A Carta

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Katie(Jéssica)

Ok, ele definitivamente não é da Terra.
— Biblioteca é onde pode-se encontrar vários tipos e gêneros de livros. — respondo, sorrindo — E
também conhecida como “o paraíso”.- ele me olha, confuso- Te levo para conhecer. Vai amar
mais que o Croissant.
Caminhos juntos até chegar a minha rua e nos despedimos com um abraço.
Prometi ligar assim que tivesse um dia livre para sairmos, o que significa que vamos sair juntos
de novo! Estou explodindo de felicidade!!!
Mingau estava a minha espera, jogado no sofá.
—Voltei! E olha, nem demorei. — acariciei seu pelo- Preciso pensar em um modo de trazer
Cristian para te conhecer. — olho pro livro do homem na Lua em cima da mesa — Mas antes,
tenho uma missão à cumprir:— levanto e pego o livro- descobrir como o homem chegou na Lua!
Fui para o quarto, e pelo caminho, reparei na bagunça que fiz antes de sair.
— Parece que o homem na Lua vai ter que ficar pra depois.
Após o almoço (sim, comi de novo o prato de cenouras), ouvi a minha playlist de música
preferida, porque hoje o dia estava indo muito bem, e voltei à atenção para o livro.
Uma batida na porta me chamou à atenção, então fui ver quem era.
— Boa tarde. — era o carteiro, com uma carta para mim. Assinei o papel e fechei a porta.
A carta estava direcionada especificamente para mim. Medo. Abri. Era do meu médico,
pedindo que eu voltasse para o seu escritório afim de conversarmos sobre um assunto
específico.
Pensei ter superado tudo isso. Mas vendo tudo de novo agora, sinto que estou enfraquecendo
novamente.
Em meio aos prantos, ligo para Cristian.
— Olá senhorita! Katie! O que aconteceu? Alguém morreu? — pergunta ele assim que entende.
— Você pode vir aqui?
— Aí?
— Eu não estou muito bem. Preciso de você aqui comigo, Cristian. — as lágrimas escorrem do
meu rosto e minha voz falha — Por favor. Preciso de você.
Um silêncio se fez do outro lado da linha. Ele deveria estar assustado assim como eu.
— Estou indo, Katie. — e desliga.
Olho novamente para o papel endereçado para mim. Como uma coisa tão simples, tão frágil,
poderia acabar com o meu dia inteiro? Não me refiro a folha, mas sim às palavras ali ditas.

15 minutos se passaram e ouvi batidas na porta.
Assim que abri, o abracei. Precisava sentir aquele conforto amigo.
— Está tudo bem, Katie? — ele disse quando nos afastamos, olhando fixo em meus olhos
lacrimejados.
— Não.— entro e me sento no sofá, indicando para que ele se sentasse também- Recebi isto do
hospital agora à pouco. — entreguei a carta para ele — Não precisa dizer nada, apenas fique aqui,
comigo.

Ele me olha novamente:
— Vou ficar.
Encosto a cabeça em seu ombro e a vontade de chorar me invade.
— Como aconteceu? — ele pergunta calmo, escolhendo as palavras certas.
— Eu não percebi quando aumentou. Eu estava apenas tentando esquecer a probabilidade de
que um dia pudesse se agravar.— lágrimas voltam a escorrer pelo meu rosto. Ele seca algumas,
ainda me olhando. — Podemos mudar de assunto?
Cristian analisa a minha sala, procurando palavras invisíveis para podermos começar uma nova
conversa.
— Aquele é o livro que me disse? — havia reparado no homem na Lua enquanto eu também
procurava palavras no ar.
— É.
Ele levanta e o pega, voltando a se sentar ao meu lado, e me apoio nele novamente.
— A capa é bonita. — vira umas páginas, fazendo barulho com as folhas.
— A história também. — mostro a página que parei — Mostra como nós humanos sempre fomos
curiosos.
Ele riu:
— E construíram sozinhos essa nave?
— Não é uma nave. — ri —É um foguete.
— Olha, você está sorrindo. — nos olhamos e sorri novamente — Como construíram o... foguete?
— Bom, — viro algumas páginas — há explicações meio complicadas aqui, e para montar é mais
complicado ainda.
— O Mingau! — meu gato subiu em seu colo — Por que ele está fazendo esse som? Está tentando se
comunicar? Não falo essa língua.
— Não. — riu, acariciando o pelo de Mingau — Ele está ronronando; assim, ele demonstra que está
tranquilo e satisfeito.
— Como todo esse som pode demonstrar seus sentimentos? — ele olha para o gato
—Ele sim é de outro planeta.
Sorrio:
— E como um abraço pode demonstrar tantos sentimentos? — o abraço de novo, e o sinto suspirar.

As horas passaram e o sol já estava se pondo. Cristian começou a ler o livro e me perguntava
ás vezes sobre algumas palavras.
—Eles realmente precisavam ir pra lá? Não tinham medo do desconhecido?— disse ele.
— Precisavam perder esse medo e conhecer coisas novas. — fecho os olhos — Assim como nós
também precisamos.
Antes de eu pegar no sono, vi Cristian sorrir para mim.

Obrigada por ler até aqui!Eu sou muito grata a você por isso, viu? Não esquece de votar e comentar o que achou!!! Até o próximo capítulo

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