Capítulo 1

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*07:30, o despertador toca*
Eu : porquê?
Vesti a primeira coisa que me apareceu à frente. Camisa preta e vermelha aos quadrados com uma tank shirt preta por baixo, calças pretas rotas e umas doc marteens. Uma vantagem de ter um quarto de banho no quarto era poder-me arranjar como quiser e não ter de me cruzar tantas vezes com a minha família, muito menos nesta altura.
abri a porta.
Mãe: O QUÊ?!
Pai: SIM! NEM SEI PARA QUE É QUE AINDA ABRES A BOCA!
Mãe: DESCULPA?!
Jake: PAREM! PORFAVOR!
Pai: NÃO TE METAS NA CONVERSA!
Mãe: VIRASTE-ME AS COSTAS ADAM?
Pus os headphones no volume máximo. #Ah Marilyn, só a tua música para me tirar deste filme#
- Sim, esqueci-me de mencionar, tenho um irmão chamado Jake, tem 13 anos… e vai muito abaixo com as cenas diárias cá de casa, refiro-me às discussões… preocupa-se muito mais do que eu. Sinceramente nunca percebi como é que os meus pais ainda estão juntos. Casal mais bipolar à face da terra! Num dia estão bem depois é uma semana a discutir, sem contar com as traições e mentiras que toda a gente tem conhecimento. Tristes. Devem ter medo de ficar sozinhos, bem… mais vale sozinha que mal acompanhada. –
Desci as escadas até à cozinha sem ninguém perceber, peguei numa maçã e saí de casa. Sim, ainda é cedo mas prefiro ir para os prédios abandonados perto da merda da escola do que ficar em casa, além do mais tenho um maço de tabaco quase cheio, um caderno, uma caneta e música. Tudo o que preciso.
Não estava com paciência nenhuma para qualquer tipo de cenas, comecei a desenhar mas rapidamente apaguei o cigarro no caderno e risquei a folha. Tirei os headphones e acendi outro. Ouvi um barulho.
Olhei pela janela e vi um vulto a entrar no prédio, merda. Isto só tem uma saída e saltar não é opção.
Eu: Nunca te vi por aqui.
Andrew: Mudei-me à pouco tempo. Este é o meu primeiro dia de aulas cá e não estou nem aí para isso.
Eu: E vais estudar para onde? Se puder perguntar.
Andrew: Os teus pais nunca te ensinaram que falar com estranhos é perigoso?
Eu: Tudo o que eles me dizem geralmente não se escreve e eu tenho mais medo do que conheço do que do desconhecido, devo dizer. Mas isso é alguma confissão?
Andrew: Não, mas se fosse não tinhas muito a fazer.
Eu: Não que me importasse, porque me é indiferente.
Andrew: Tal e qual. Como é que te chamas, se puder perguntar.
Eu: Alison.
Andrew: Andrew.
*demos um aperto de mãos e ele sentou-se ao meu lado, olhou para o meu caderno.*
Andrew: Andas revoltada.
Eu: E novidades?
*ele olhou pela janela, depois olhou para o chão.*
Andrew: O que é isto?
Eu: Isto é o resultado de projectos que não andam para a frente e que servem de refúgio para pessoas como nós.
Andrew: Boa! Ao menos ainda pensam nos outros.
Eu: Não vás por aí.
Andrew: Bom, quem és tu ao certo?
Eu: Sou a Alison, tenho 16 anos, amo lobos e a cor roxa, tenho uma paixão pelo Marilyn Manson e o resto são horas gastas.
Andrew: Suponho que seja a minha vez.
Eu: Acho que sim.
Andrew: Andrew, 17, adoro linces e sim o Marilyn é awesome.
Eu: Bem vindo.

In the EndOnde histórias criam vida. Descubra agora