Acordei na enfermaria da escola, mas como ninguém tinha visto que eu abri levemente os olhos, me ajeitei na maca e dormi, o que não conseguia fazer direito à três dias.
Depois de um tempo dormindo, acordei no hospital onde sempre ia quando passava mal. Olhei para o lado e vi uma enfermeira. Toquei em seu braço a fazendo me olhar.
"Foi você quem trocou minhas roupas?" Perguntei e ela afirmou com a cabeça. "Então por favor, não conte a ninguém dos machucados."
"Isso você não pode me pedir para fazer. Quem te examinou foi o doutor, e provavelmente já deve ter conversado com algum familiar seu." Sorriu simples.
"Há quanto tempo estou aqui?" Levei a mão até minha cabeça que doía vendo que estava no soro.
"Duas horas, senhorita." Foi até a porta. "Com licença." Falou e saiu do quarto.
Não fiquei sozinha muito tempo, pois logo depois Joey entrou no local preocupado.
"Você está bem?" Perguntou se sentando na poltrona ao meu lado.
"Se eu estou aqui é por que eu não estou bem." Respondi rude.
"Por onde esteve nesses últimos dias?" Falou depois de um pequeno tempo que passamos em silêncio.
"Na casa do campo." O olhei. "Olha Joey, eu..." fui tentar explicar mas ele me interrompeu.
"O doutor me falou sobre os roxos." Puxou a poltrona mais para perto. "Por que não me disse nada?"
"Samanta me ameaçou." Respondi. "Ela disse que iria espalhar para todos sobre isso e outras coisas, distorcendo a história."
"Que outras coisas?" Pegou minha mão.
"Sobre o por que de eu ter ido para a Europa, e..." respirei fundo tentando segurar o choro.
"Espera, foi o pai que te bateu?" Apertou a minha mão e eu assenti.
"Sim, e também foi ele que...." não consegui terminar a frase, se não voltaria a chorar.
"Oh não." Arregalou os olhos. "Foi ele mesmo?" Assenti não conseguindo mais segurar o choro recebendo um abraço.
"Como que você ficou sabendo?" Separamos o abraço e ele limpou meu rosto.
"Os exames." Respondeu. "E como você tinha me mandado uma mensagem algumas horas depois do que o registrado no exame, e o médico disse que você desmaiou por causa de estresse e algum tipo de trauma que até poderia ter a ver com os roxos, então achei que fosse."
"Ata." Falei baixo e acabei me lembrando da minha mochila. "A minha mochila, Joey! Ficou na escola!" Exclamei lembrando que tinha ficado no banheiro.
"Alexis pegou para você, não se preocupe." Respirei fundo aliviada. Ficamos um tempo sem assunto até ele pegar seu celular do bolso que vibrava. "O Ian tá louco querendo saber se você está bem." Falou digitando alguma coisa. "Disse que vai vir depois da escola.
"Eu não quero ver ele." Respondi. "Me sinto suja, e quero que mais ninguém saiba do que está acontecendo."
"Então tá, mas se lembre que ele é seu namorado, e vai conseguir chegar até você de um jeito ou de outro." Se levantou e foi até a porta.
"E também, eu vou sair daqui antes dele sair da aula." Respondi e ele abriu a porta.
"Eu vou buscar alguma coisa para coisa para comer, você quer?" Perguntou e eu fiz que não com a cabeça e ele saiu do quarto.
