A voz suplicava.
"Maldita chorosa"
Eu mediquei-me fazia 3 horas.-O que deseja?
-Ele havia dito, com aquele olhar acolhedor...
-Sabe que nele jamais deveria ter confiado, tola.
- Isso é cruel. Sinto-me como um pássaro após ter suas asas arrancadas.
A sacada seria uma opção menos dolorosa.-Inferno. Foda-se a sacada. Trate de escrever algo decente. Converta estas lágrimas em palavras.
Logo, logo, teremos de cuidar dela...-Como pode ela estar desperta?
-Ha, docinho. Não se esqueça. Ela é uma bela ninfomaníaca. Aquela maldita succubus!
-Você sabe que mesmo assim, continuará com o interior tão vazio quanto este copo.
-Vamos. Preencha-o então. Temos mais duas garrafas, o que está esperando?
-Estamos exagerando. Por favor...
-Trate de tomar. Você terá de adormecer, nem que seja embriagada. Este corpo precisa de cuidados carnais e não de seus anseios suicidas.
-Não durará por muito tempo.
Embrenhada nas chamas, lá jazia a Serva de Asmodeus.
Deitada em seu leito efervescente , aguardava ansiosa para agir.
Ela sabia que por mais "errôneo", a promiscuidade ainda era uma oferta de salvação.Rosa virginal. Intacta. Úmida . Tentadora
O selo de castidade era mantido, (tal como deixar uma fera enjaulada)
Saberiam domar algo tão selvagem?
Mas em épocas como está, quem caberia a gastar de seu tempo nisso, quando se existem boas e dóceis criaturas lá fora.
Mulheres lindas, adocicadas.
Emanando jovialidade e servindo de inspiração à obras românticas.
Eles adoram o bom perfume de seus cabelos sedosos.
Cantam, escrevem
Choram por estes seres tão mansos.Até mesmo a própria succubus desejava usufruir de uma delas.
Perder-se completamente em meio as suas pernas, e apenas deixa-la ir quando estivesse satisfeita daquele néctar viscoso.Ela esfregou-se em sua própria imaginação, e delirou quando o êxtase a alcançou.
Ah, delírios
Pela dominação,
Delírios por submissão
Delírios sádicos e corrompidos.
Sujos e mal interpretados.
-Ela era uma garotinha malvada,
Pequena demônia da vulva rosada.
Promíscua, promíscua,
Pingava, assanhada.
Queria usar e ser usada.
Pobre vadiazinha,
Da cabeça conturbada.
Um dia ele a quis,
No outro foi abandonada.
Anjinho caído,
Derrubaram-no outra vez?
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LYKÁNTHROPOS
PoesiaLykánthropos é uma coletânea de poemas pessoais que foram proferidos dos diários íntimos de uma infância e de finalidade terapêutica. Em virtude, o passado evita ser um inimigo quando se resolve colocá-lo a serviço das casas poéticas. -2018-