Greenlight

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- Quer beber algo?

Chanyeol observou Sooyeon atravessar a sala do apartamento e abrir o armário da cozinha americana. Havia lhe informado mais cedo naquela terça-feira que precisavam conversar e, ao deixar Hyohee na casa da mãe, entrou junto com ela. A mãe deu um jeito de colocar a filha no quarto assistindo um desenho animado para que ela se distraísse e não os interrompesse.

Sua ex-mulher lhe lançou um olhar, esperando a resposta. Ele negou com a cabeça, só queria que ela sentasse naquele sofá e escutasse o que ele precisava dizer. Ela deu de ombros e se serviu de um pouco de suco, aproximando-se e parando em sua frente, no meio do ambiente.

- O que houve? Não vai mais poder buscar Hyohee? Eu já esperava que isso fosse acontecer, você só está presente na vida dela quando é para brincar e assistir televisão... as verdadeiras responsabilidades quem precisa lidar sou eu e...

Sooyeon desatou a falar e Chanyeol fechou os olhos. Aquele discurso era tão antigo e tão repetitivo que ele nem se dava mais ao trabalho de contra-argumentar. Entendia o estresse que era criar Hyohee sozinha, e ele já havia se oferecido para dividirem a guarda durante a semana, mas ela não queria que eles interagissem muito para não brigarem na frente da menina. E tinha razão. Mas de que adiantava evitar as brigas para depois jogar tudo em sua cara?

Levou a mão até a têmpora e a massageou, e aquele gesto fez Sooyeon parar de falar de repente. Estreitou os olhos e as narinas se inflaram, agora ela encarava com certa surpresa sua mão elevada. Ele já imaginava o motivo, portando baixou-a e cruzou os braços, desconfortável.

- O que é isso, Chanyeol? Que anel é esse?

Chanyeol suspirou, piscando por um instante.

- Vai me deixar falar? – Ele perguntou, e Sooyeon fez um gesto ansioso com a mão para que ele continuasse. Não lembrava de sua ex mulher se dirigindo a ele sem estar impaciente. A única imagem que tinha dela hoje em dia era aquela. – Eu estou namorando, Sooyeon. Já faz dois meses.

A informação foi recebida da pior forma possível, é claro. E ele não esperava que fosse ser diferente. Sooyeon franziu o cenho e contorceu as expressões faciais, como se estivesse o ouvindo contar que havia adotado um coala para criar em casa. Se desencostou do sofá e apoiou os braços nas pernas enquanto aguardava ela responder.

- E você decide me contar só agora? Quem, Chanyeol? Hyohee já sabe?

Ela largou o copo de suco em cima da mesa de centro e sentou na poltrona perpendicular ao sofá onde Chanyeol estava sentado. O encarava como uma predadora faminta e furiosa. E até que ele não tirava sua razão.

Afinal, era a mãe de sua filha de cinco anos e ele não era a pessoa mais estável do mundo quando se tratava de relacionamentos. Desde que terminaram, Chanyeol nunca manteve um namoro sério. Era a primeira vez que fazia isso, e o estranhamento e choque da ex-mulher era natural.

Por onde iria começar?

- Posso pedir para você ser compreensiva, antes de tudo?

Sooyeon bufou, afastando os cabelos do rosto com a mesma impaciência que ela tinha com ele.

- Quer parar de enrolar? Dá pra começar a explicar? Quem é?

Não tinha como pedir algo daquele tipo para uma pessoa ansiosa e sem paciência como Sooyeon. O jeito era falar logo a verdade de deixá-la absorver da forma que fosse. Aquela era sua nova realidade e ela precisaria lidar, de uma forma ou de outra.

- Baekhyun. Professor da Hyohee – respondeu simplesmente, analisando a expressão ansiosa se tornar vazia. Achou que nunca tinha visto Sooyeon tão sem chão em toda a sua vida. Contou um minuto, e não estava exagerando.

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