Capítulo 7

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Cristina


Olho para o relógio e faltam dez minutos para as quinze horas. Está tudo pronto por aqui e a ansiedade só aumenta cada vez que o ponteiro se aproxima mais do número três.

A primeira a chegar é a Flávia, já entrando no escritório aos pulos.

— Amiga, que lindo! Parabéns, ficou tudo perfeito! — Ela me abraça forte e tira uma risada de mim.

— Fico feliz que tenha gostado! Vem, deixa eu te mostrar tudo.

Eu a puxo pelo braço e vou mostrando todos os cômodos e em cada um que ela entra, sou surpreendida com seus gritos abafados de euforia. É nítida sua felicidade e espero muito que todos gostem da mesma forma que ela.

Quando voltamos à recepção, vejo que alguns clientes começaram a chegar. Deixo minha amiga sozinha por alguns minutos e me dirijo a eles, cumprimentando-os. Apresento a todos a nova sede do escritório e pelo olhar que recebo de cada um, vejo que ficaram muito satisfeitos.

Aquela ansiedade que eu estava sentido mais cedo aos poucos vai cedendo lugar a felicidade por ver que todos estão gostando.

O bufê já começou a servir os convidados e logo todos estão entretidos comendo e conversando. Inclusive a Flávia se juntou a eles na conversa, apresentando uma de suas pinturas que está decorando a parede da recepção. Ela me deu de presente assim que anunciei o início da reforma e ficou simplesmente perfeita no local que escolhi pendurá-la.

As horas passam feito segundos, e eu fiquei tão entretida que não vi o tempo passar. Mas algo está me incomodando desde que as pessoas começaram a chegar: o André ainda não apareceu.

Tiro o celular do bolso e está marcando dezesseis horas e trinta minutos. Nenhuma notificação de ligação nem mensagem dele. Que estranho, já era para ele ter chegado. Não posso acreditar que ele se esqueceu de mim, ele me prometeu que viria.

— Cris, o que foi? — Vejo Flávia chegando perto de mim com um olhar preocupado.

— O André não deu notícias até agora. Não acredito que ele não vai vir. — Abaixo o olhar tentando esconder a tristeza nos meus olhos.

— Calma, Cris. Talvez ele só esteja atrasado, daqui a pouco ele chega. — Ela afaga meu braço tentando me tranquilizar.

— Não sei não, Flá. Algo me diz que ele vai me dar um bolo.

— Vamos esperar mais um pouco, se ele não aparecer você liga para ele.

Balanço a cabeça assentindo, mas não tenho a mínima intenção de ligar. Caramba! Eu conversei com ele hoje de manhã, não é possível que ele tenha esquecido.

Mais uma hora se passa e meus convidados começam a se despedir até que ficamos somente eu, a Flávia e a Karina.

Depois que organizamos tudo, libero a Karina para ir para casa e ficamos apenas eu e minha amiga. Agora que estamos sozinhas, posso colocar para fora tudo que segurei durante essa tarde.

— Eu não acredito que ele não veio, Flá. Que tipo de marido ele é? — Levanto da cadeira e começo a andar de um lado para o outro, passando as mãos pelo meu cabelo, deixando a raiva tomar conta de mim.

Ela começa a abrir a boca para falar, mas eu a interrompo na mesma hora.

— Ele me prometeu que viria! Prometeu! — Eu não tinha intenção alguma de gritar com ela, mas quando percebo as palavras me escapam em um tom muito elevado.

De volta para mim [EM DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora