f i v e

444 19 20
                                    

Um passo, quinhentos flash's em meu rosto.
Mais um passo, quinhentas perguntas e paparazzi apavorados querendo a minha atenção.

É isso o que acontece quando posto uma foto polêmica e esses vermes descobrem aonde estudo.

"Sophia, Sophia. Você virou modelo da Victoria Secrets?" Perguntou uma mulher bonita sendo empurrada e esmagada. Olhei para seu rosto e arqueei uma sobrancelha sem parar de andar em direção ao carro.

"Isso não te interessa, e mesmo se te interessasse, você iria descobrir junto com os outros. Se você quer saber mais sobre minha vida, vá pesquisar." Respondi grossa e o segurança abriu a porta do carro para eu entrar.

Entrei e me sentando no banco de trás que era o que continha mais izofilme nos vidros e respirei fundo tentando recuperar o fôlego. Nisso, olhei para frente e vi um garoto no lugar do motorista. Não me lembro de ter contratado um novo empregado.

"Eu te contratei e não fiquei sabendo?" Perguntei ajeitando minha mochila no colo.

O garoto virou para trás e me encarou.

"Pelo o que eu saiba, ninguém me contratou pra nada e esse carro é meu." Falou ele e eu revirei os olhos. Segurança incompetente.

"Olha, então vamos fazer o seguinte, garoto. Você me leva pra casa e eu te pago uma grana, que tal?"

"Primeiro de tudo, meu nome é Ian. E em segundo lugar, não, sai do meu carro." Bufei e revirei os olhos

"Cara, você tá vendo aquela multidão lá fora? Então, acabei de enfrentar ela para chegar até esse carro que meu segurança incompetente achou que era o meu. Então faz favor e me leva para a minha casa."

"Não, eu não vou te levar porque eu quero ir para a MINHA casa. E faz favor, sai do meu carro antes que eu vá abrir a sua porta e te puxe para fora chamando a atenção de toda aquela multidão lá fora." Falou engrossando a voz. Respirei fundo e tirei o óculos de sol do rosto.

Abri a minha mochila e tirei minha carteira de dentro pegando cem dólares.

"Toma, cem dólares para você me levar para casa." Ele bufou e fechou os olhos, provavelmente tentando não explodir.

"Sai do meu carro." Falou e abriu os olhos olhando diretamente para meus sensíveis tesouros verdes.

"Tudo bem." Falei e abri a carteira novamente tirando mais uma nota de cem dólares. "Mesmo eu já achando de mais, te ofereço duzentos dólares para me levar até em casa."

"SAI DO MEU CARRO!" gritou me encarando profundamente fazendo eu sentir um calafrio na espinha.

Dei de ombros e guardei o dinheiro fechando a bolsa. Então, só de raiva peguei minha garrafa de água e virei ela no banco e no chão do carro o molhando inteiro fazendo ele berrar de raiva enquanto eu saia do carro com um sorriso cínico no rosto.

Fechei a porta do automóvel preto e o povo que eu tinha me livrado voltou fazendo eu perder a paciência.

"SAIAM DA MINHA FRENTE SEUS VERMES!" gritei empurrando todos da minha frente com força conseguindo abrir caminho chegando no meu verdadeiro carro.

Abri a porta e entrei jogando minha mochila para dentro irritada com a incompetência de meus seguranças.

"Ande logo, quero ir para a minha casa." Reclamei para o motorista que arrancou o carro e saiu quase atropelando alguns paparazzi, pelo menos esse servia para alguma coisa.

Com o carro parado na frente de casa, desci e fui até a porta onde estava meu segurança parando na frente dele sorrindo cínica.

"Está demitido, idiota." Falei passando a mão em seu rosto dando um leve tapa enquanto o motorista abria a porta de casa para mim.

Entrei e vi minha empregada vindo até mim com pressa para atender aos meus mandatos.

"Ande, arrume meu material para amanhã e ajeite meu banho, estou morrendo de cansaço." Falei largando minha mochila da Gucci em suas mãos sem parar de andar. "Ah, e deixe a minha carteira em cima do criado mudo." Falei desbloqueando a tela do celular para atualizar minhas redes sociais.

"Senhorita, sua mãe mandou avisar que ela está te esperando no escritório." Ela disse tocando levemente o meu ombro me fazendo parar. "Ela também falou que o assunto é importante." Falou e eu revirei os olhos tirando sua mão de mim enquanto ia em direção a escada no canto da sala que dava para o escritório. Subi a escada sem parar de usar o celular fazendo eu demorar um pouco para chegar no local de trabalho de minha mãe. Como já estava acostumada e não tenho paciência para ficar enrolando, abri a porta como sempre sem bater antes dando um susto na mulher que estava atrás da escrivaninha de madeira.

"Eu já te avisei que vai ser melhor para você se começar a bater." Ela falou e eu dei de ombros me sentando na cadeira de couro que ficava de frente para ela e coloquei meus pés em cima da mesa de madeira.

"Fale logo, tenho um banho à minha espera." Falei e ela se levantou e empurrou meus pés para o chão logo jogando um pacote aonde estavam meus pés. O meu pacote.

"Uma empregada que estava limpando seu quarto veio me entregar isto, ela encontrou atrás de um de seus espelhos." Falou ela cruzando os braços e eu encarei a embalagem.

"Não sei como isso foi parar lá, e também não sei o que tem aí dentro." Que mentira ruim, escrito no pacote o que é.

"Então abra e veja, já que ficou analfabeta." Respondeu e eu peguei a embalagem a abrindo sentindo aquele cheiro que me fazia delirar. "Se lembrou, não foi?" Ironizou arrancando o objeto de minha mão deixando cair um rolinho. "Agora explique antes que eu te mande de volta para a França." Se sentou e eu a encarei novamente.

"Esse pacote eu peguei quando a gente voltou de viajem, no aeroporto." Falei e cruzei os braços. "Mas afinal, eu não consegui fumar nenhum até agora, e você não tem nada a ver com isso, já que age como se nem me conhecesse." Falei pegando o cigarro do chão já me levantando para sair.

"Eu ainda não acabei, mocinha!" Aumentou o tom de voz se levantando para tentar me segurar pelo braço mas eu desviei.

"Ah, vai se fuder!" Respondi fechando a porta do escritório com força deixando ela soltar um grito de raiva lá dentro.

Desci a escada encontrando no final dela minha empregada à minha espera.

"Espero que não tenha ficado escutando a conversa." Falei para ela que levou um leve susto e ajeitou a postura.

"Não, senhorita. Só estava te esperando para te perguntar se quer o banho com sal espumante ou não."

"Espumante. E antes que eu me esqueça, arranje um isqueiro para mim, mas não desses de pobre. Quero um bonito."

"Sim, senhorita." Falou e saiu quase correndo dali para atender meus pedidos.

☆☆

eae

IgnorantOnde histórias criam vida. Descubra agora