Capítulo 01

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Uma noite como tantas outras, o bar estava cheio, homens bebiam, jogavam e apalpavam as garçonetes, Katherine odiava estar ali, odiava o cheiro que exalava dos corpos, dos olhares lascivos de tudo enfim, mas, que escolha tinha? Se não fosse por aquele emprego estaria na rua, sem nada, pelo menos ali havia um quartinho onde podia dormir.
Katherine virou-se, estava indo na cozinha buscar os pedidos da mesa quatro, que como sempre era a que mais perturbava, o pior de todos era o velho Bill, um homem com mais de 50 anos, careca e com alguns dentes faltando, mas que se achava o garanhão, talvez ele pensasse isso porque muitas garotas flertavam com ele, não por ele na verdade, mas por sua carteira que estava sempre recheada, Katherine foi uma das únicas garçonetes que não se deixou comprar por aquele velho nojento, e por isso ela se tornou o alvo favorito para as brincadeiras sem graça e humilhações.
Seu chefe Xavier era uma excelente pessoa, não a maltratava ou exigia que ela fizesse sexo com os clientes, o que geralmente acontecia com as diversas moças que como ela, trabalhava ali. Suas colegas de trabalho vendiam seus corpos em troca de dinheiro para os homens repugnantes que frequentavam o bar.
— Ei Kate. - Xavier chama a jovem mulher de cabelos cor de mogno, com profundos olhos castanhos, de corpo esbelto, mas cheio de curvas que vários homens assediavam, Katherine Svane achava que tinha uma beleza comum, mas possuía diversos admiradores, porém não desejava chamar a atenção de nenhum homem para si, não pretendia apaixonar-se, não acreditava em contos de fadas, tudo o que queria era poder ser feliz, ter alguém que se importasse verdadeiramente com ela.
— Algum problema Xavier? Kate aproxima-se sorrindo, adorava aquele homem que lhe deu abrigo, e um emprego, assim como a esposa e os filhos dele.
— Anne não estava bem, por isso a mandei para casa então preciso que dance novamente esta noite. – Diz sem jeito, não gostava de pedir para Kate dançar, mas o sustento da sua família dependia daquele bar.
— Tudo bem Xavier, desde que nenhum daqueles nojentos me toque. - Ela não suportava imaginar as mãos daqueles homens em seu corpo.
— Deixei Tom responsável por sua segurança, e eu não deixaria que nenhum deles tocasse.
— Obrigada Xavier.
Kate sorri para ele seguindo para o pequeno palco que ficava no centro do bar, havia um poste de pole dance nele, ela subiu, fechou os olhos se concentrando somente na música ignorando alguns bêbados que já gritavam obscenidades
Todas as noites o bar enchia-se de motoristas de caminhão que adoravam apreciar ao show das garotas, para depois levá-las ao motel mais próximo, e se saciarem com seus corpos, Kate odiava isso, havia perdido sua mãe para as drogas e a prostituição, mas não tinha outra escolha até juntar dinheiro suficiente teria que se submeter a isso, ela fecha os olhos e deixa-se levar pela batida da música, gostava de dançar, só não suportava os gritos obscenos dos homens, então se concentrava só na música e ia para um mundo somente seu.
Estava dançando quando sentiu uma presença que a arrepiou toda, não resistiu e abriu os olhos procurando pelo causador desta sensação esquisita, e se deparou com um par de olhos verdes poderosos que pareciam devastar sua alma, Katherine devolveu o olhar, queria ver mais do rosto daquele homem misterioso, mas ele estava em um canto escuro e só o que ela conseguia enxergar eram os olhos e os cabelos bagunçados, o estranho desviou o olhar quando uma mulher chamou sua atenção, ela era linda alta e elegante, Kate já a tinha visto por ali não entendia como uma mulher com a aparência dela poderia ir até aquele lugar, ela aparecia pelo menos uma vez por semana e saia de lá com um homem diferente, era realmente muito estranho. Voltou sua atenção para o palco quando um dos idiotas bêbados tentou toca-la, e fora imediatamente impedido por Tom, que a ajudou a sair, Katherine desceu depressa e o procurou pelo bar, mas não o encontrou.
