Meu Querido Demônio

Capítulo 2: Recordações

Ali, em minhas mãos, se encontrava um pequeno álbum que havia criado para guardar os bons momentos de nossas aventuras. A cada nova aventura dimensional eu sempre fazia questão de registrar e guardar naquele álbum, me trazendo boas lembranças, algumas mais saudosas do que outras, mas ainda assim, únicas e insubstituíveis. Naquelas páginas, pude rever os primeiros dias da Star aqui na Terra e de nossas aventuras no reino de Miwne, além das imagens de nossos amigos e de ocasiões especiais que passamos juntos. Era bom relembrar os velhos tempos.

Soltando um suspiro, sorri novamente enquanto fechava aquele velho álbum de recordações e me levantava da cama pronto para guardá-lo mais uma vez quando noto uma das fotografias caída no chão. Lentamente estico minha mão para pegá-la virando-a para ver do que se tratava, me surpreendendo. Nela, Tom e eu estávamos meio que abraçados e ríamos alegremente, e observando a foto lembro-me perfeitamente do dia em que a tiramos, aliás, lembro-me como se fosse ontem.

Tom havia me convidado para a maratona de filmes do Mackie Hand (Mac Mão), cujo os ingressos já haviam se esgotados, mas sinceramente eu ainda estava desconfiado se deveria aceitar já que nós não nos dávamos muito bem, porém a Star havia me convencido a aceitar. Naquele dia, nós nos divertimos muito em sua carruagem, principalmente ao descobrir que o Tom também era fã do Sentence Love (Sentença de Amor), lembro-me da gente cantando as principais músicas, comendo doces, rindo, montando no tigre branco que ele possuía. Tudo estava perfeito, aquele estava sendo um dos melhores dias da minha vida, pelo menos, até descobrir que o Tom era um grande mentiroso e que havia mentido para mim.

Ele nunca gostara dos filmes do Mackie Hand, só me convidara por ser um teste de controle de raiva, onde ele teria que ficar com a pessoa que ele mais odeia em um lugar fechado para conseguir ganhar uma maldita insígnia. Ao saber a verdade fiquei arrasado, ele fingiu que gostava de mim e que podíamos realmente ser amigos só para ganhar a porcaria de uma insígnia! Ele até me chamara de egoísta, mas a verdade era que ele era muito pior do que eu.

Sem conseguir aguentar aquilo, gritei e joguei na cara dele o quanto ele estava sendo idiota e estúpido, mas o que se pode esperar de um demônio? Acho que no final aquela era a verdadeira natureza deles, mentir e enganar. Chateado e magoado arrombei a porta da carruagem e saí dali o mais rápido possível, ouvindo Tom dizer que nem tudo naquela noite fora mentira, que ele realmente era fã do Sentence Love, mas já era tarde, e por algum motivo sentia que meu coração estava muito mais do que quebrado.

Engraçado, ainda me lembro perfeitamente da última música que Tom cantou ao vir atrás de mim e que acabei cantando junto com ele naquela noite antes de nos separarmos.

🎶🎵🎶🎵🎶🎵🎶🎵🎶

Oh gata, eu nunca quis te machucar, não
E jamais eu te desampararia.
Anjo amável,
Pombinha branca.

Era amor, não vou duvidar.
desde o início eu vi brotar.
Não poderia acabar...

Mas meu coração está quebradoo...
É tarde demais. Huuu uuuu...

🎶🎵🎶🎵🎶🎵🎶🎵🎶

Com isso, saí dali deixando-o sozinho para trás até que, de repente, Tom começou a usar seu poder novamente, primeiro achei que ele estava tendo mais um dos seus acessos de raiva, mas não, ele usara seu poder para trazer Mackie Hand de volta à vida,, como um pedido de desculpas para mim, e confesso que achei aquela atitude muito fofa da parte dele. No final, não conseguimos assistir a maratona de filmes já que no meio da nossa briga Tom havia queimado os ingressos, mas foi muito melhor assim, pois nós assistimos o próprio Mackie Hand lutar ao vivo contra os seguranças do cinema.

Até que aquela noite havia sido divertida, mas por algum motivo, enquanto voltava para casa, não conseguia esquecer a forma como Tom me enganara, como me sentia confuso e como meu coração se apertava dentro do peito. O que aconteceria agora? Quando finalmente cheguei em casa, acabei sendo abordado pela Star que me encheu de perguntas, mas apenas lhe dei algumas respostas vagas e dizendo que estava cansado fui correndo para meu quarto.

E ali, sozinho naquele cômodo, troquei de roupa encontrando uma das fotos que havíamos tirado e quando a vi, meu primeiro pensamento foi rasgá-la em milhões de pedacinhos, mas não fiz. Ao invés disso, fui até o álbum de recordações que estava criando e a coloquei ali, entre as páginas em branco, guardando o álbum logo em seguida sobre o guarda roupa.

Agora, atualmente, fico feliz de realmente não ter destruído aquela fotografia. Ali, com ela em minhas mãos, recordando o passado e vendo o sorriso verdadeiro que brincava tanto no meu rosto quanto no de Tom, eu podia dizer com certeza que aquela lembrança era uma das mais preciosas que tinha. E ainda assim, ainda encarando aquela fotografia, sentia meu peito se apertar com as lembranças daquela noite e uma simples e solitária lágrima correr lentamente por meu rosto.

Sorri tristemente, secando a lágrima com as costas de uma mão enquanto que com a outra acariciava a nossa imagem, antes de guardá-la novamente no álbum, o fechando e colocando-o na mesinha ao lado de minha cama. E olhando através da janela, para o céu nublado, me mantive perdido em meus pensamentos enquanto meus sentimentos permaneciam confusos e meu coração abalado ao me lembrar dele.

– O que foi que você fez comigo, Tom? Por que fico assim ao me lembrar de você? – sorrio, sentindo a brisa fria que passava acariciar meu rosto, mas não trazendo nenhuma resposta com ela. O que eu deveria fazer?

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E aí pessoal? O que vocês estão achando da fanfic até agora? Estão gostando? Continuo ou não?

Hmmm... O que o Marco vai fazer agora? Também querem um capítulo narrado pelo Tom? É só dizerem. Rsrsrs...

Por favor, sintam-se livres para votar e comentar sobre a fanfic, sua opinião é muito importante. Bjs...