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Julho/ 2018

Meu Deus! Tudo o que se passa em minha mente é isso.

O garoto começa sua apresentação e mostra o seu talento. Ele realmente o tem. Ele é bom.

- Gente, ele é ótimo! - Diz Beatriz. Eu olho pra ela e a vejo de boca aberta. Dou uma olhada em volta e todos estão. Ele é realmente muito bom.

- Se é, menina! - Responde Sara com uma cara estranha. Eu rio das duas e volto minha atenção ao garoto e sua apresentação.

Ele salta tanto que eu fico tonta. Ele parece tão leve lá, pulando e saltando, correndo como o vento. Vento. Que corre solto pelos seus cabelos, que brilham com o suor que escorre por sua clavícula e toda sua roupa colante. A roupa é engraçada e marca muito. Eu me sentiria desconfortável, mas ele parece está lidando bem com isso.

- Vejo que todos se impressionaram. - A voz surge de novo. - Disse que ele era um talento! - Ele é realmente.

A apresentação acaba, eles agradecem e se retiram. Não sei se é coisa da minha cabeça, ou sei lá, mas eu poderia jurar que ele olhou para mim antes de sair.

- Você viu só?! Ele te encarou, menina! Te encarou mesmo! - Diz Beatriz quase pulando em sua cadeira. Então eu não estou doida, ele realmente me olhou. Uau.

- Não viaja, Beatriz. O garoto nem olhou para esse lado. - Sara a responde cortando totalmente minha felicidade. O sorriso que quase se espelhava por meu rosto agora já não existe mais. É, eu devo mesmo ter imaginado.

O assunto se encerra quando as luzes mudam. Umas garotas altas e lindas entram e fazem uma apresentação maravilhosa. Com dança e espadas. O espetáculo continua. E quando as garotas saem, um casal entra e começa sua apresentação. Tem facas e balões, alvos e vendas. Meu coração chega na boca toda vez que ele vendado dispara a faca em direção a mulher que está no meio do alvo esperando. Eu não sei se é tudo programado e bem ensaiado, ou se a venda tem buracos e ele tem uma mira perfeita, ou se eles estão contando com a sorte.

- Foi uma honra essa apresentação, e nós esperamos por vocês amanhã. - Ressurge a voz fazendo a despedida.

Na entrada da tenda vejo uma movimentação. Vários garotos. Eles ficam em um entra e sai, entra e sai que eu me canso e entro na conversa das meninas.

- A mamãe vai se arrepender de não ter vindo. - Diz Beatriz para sua irmã que trocou de lugar. Agora está: Sara, Beatriz e eu.

- Vai mesmo. Tudo culpa de papai que quis a levar pra cidade afim de comprar ração. - Responde Sara olhando para trás de mim. Eu estanho e então me viro. Ali está Mário vindo em nossa direção com um sorriso largo no rosto.

- Deus... - Sussurra Beatriz. Ela tem uma queda por ele desde sempre. Nunca contou pois acha que não é recíproco, mas não me deixa pergunta a ele por medo de passar vergonha ao levar um não na cara.

- Oi, meninas. - Mário diz sorrindo. - Laria, eu tenho uma coisa pra te falar.

- Diga.

- Sabe o Sr. "Talento Recém Descoberto"? - Pergunta sorrindo. E meu coração dispara.

- O que tem ele?

- Ele disse que quer conversar com o cê'. Lá fora. - Meu Deus do céu azul. O quê?

- O quê? Por quê? - Estou nervosa e isso não é bom.

- Gostou de o cê', uai. Vai ir ou não? - Pergunta já perdendo a paciência. Meninos. Reviro os olhos. Se eles não tem paciência por que não mandam uma menina?

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