E fora na noite seguinte que o vira novamente, mas dessa vez ele estava sentado em uma das salas privadas enquanto a loira estava ajoelhada a frente dele lhe chupando, enquanto ele segurava fortemente os cabelos da garota ditando o movimento que queria, até aquele momento Katherine nunca havia visto cena semelhante. Olhou então para o lindo homem gemendo e proferindo alguns palavrões que eram quase abafados pelo som da musica e logo se sentiu excitada, era lindo, pecaminoso e tão proibido que fez sua calcinha molhar. Não podia negar que pela primeira vez desejou ser aquela loira, esta chupando aquele homem, transar desesperadamente com ele, ser apenas dele.
- É feio espiar Kate. Katherine assusta-se e afasta-se da porta ligeiramente totalmente corada.
- Eu não estava espiando Barbara. E sem esperar que a garota lhe diga alguma coisa Kate sai desnorteada pelo bar, estava enlouquecendo, e precisava saber quem era aquele homem.
E durante as noites que seguiram ela o procurou até que acabou desistindo, procurou até pela loira mas ela também não apareceu. Mas o que falaria se o visse? Teria coragem de chegar até ele e lhe perguntar o nome?
Ela parou de pensar naquele homem e se deixou levar pela batida, deixou de lado os gritos animados dos bêbados, e das cantadas baratas, deixou que a música a levasse a um lugar desconhecido, o seu próprio mundo cheio de sonhos. Deixou assim que seus pensamentos voassem para o futuro. Kate tinha o sonho de ser escritora, amava os livros, e o mundo em que eles sempre a levavam, ela escrevia poemas e era boa nisso. Queria um dia poder trabalhar quem sabe em uma editora, ou até mesmo uma biblioteca, no entanto ao procurar tal emprego fora escorraçada e comparada a uma ladra.
Queria ser alguém que sua mãe pudesse se orgulhar, seria a Kate sem o passado trágico, aquela que não carregaria mágoas e traumas, ela tinha sido marcada pela tragédia desde criança e esquecida por aqueles que deviam ama-la.
Mal sabia Katherine Svane que sua vida mudaria drasticamente em tão pouco tempo. Depois de problemas financeiros Xavier vendeu o bar para um homem chamado James, ele parecia um bom homem no começo, e como Xavier ele lhe deixou ficar no quarto dos fundos, mas Katherine tinha certo receio com o novo patrão, ele a olhava de modo estranho e isso a amedrontava. Os meses se seguiam e James nunca passava de olhares tortos, ela continuava a dançar, e a morar no quarto dos fundos, no entanto dormia com uma espingarda a tira colo, Xavier havia ensinado-a a atirar para que se defendesse se preciso fosse.
Kate assustou-se quando James a agarrou por trás surpreendo-a, ele a prensou contra a mesa e esfregou sua excitação em seu traseiro enquanto lhe puxava os cabelos.
- Agora somos só nós dois meu docinho. Ele diz causando uma náusea em Kate.
James nunca havia passado de palavras ou olhares, sabia que ele estava bêbado e que seria fácil livrar-se dele, assim como já havia se livrado de vários homens durante o longo caminho que percorrera depois que saiu do orfanato.
Voltando ao presente Kate já estava prestes a golpea-lo nas partes intimas quando escutou o forte estrondo e em seguida o corpo de James estava caindo inerte no chão.
Amanda sua colega de trabalho havia quebrado uma garrafa na cabeça do homem.
- Vá embora daqui Kate, ele nunca vai deixa-la em paz, não enquanto você lembrar a vadia da ex-esposa dele. Fisicamente ela se parecia com a ex esposa de James, talvez seja por este motivo os assédios, segundo a suas colegas de trabalho ele ficara arrasado depois que a esposa fora embora levando a filha.
Kate sempre soube que James tivera um caso extraconjugal com Amanda, por este motivo sua esposa o havia deixado.
- Eu não tenho para onde ir Amanda. Kate realmente não tinha ninguém com quem pudesse contar, todos esses anos nunca encontrara ninguém que verdadeiramente se importasse com ela.
- Vá até este endereço. Amanda entrega um cartão luminoso a Kate que logo vê que se trata de uma boate. – Procure por Allan e diga que fui quem a indicou, agora vá depressa garota, arrume suas tralhas e dê o fora.
