- Você... é... grande demais!
Baekhyun dava pulinhos com o braço esticado, tentando alcançar o topo da cabeça de Chanyeol enquanto caminhavam pelo estacionamento ensolarado da escola. Era uma manhã agradável e eles haviam chegado com antecedência, então não precisavam se apressar. Como o pequeno costumava estacionar o carro embaixo de uma árvore, uma folha consideravelmente chamativa acabou caindo nos cabelos do jogador e ele agora tentava tirar.
Aquela cena se repetia de vez em quando, desde a noite na qual os dois oficializaram a amizade e Chanyeol prometera fazer companhia ao pequeninho quando ele se sentisse sozinho. Geralmente acontecia nos finais de semana, e como o jogador tinha mais amigos para administrar, às vezes só podia ir até a casa de Baekhyun no final da tarde de domingo. Assim, passava a noite por lá vendo filmes, aprendendo a jogar vídeo game ou jogando jogos de tabuleiro. Já haviam se passado quase dois meses de amizade discreta e Chanyeol não poderia estar mais feliz.
Discreta porque Baekhyun não gostava de demonstrar que eram amigos na escola. E o jogador entendia o porquê. O pequeno tinha medo que ele fosse ser humilhado por estar andando com alguém supostamente fracassado, e assim sua reputação iria pelo ralo e ele iria perder a chance de ganhar uma boa bolsa de estudos.
Tudo a maior besteira, na opinião de Chanyeol, mas de qualquer forma respeitava as escolhas do pequeno. Talvez se sentisse mais confortável com aquele segredo. Era como se compartilhassem um mundo só deles enquanto ninguém mais sabia de nada. O compreendia completamente e nunca ousaria desafiar seu conforto.
- E você é muito pequeninho – Chanyeol murmurou entre risos, abaixando o corpo para que Baekhyun pudesse alcançar seus cabelos e arrancar a folha presa entre os fios. Os pulos fizeram a armação dos óculos sair do lugar, então depois de jogar fora a folha ele precisou empurrá-la para cima, enquanto ajeitava a mochila nas costas.
- Achei que gostasse do meu tamanho – Baekhyun franziu o cenho e cruzou os braços, a cada novo passo se aproximavam mais e mais da entrada lateral do prédio da escola. Chanyeol riu e o deixou passar na frente para que pudesse segurá-lo pelos ombros e apertá-los carinhosamente.
- Eu amo o seu tamanho, foi você quem começou – Ele bagunçou os cabelos do menor com uma das mãos enquanto a outra ainda segurava o ombro supreendentemente largo. Baekhyun gemeu manhoso e o empurrou para longe pela barriga, usando as duas mãos.
- Tanto faz, grandão. É aqui que nos separamos. Vejo você no próximo final de semana, se tiver tempo.
O pequeno começou a se afastar, andando na frente para alcançar a porta do prédio. Chanyeol suspirou e apressou o passo, esticando a mão e segurando o pulso fino para impedi-lo de abrir a porta. Baekhyun virou-se e o encarou sem entender. Foi puxado com delicadeza para trás pelo maior, que resumiu a distância dos dois em centímetros. Não era a intenção de Chanyeol tornar aquele momento algo tenso, mas Baekhyun mordeu o lábio inferior um tanto tímido, a cabeça inclinada para poder olhá-lo de baixo.
- Sabe que não precisa ser assim, pequeninho – Nesses momentos nos quais Chanyeol sabia que ocorreria uma leve discussão, ele gostava de usar o apelido que fazia com que Baekhyun se sentisse importante para ele, pois o menor já havia dito anteriormente.
- Sabe que precisa, sim. Não estou com vontade de conversar sobre isso de novo. – Baekhyun tentou se soltar da mão de Chanyeol mas o maior deslizou os dedos até os do menor e os entrelaçou propositalmente. Aquele tipo de contato íntimo fazia Baekhyun ceder quando estava bravo ou chateado. Era engraçado como Chanyeol já o conhecia um pouco.
- E se eu não quiser mais que seja assim? – O jogador perguntou, sendo sincero. Não queria mais ter de fingir que não o conhecia dentro da escola, realmente não se importava com a opinião dos outros. O problema era que Baekhyun se importava, e muito.
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Grande Demais
FanfictionPark Chanyeol é um popular jogador de basquete no colegial e acabou se apaixonando pelo nerd pequeninho que vive sozinho durante o almoço com o rosto enfiado em livros. Dois anos se passaram e ele não teve coragem de se aproximar, apenas manteve-se...