Meu querido anjo da guarda

//CAPÍTULO 11\\

  Daniel guiou eu e Marcos para uma sala no primeiro andar da casa. A sala era grande e até um pouco... sombria, eu diria. Talvez pela mesa comprida ou pela má iluminação. Ou talvez pelos cinco outros homens na sala, apenas nos encarando. Três deles estavam sentados e os outros se sentaram ao ver Daniel.

- Pode se sentar, Emy. - Daniel aponta para uma das cadeiras da mesa enquanto se sentava á minha direta, na cabeceira da mesa. - Gael. - fez um sinal com a cabeça.

  Olhei para Daniel com a pergunta na ponta da língua, mas me assustei quando Marcos puxou a cadeira á minha esquerda. Havia sobrado duas cadeiras vazias, o que me fez perceber que a sala deveria ser maior do que aparentava para caber uma mesa de dez cadeiras.

- Gael me disse que você tem muitas dúvidas. Estou disposto a esclarecer tudo o que puder nesse momento. - Daniel diz. - É só perguntar.

- Quem é Gael? - perguntei quase automáticamente.

  Daniel soutou uma risada baixa que ecoou pela sala.

- Ah, nosso belo e generoso Gael. - ele ri mais uma vez. Não sabia o que queria dizer, nem como reagir. - á sua esquerda.

- Não, o nome dele é...

- Meu nome é Gael, Emy. - Marcos diz.

- Por quê não me disse? Como pode me dizer que é um anjo e não que seu nome é outro?

- Eu não podia, minha...

- Mas isso é o que menos importa nesse momento. O que você realmente quer saber? - Daniel interrompeu Marcos com pressa, como se fosse contar um segredo seu.

- Pelo que parece, ainda tem muita coisa que eu não sei. - encarei Daniel deixando escapar um certo sarcásmo em minha voz.

- Gael já deve ter esclarecido algumas coisas para você.

- Poucas. - disse - Ele disse algo sobre um bebê anjo meio demônio, depois eu conversei um pouco com minha amiga morta.

   Daniel tombou um pouco a cabeça olhando para frente parecendo pensar.
  Desviei meu olhar dele para os homens sentados á minha frente, que sr entreolhavam sem dizer uma palavra. Pareciam esperar alguma ordem, provavelmente de Daniel.

- Eu acho que você sabe bastante coisa, na verdade. O que mais precisa saber?

- Por que um homem matou minha amiga?

- Espera, como assim? Do que ela está falando, Gael? - Daniel arregalou os olhos e os apontou para Marcos. Parecia tentar se conter.

- Um homem que a amiga de Emy deu carona fez o motorista perder o controle do carro. Ele estava perguntando sobre ela.

- E você só me diz isso agora? - ele diz se levantando lentamente de sua cadeira.

- Ele não pode chegar perto antes da Emy fazer 18 anos.

- Como se isso estivesse longe de acontecer. - Daniel sorriu com o rosto carregado de raiva.
  Estava obvio que gostava de estar no controle. Os dois olharam pra mim como se esperasse uma resposta.

- 18 de Março. Deve dar um mês e uns dias. - raciocinei. - Mas eu tenho mais perguntas, Daniel. Por que estou aqui?

- Ah, você chegou na parte mais empolgante! - Ele deu um leve sorriso e começou caminhar devagar pela sala. - Você veio "acordar" seus poderes de bebê híbrido.

Assisti atentamente Daniel fazendo aspas no ar. Mesmo ele parecendo brincar, era um assunto sério pra mim.

- Como faríamos isso?