Tudo o que sobrara foram algumas gorjetas e suas poucas economias, e quem sabe aquele pouco dinheiro daria para lhe pagar algumas refeições. Chegou até o endereço dado por Amanda e procurou pelo homem chamado Allan. O cara parecia mais um cafetão, só pela forma como a avaliou de cima para baixo e lambeu os lábios como se quisesse prova-la.
Ele a ofereceu um cargo de garçonete e é claro de dançarina quando houvesse folga das garotas, o que Kate não contava era que devia andar seminua enquanto servia as mesas e muito pior quando tinha que dançar para aquele bando de velhos empresários que ali frequentavam na busca de sexo fácil. Por diversas vezes via suas colegas de trabalho fazendo sexo oral nos clientes, Kate era a única que não era obrigada a tal coisa, o que a fez ficar por três semanas. Ela não sabia como, mas Allan havia descoberto que ela era virgem e estava leiloando-a para aqueles velhos. Kate escutou uma das conversas de Allan com o dono de estabelecimento e por isso fugiu. Desta vez estava com ainda menos dinheiro já que se negava a satisfazer os homens da boate, consequentemente não recebia nenhuma gorjeta.
Por noites ela dormiu escondida em construções e casa abandonadas, e graças aos céus nunca fora vitima de nenhuma maldade. Certa noite depois de comer um pão velho e um copo de água Kate olhou para o céu estrelado e pediu para que um dia encontrasse a sua felicidade. Seu grande sonho era estudar, formar-se em literatura e quem sabe um dia reencontrar aquele homem, riu de si mesma por tal pensamento, era improvável que ela o visse novamente, estava muito longe daquele bar, a ideia de nunca mais vê-lo doeu em seu peito. Mas ele ficara tão gravado em sua memória, como aquilo podia acontecer? Nem chegou a vê-lo nitidamente, talvez se acreditasse em encontro de almas ou conto de fadas, ela se convencesse de aquele homem era a sua alma gêmea ou seu príncipe encantado. Mas ela não era aquela garota, não mais.
Fora no dia seguinte que conheceu Emma, a extrovertida garota de cabelos longos e loiros, de olhos azuis como o céu e elegante como uma bailarina, fora ela quem a salvou da miséria. Ela a levou para Seattle e lhe deu uma família.
E depois de todos esses anos Katherine Svane acordou feliz, não sabia explicar bem porque esta sensação, mas era uma experiência nova, como se algo bom finalmente estivesse próximo a acontecer.
Resolveu que deveria aproveitar deste sentimento já que isso era extremamente raro de acontecer, levantou-se fez sua higiene pessoal e foi tomar café, não havia muitas opções por isso fez um bom sanduíche para que pudesse fazer sua costumeira caminhada para logo depois passar o dia trabalhando na livraria.
Vestiu-se com jeans e uma blusa azul que colava perfeitamente em seu corpo, penteou os cabelos amarrando-os num rabo de cabelo, usou apenas um gloss. Colocou o colar que foi de sua mãe, e um par de brincos que Emma havia lhe dado.
Katherine morava em um pequeno apartamento em cima da livraria onde trabalhava, não era nenhuma mansão, mas servia muito bem para seus propósitos e na verdade não podia reclamar já que não pagava aluguel, pois trabalhava na livraria em troca de alguns trocados e pelo direito de morar ali, e devia ficar grata por isso porque se não fosse a Senhora Andrews Deus sabe onde estaria agora. Porem não devia só à senhora Andrews, mas principalmente a Emma sua filha.
Como descrever Emma? Ela era tudo o que Katherine não era e nunca seria. Emma era esfuziante em sua alegria de viver e transformava qualquer lugar por onde passava e foi isso que ela fez com a infeliz Katherine.
Lembrou-se de como ela conheceu Emma quando estava em uma lanchonete pensando em uma forma de pagar uma refeição só tinha pedido um copo de água até aquele momento e a garçonete já estava a encarando com cara de poucos amigos, foi quando estava prestes a levantar-se que Emma chegou e sem que ela esperasse lhe abraçou e foi logo dizendo.
- Amiga desculpe o atraso, mas o transito estava horrível. Falou isso em um tom de voz bastante alto para que a garçonete com cara de pitbull raivoso ouvisse e sussurrou ao ouvido de Kate. - Só concorde comigo, bom o que vamos pedir? Estou faminta. E após este dia Emma se transformou na sua única amiga, nunca soube como ela adivinhou que Kate não tinha dinheiro para comprar uma refeição, mas foi a partir daí que ela começou a acreditar na humanidade novamente.
