// Capítulo 3 \\

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    Finalmente chego em casa. Olho no relógio: eram quase quatro e meia da tarde. Deito na minha cama e acabo dormindo. Tenho meu sono interrompido pelo som alto do vizinho. Eu me levanto da cama com a preguiça de sempre e desço as escadas. Dou a volta na cerca branca e bato na porta do vizinho. Ele abre. E quando digo "ele" me refiro ao Scott. Isso tá acontecendo mesmo? Que merda.

- ah, Oi Emy. O que quer? - ele não parecia surpreso.

- Só quero pedir que você abaixe o som. - fingi não estar surpresa também.

- Você mora aqui perto?

- Infelizmente somos vizinhos.

- Nossa, que coincidência!

- Não, não é. É puro azar. Agora, vai ou não abaixar o som? - eu só queria sair de perto dele e voltar para minha cama confortável.

- Claro que eu abaixo. Só por que você pediu com jeitinho. - ele sorri com sarcasmo. Já estava cansada desse sorriso.

  Eu ignoro ele e volto pra casa. Entro novamente no meu quarto. Meu celular e meu fone de ouvido esperavam por mim. Coloquei a paylist que tem as músicas de Twnty One Pilots. Não me cansava de escutar músicas deles.
  Depois de um tempo, tiro meus fones de ouvido e vou até a cozinha buscar algo para comer. Logo percebo que Scott não abaixou o som. Olho pela janela grande da sala dele que que é de frente a janela minha cozinha e o vejo sentado, balançando a cabeça ao som daquele barulho todo. Bato no vidro da minha janela e grito seu nome bem alto.

- O que você quer agora? - diz ele quando finalmente percebe minha presença.

- É sério? Música alta de novo? - grito mais uma vez pra ele conseguir entender.

- Ok... - ele bufou - Eu tenho uma proposta pra você: Eu só abaixo o som se você sair comigo hoje a noite.

- É sério isso? Para de agir como criança, Scott. abaixa isso logo!

-A proposta está feita, linda. - ele sorriu. Parecia se sentir vitorioso.

- Eu não quero e nem vou sair com você. Não adianta tentar. - promessa, Emy. Foco.

- Vamos, Emy. - ele se debruça na janela - Pensa bem... não vou te levar a um motel, apenas vamos dar uma volta pra podermos nos divertir.

Parei um pouco pra pensar, e... droga. Quero muito ir.
Ele ainda me encarava.

- Droga. Ok, Scott. Mas só uma voltinha. E você vai desligar o som todo. - me dei por vencida

- Como quiser. - ele abre um sorriso largo e maravilhoso - Te pego as oito.

  Eu volto a me deitar e acabo dormindo mais uma vez. Quando da sete e meia eu começo a me arrumar. Já sabia que ia passar longos minutos olhando pro meu guarda-roupa. Pra adiantar, pego um um short jeans qualquer e a blusa roxa, que era a mais nova que tinha. Olhei meu cabelo no espelho - curto e desarrumado, como sempre.
  Mesmo que fosse "apenas uma volta", como Scott disse, eu iria me arrumar. Provavelmente nos iriamos a praça da cidade, que tem muita gente a essa hora.
Enquanto eu me maqueava minha mãe abre a porta.

- Onde você vai?

- Pode entar - falo de modo sarcástico.- Vou sair com um menino. Volto mais tarde.

- Que menino, Emy?

-Nosso vizinho. Ele se mudou a pouco e me convidou pra uma volta.

  Minha mãe não ligava muito pra eu sair mas meu pai não gostava nem um pouco. Ainda mais com garotos. Minha mãe diria a ele, sem dúvidas.
  Expliquei tudo que devia até ser interrompida pela campainha. Despeço da minha mãe e desço as escadas para abrir a porta.
  Lá está ele, parado na minha frente, com uma jaqueta preta azul marinho com vários detalhes e uma calça jeans.
Eu passo por ele e entro no carro prata que estava parado em frente a minha casa. Olho ele passar na frente do carro e se sentar no banco do motorista.

Meu querido anjo da guardaOnde histórias criam vida. Descubra agora