o mínimo de esforço até o momento da consulta com o psicólogo e até o momento em que fosse diagnosticado. Estava lidando às cegas com a situação e tomaria todas as precauções possíveis.

Enquanto preparava o café, deu um jeito de ligar para a farmácia mais próxima e providenciar os remédios receitados pelo médico da emergência. Remédios que seriam utilizados caso Baekhyun demonstrasse algum tipo de alteração, não tão grave para ir parar na emergência novamente mas preocupante o suficiente para precisar se acalmar com medicação.

A encomenda pronta-entrega não demorou para chegar e ele organizou tudo e cima da bancada da cozinha. Cada uma das três caixas, uma ao lado da outra, e um pequeno papel que ele mesmo escreveu, explicando a si mesmo para que momentos os remédios deveriam ser utilizados. Nada iria dar errado.

Colocou a xícara de café, as torradas e as frutas cortadas em cubos em cima de uma bandeja e a equilibrou até seu quarto. Baekhyun ainda dormia profundamente, os cabelos agora negros espalhados pelo travesseiro de fronha perfeitamente branca. Dormia um tanto encolhido, talvez pelo frio do ar condicionado. Chanyeol, ao perceber isso, largou a bandeja em cima da mesa de centro da pequena sala de estar dentro do quarto e correu para ajeitar a temperatura. Era só o que faltava Baekhyun pegar uma pneumonia por sua culpa.

Quando voltou para dentro do quarto, Baekhyun estava sentado na cama, encarando um ponto fixo nas cobertas. Os cabelos bagunçados e os olhos espremidos pela leve claridade das cortinas entreabertas.

- Bom dia, amor – Chanyeol murmurou, abrindo um sorriso carinhoso e sentando em frente ao namorado, na borda da cama. – Como está?

- Olá... – A voz fraca respondeu, sorrindo brevemente para então apertar um lábio contra o outro. – Bem, eu acho. Eu... espera... o que está fazendo em casa? Precisa trabalhar... falei ontem que não...

- Não vamos mais discutir sobre isso. Já falei com meus colegas de trabalho, ambos compreenderam a situação. Relaxe um pouco, tudo bem?

Baekhyun concordou com a cabeça, abraçando o próprio tronco. Chanyeol levantou da cama e trouxe a bandeja para perto, a posicionando na frente do namorado.

YeolightOnde histórias criam vida. Descubra agora