Emma não só pagou por aquela refeição, mas convidou Katherine para passar a noite em sua casa foi então que conheceu Lívia Andrews a mãe de Emma, uma mulher de 45 anos, mas que aparentava menos de trinta, era tão esfuziante quanto à filha, Lívia tinha uma pequena livraria que havia herdado da avó de onde tirava o sustento dela e da filha, Kate imediatamente se apaixonou por aquela pequena família, e prometeu que faria de tudo para recompensá-las por terem a acolhido, não demorou muito e ela pode cumprir sua promessa Lívia ficou doente e teve que ser internada com suspeita de pneumonia.
E como as duas Andrews retiravam seu sustento da livraria, Kate ficou com a missão de cuidar dos negócios já que Emma não queria ficar longe de sua mãe, e Katherine assumiu esta responsabilidade com prazer afinal era uma maneira de recompensar as duas.
Mas como sempre em sua vida a felicidade foi efêmera, Lívia teve complicações e acabou falecendo deixando sua filha sozinha no mundo, não tão sozinha, pois Katherine foi o porto seguro de Emma durante este momento difícil, na verdade as duas se apoiavam até que um dia apareceu um primo distante de Emma que ela nem sabia da existência, oferecendo pagar a faculdade de moda que ela tanto queria cursar.
Apesar de Emma insistir em não ir Katherine acabou conseguindo convencê-la e agora sua única amiga no mundo inteiro estava em Londres cursando moda e Katherine estava sozinha novamente, mas não era de todo ruim pelo menos tinha um lugar para morar, um carro que Emma havia deixado e algum dinheiro guardado, apesar de Emma dizer que ela poderia ficar com todo o lucro da livraria Kate sabia que a vida em Londres era muito cara e que o primo de Emma somente pagava a faculdade seus outros gastos ela que tinha de arcar então Katherine mandava todo o dinheiro para ela e ficava só com o suficiente para pagar as contas e comprar comida, ela não se arrependia disto afinal Emma merecia tudo de melhor e se dependesse somente de sua vontade nada faltaria, mas as coisas neste mês não foram muito boas e ela teve que abrir mão do aquecimento para poder mandar mais dinheiro a Emma que estava fazendo um curso alternativo na faculdade o que acarretaria créditos a mais ao seu currículo.
Inalando o ar fresco da manha Kate começou sua caminhada, adorava sentir o sol em sua pele, e o contato com as pessoas.
- Bom dia Sra. Crowler. Ela cumprimentou a velha senhora que vendia flores e imediatamente ganhou uma rosa branca, era isso que fazia com que seus dias fossem menos solitários.
Kate beijou o rosto da velha senhora colocou seus fones de ouvido e começou sua caminhada. As mesmas pessoas que também caminhavam no parque a cumprimentaram assim como os animais que já a conheciam.
Para ela estar rodeada de pessoas que sequer conhecia era como não estar sempre sozinha, depois que Emma se fora para Londres, ela só tinha Adam, seu amigo de décadas.
Namorados? Lian fora seu único namorado, passaram dois anos juntos e fora a ele que havia entregado sua virgindade, se conheceram em um cursinho de biblioteconomia, tornaram-se amigos e em seguida estavam namorando. Tudo estava muito bem até que ele a trocou por uma garota rica que conheceu no bar onde tocava, deixando-a ainda mais desacreditada em homens, não que o amasse, mas gostava de estar com ele. Lian era um bom homem, sempre a tratava com carinho e lhe dava a atenção. A verdade é que mesmo estando com Lian, Katherine nunca conseguiu esquecer o estranho do bar, ele ainda povoava seus pensamentos e os seus sonhos.
Todos os homens que se aproximavam pensavam que ela fosse apenas um sexo fácil, alguém que por morar sozinha fosse se entregar a todos por apenas uma noite sem querer nada em troca. Odiava o modo como Brad, o garoto loiro de olhos castanhos com cara de bebê ia à livraria apenas para canta-la, tinha nojo de homens como aquele. Na verdade o único homem que ainda permitia em sua vida era seu amigo Adam, ele era sua companhia em almoços diários e as noites de diversão na sinuca, danças e karaokê. Sorrindo Katherine volta à livraria, mas tem uma surpresa desagradável ao ver Brad na porta a esperando com flores na mão. Será que ele nunca desistiria?
