Misantropia

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Naquela noite de Setembro,
Um corpo inexpressivo jazia em minha cama.
Tomado pelo repugnante conformismo
Um período bélico para as entidades que se corroiam dentro de mim.

Clamavam os nomes de antigos amantes,
Reciclando fragmentos de memória daquela velha caixa empoeirada.

Fazia tanto tempo sem gozar o fascínio
O toque lúcido de um corpo amado
Intensidade necessária,
Suficientes para marcar ambas partes:
Corpo e Alma.

Ainda assim,
vinha em meu pensamento que os dias se passariam
E haveria de restar apenas um borrão indecifrável.

Concluindo minha metamorfose
Para um ser andarilho,
Que desejava vaguear constantemente.

Uma vez que se esbarrar em mim,
Jamais me encontrará novamente.

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