Primeira proposta

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Fizemos um trato, e a partir dele criamos uma aliança que seria interminável até o fim do ano letivo. Ela se chama Helena, seu doce jeito me encantou junto à sua beleza que atrai olhares de muitos. Ela não é popular, e isso é algo ainda mais chamativo, pelo meno para mim. No começo éramos afastados, apesar dela estar sentada uma carteira à minha frente,  seus sedosos cabelos lisos quando soltos sobre a minha mesa davam-me um alívio ao sentir aquela suave sensação de paz odorífica. Mesmo após meses, nossa relação ainda era algo pouco esperançoso de intimidade. Até o dia de trazer o livro didático.

Por conta do peso, o livro de sociologia era descartado dos demais que vinham em sua mochila roxa com bolinhas brancas. Aquilo foi vantajoso a partir do momento em que a professora entrou em sala e pediu aos alunos para fazer uma atividade no livro. Todos concordaram e isso foi o início de algo, imprevisivelmente, a ser aceito. A primeira proposta.

Foi automático. Ela veio a minha mesa para fazer a atividade, foi uma breve solicitação, mas foi o marco de um grandioso começo. No início ela fazia as atividades com meu amigo Jorge, porém, ele mesmo não trouxe o livro nesse exato dia, restando apenas euzinho para ajudar. E  seguimos a atividade, assim como todas as outras que vieram após esse fenômeno.

Todos os dias ao seu lado estava eu por vontade dela. Foram dias maravilhosos, me sentia um rapaz orgulhoso e otimista, nada poderia nos separar. Helena e eu tivemos fama de casal, e isso não incomodava, mesmo o relacionamento sendo suave, leve e solto, como seus longos cabelos, o principal charme de muitos outros que me hipnotizavam até a alma.

Sem perceber, estava eu admirado pelo seu encanto, eu mal sabia que aquilo tudo fazia parte de um plano. Plano este que veio em forma de teste para destruir a prisão que eu mesmo criei.

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