Minhas pernas estavam inertes enquanto cada fibra do meu corpo estremecia a cada batida agressiva do outro lado do meu apartamento.
Pensei rapidamente em ligar para a polícia, mas até que eles chegassem, eu já estaria morta na pior das hipóteses.
-Dia, você ficou assustada do nada.- disse Lis. -O que tá acontecendo?
A voz de Lis me tirou do meu curto transe de desespero mútuo.
Eu não sabia o que fazer.
A pessoa atrás daquela porta queria o dossiê.
E ainda tinha essa outra pessoa que me mandou a mensagem.
Ela também está atrás do dossiê? Será que ela vai me matar também?Bom, ela não está tentando me ajudar. Ela claramente não quer que o dossiê caia nas mãos dessa outra pessoa.
-DIANNA! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AI?- gritou Lis. Puro vez de relance pela tela do computador que sua expressão era de angústia.
E não era pra menos.
Obriguei minhas pernas a se moverem e cambaleei até a mesa tentando abrir a bolsa. Depois de alguns segundo consegui abri-la e por o dossiê lá dentro.
Joguei minha carteira com identidade dentro e fechei.
Vesti uma blusa vermelha que encontrei no chão e uma calça jeans velha.
Pus a mochila nas costas e corri pro computador.-Meu amor eu te amo.- tentei dizer racionalmente, mas as palavras tropeçaram uma na outra deixando quase impossível de se entender.
-O que você disse?- perguntou ela. -Dia, me diz o que está acontecendo. Por que se arrumou? Pra onde você vai?
-Lis depois eu te conto.- retruquei tentando escolher as palavras. -Eu preciso sair agora. Não atenda ninguém pela web. Eu vou dar um jeito e falar com você. Te amo.
Não esperei a resposta dela e então puxei a tomada do computador.
Como era um notebook eu o peguei e pus embaixo do braço.Ouvi um estrondo vindo da porta da frente.
Eles começaram a tentar derrubar a porta.
Meu medo e aflição começaram a ser mais visíveis. Minhas mãos estavam tremendo. Mal conseguia segurar o notebook.Corri para a janela do quarto e abri tentando olhar o chão lá embaixo.
Era uma queda e tanto.
O apartamento era no quinto andar.
Não havia muros por perto para me jogar.
Quando a falta de esperanças começava a tomar conta do meu coração, eu havia percebido que havia um duto de encanação do lado da janela.Então sem pensar duas vezes me coloquei para fora no parapeito da janela.
O notebook na minha mão me impediria de fazer qualquer coisa, então o joguei andar abaixo. O notebook se espatifou no chão mas o barulho foi abafado pelo vento e pela chuva.Ah! A chuva.
Eu havia me esquecido dela.Então eu me atirei para o cano ao lado da janela. Escorreguei alguns metros mas tentei segurar em alguns parafusos.
O vento soprava forte em meus cabelos e a chuva batia anestesiando o meu rosto.
Tentei olhar para baixo.
Ainda estava longe do chão para um salto.Então agarrei os pés com firmeza nos tijolos da parede e tentei descer devagar.
O primeiro andar que eu desci foi tranquilo. Cheguei próxima a uma janela.
Eu não sei o que estava passando na TV deles, mas era algo sobre jacarés na Suiça.Isso me espantou. Mesmo com o barulho da chuva ainda prestei atenção nisso. Mesmo que minhas pernas e meu corpo exausto doessem ao ponto de desejar se jogar dali.
Quando pisei o pé esquerdo no tijolo de baixo um parafuso se soltou aonde eu estava segurando.
Meus olhos apertaram para cima e vi reação que isso causou.
Todos os outros parafusos estavam se soltando e consequentimente o cano da parede.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Dossiê de Evie (Revisando)
Mystery / ThrillerDianna é uma detetive desempregada. Sua vida monótona começa a virar de cabeça pra baixo quando ela encontra um dossiê escrito "Evie". ela descobre que muitos querem essa pasta e a matariam para obtê-la, pois dentro desse dossiê há um segredo.