Muito tempo havia se passado desde sua última aventura dimensional, agora Marco vivia sua própria vida, se lembrando apenas das boas aventuras, amigos e inimigos que fizera no passado.
Porém, havia algo, ou melhor alguém, que ele não conseguia esque...
Que raiva!!! Naquele momento a única coisa em que eu conseguia pensar era em destruir, quebrar, torturar e eliminar alguma coisa ou alguém. Eu precisava disso, precisava gritar, berrar e deixar toda aquela pressão sair em chamas enquanto o sangue de alguém escorria suavemente pelo chão, cobrindo tudo.
Cheguei ao meu quarto, fechando a porta e a batendo com todas as minhas forças, chamando até mesmo a atenção de Brian que ao me ver, pôde perceber imediatamente meu estado de "espírito", correndo rapidamente para mim tentando me convencer a dar uma "voltinha e fica na boinha". Engraçado como antigamente isso funcionava, mas dessa vez isso não adiantaria, não naquele momento.
Me desviei de Brian, pois se eu perdesse o controle completamente tenho certeza de que ele não sobreviveria dessa vez. Rapidamente, fui até a janela e ao me dirigir a varanda que havia ali, me permitir perde o controle completamente, gritando e berrando o mais alto que podia, perdendo o controle de meus poderes e deixando que as chamas crescessem e lambessem cada pedaço daquela área, até que minha raiva finalmente diminuísse.
Por um tempo isso adiantou, claro que ainda continuava chateado e frustrado, porém agora eu me sentia melhor. Ao voltar para meus aposentos, pude encontrar Brian com meu coelhinho rosa, o Marshmallow, escondidos em um canto onde se protegeram das minhas chamas. Suspirando, caminhei até eles e coloquei a mão em seu ombro fazendo com o que o mesmo despertasse de seus pensamentos, notando que meu ataque de fúria já havia passado.
– Vocês estão bem? – perguntei, preocupado. Afinal, embora muito tempo já houvesse se passado, acabei me acostumando com a presença de Brian, quase como se ele fosse o irmão nerd, mas sábio, que nunca tive. Rsrsrs...
– Você realmente estava com raiva dessa vez. Destruiu até mesmo todo o quarto. – anunciou ele.
Ao olhar em volta percebi que realmente minha raiva estava além do limite. Todo o meu quarto acabara destruído, boa parte dos moveis virando cinzas negras no chão e que as rochas da parede agora se encontravam quase derretidas, como se fossem lava novamente. Suspirando, fechei meus olhos e estralei os dedos, fazendo com que a velha decoração fosse substituída por uma nova, novamente.
– Lamento, Brian. – digo suspirando. – Mesmo depois de todos esses anos tentando me ajudar com a raiva, ainda assim, acabo perdendo o controle.
– Não se preocupe com isso, Tom. – diz ele, retirando meu broche de controle de raiva que antes marcava 789 dias sem raiva, mas que agora voltava a 0 dias. – Esqueça esse broche. Sim, você sentiu raiva e sim você perdeu o controle dela, mas estando ao seu lado esses últimos anos posso afirmar que você tem demonstrado um controle excepcional e estou orgulhoso disso. – anuncia, sorrindo. – Você evoluiu de uma forma surpreendente, mas não pode esperar que nunca mais sinta raiva, Tom. A raiva é um sentimento comum e tudo bem se perdemos o controle às vezes, afinal, errar é humano. – comenta rindo, me entregando Marshmallow em seguida.
– Valeu Brian. – digo sentando em minha cama e acariciando a cabeça daquele coelhinho peludo. – Você tem sido um bom instrutor e, além disso, é um bom amigo. Obrigado por estar do meu lado.
– Sempre. Pode contar sempre comigo. – comenta, sorrindo amigavelmente. – Mas se me permite perguntar, o que lhe aconteceu que lhe deixou com tanta raiva assim? Por acaso se reencontrou com aquele jovem, o Marco Diaz?
– Marco? – digo surpreso por Brian tocar nesse nome. – Não, nada a ver. Por que achou que minha raiva estava ligada ao Marco?
– Perdão, é que antigamente, seus piores acessos de raiva apareciam quando se encontrava com esse jovem, achei que fosse o caso. – murmura levemente. – Bem, eu vou precisar sair por um momento, mas se precisar de algo basta chamar.
Assim que Brian saiu, deitei em minha cama com Marshmallow ainda em meus braços, o acariciando. Se eu ficara com raiva de Marco Diaz? Não, o motivo do meu descontrole e da minha raiva não tinham nada a ver com aquele humano, até porque já fazia muito tempo que não o via, nem ele nem a Star.
É verdade que no passado eu o odiava, principalmente depois que cheguei a pensar que os dois estavam juntos, mas depois daquela noite em que o enganei sobre levá-lo a maratona de filmes do Mackie Hand, eu pude ver que o Marco era realmente um cara legal e por incrível que pareça me divertir muito com ele naquela noite. Até que estraguei tudo.
Deixando Marshmallow na cama, me levanto e vou até a gaveta da minha cômoda e ali, mexendo em seu fundo encontro o envelope em que havia guardado as fotos que eu e o Marco tiramos aquela noite. Todas estavam ali, exceto uma, a que o Marco e eu estávamos abraçados e rindo, acho que a perdi, mas pelo menos as outras continuavam intactas ali comigo.
Ao olhá-las mais uma vez, me lembrava cada vez mais daquela noite. A última foto me fizera rir, uma sensação saudosa invadindo meu peito. O Marco havia insistido em bater essa foto e por isso, graças a ele, nossos rosto foram cortados, pegando apenas a parte superior, mostrando nossos olhos e nossas cabeças. Me pergunto se ele já aprendeu a fazer isso ou se ainda é um desastre com a câmera. Rsrsrs...
Incrível. Ao me recordar dele, me esqueci completamente do motivo que me deixara com raiva mais cedo, e por mais inimaginável que seja, ao estar ali olhando aquelas fotografias um sentimento estranho invadia meu peito, seria saudade? Era isso? Eu estava com saudades de Marco ou seria outra coisa? Eu ainda me lembrava daquele humano irritante que conheci, de seu sorriso, de sua mania em me querer longe da Star, do sonho que ele tinha de ser tornar um faixa preta das artes marciais, e por algum motivo me lembrar dele aquecia ainda mais meu coração. O que será que estava acontecendo comigo?
Sem perceber, acabei levando aquela fotografia aos meus lábios e perdido em meus pensamentos, me lembrava cada vez mais daquele mero humano, que agora mesmo longe parecia mexer extremamente comigo. Será que ele também sente saudades de mim?
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🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸🌸 E aí pessoal? Espero que vocês tenham gostado do capítulo de hoje, e não se preocupem, continuarei postando.
Hmmm... O que será que deixou o Tom com tanta raiva? Alguém adivinha? Qual será o próximo passo de nossos heróis?
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