- Katherine, nunca canso de admirar sua beleza. Ele tenta ser galante. – Eu trouxe flores. Katherine as recebe a contragosto.
- Obrigada Brad. Katherine tenta abrir a porta e então sente o corpo dele mais próximo ao seu, odiava aquele tipo de aproximação.
– Que tal um jantar? Posso leva-la ao Six, podemos assistir o por do sol juntos. Brad toca os cabelos de Kate, e ela vira-se irritada.
– Obrigada pelo convite Brad, mas não estou interessada. Kate sai de perto do homem xingando-o baixo. - E se não for precisar de livros peço que se retire, pois estou aqui somente para atender a pessoas interessadas em conteúdos da livraria. Kate age de forma seca com o garoto.
- Ainda vai ceder Katherine. Ele se acomoda na mesa abrindo seus livros e Katherine fica emburrada no balcão.
Só esquece-se da idiotice de Brad quando recebe a ligação nada feliz de Adam, dizendo que não poderá leva-la para almoçar, mas promete leva-la a um restaurante novo e depois poderiam sair para dançar.
Ao meio dia Katherine fecha a livraria e vai até o pequeno restaurante que diariamente almoçava, sentou-se em seu lugar habitual, onde podia ver as pessoas passando através do vidro, e contemplar a pouca luz do sol.
A mesma senhora sorridente lhe serve o prato e Katherine começa a comer, até que vê uma Mercedes negra encostar-se à loja de café a sua frente, ela sentiu o corpo arrepiar-se como há muito tempo não sentia. Ela continua a comer admirando o carro negro, o que ela contava era que o homem que saia dele vestido em um maravilhoso terno também negro, usando óculos escuros, ela conhecia aqueles cabelos, seria o homem com quem sonhara por três anos? Kate engasgou-se com a comida, esfregou os olhos para ter certeza de que não estava apenas fantasiando coisas. Mas quando ele tirou os óculos escuros e ela pôde ver os olhos verdes que estavam devastando a sua alma, teve a certeza de que ele era bem real.
Agora a luz do dia ela podia vê-lo nitidamente. Ele estava ainda mais bonito do que há três anos, alto, com um corpo digno de modelo de capas de revistas masculinas, queixo quadrado e poderoso, uma boca pecaminosa constituída de lábios finos, e olhos verdes frios e penetrantes, mas que pareciam vazios e tristes, o que a fazia querer conhecê-lo, talvez saber mais sobre ele e quem sabe ajuda-lo, ela riu de si mesma diante a tal pensamento, seu estranho perfeito não precisaria de alguém como ela, alguém que não era nada, ele nunca a notaria, mas ele a notara a três anos, mesmo que por alguns segundos. Ele era rico com certeza ou não estaria cercado de seguranças, mas ele ainda estava com a loira do bar? Tentou ver alguma aliança em seu dedo, mas a distancia não ajudava muito. No entanto não conseguia esquecer seu rosto em êxtase, e o que não daria para deixa-lo em êxtase agora.
Aquele homem era um apelo ao sexo, daqueles descritos em livros, que te deixam maluca, era inevitável não imaginar os dois corpos juntos suados e saciados, estava tão excitada e tão molhada, que seu coração parecia querer sair pela boca, sentiu seus seios endurecerem e pesarem, Kate queria aquele homem com cara de perigoso.
Com a respiração aos arquejos ela viu o momento em que ele sentou-se a mesa com um homem que lhe mostrava papeis que deveriam ser documentos. Ele permanecia com o semblante fechado e quase não falava nada, durante quase uma hora Kate o observou e desejou chegar até ele, queria sentir a textura da pele dele na sua, queria beija-lo e nunca mais parar. Era impossível ela sabia, mas não consegui parar de pensar em como seria estar no lugar da loira elegante. Rápido como apareceu ele sumiu deixando Katherine com seus os batimentos acelerados, parecia estar em um sonho, não conseguia raciocinar e tão pouco comer. Por três anos fantasiou um encontro com aquele homem e então ele aparece, mas continua a ser intocável. Aquilo só poderia ser obra do destino, mais uma vez ele estava brincando com ela. Não podia ir até ele e perguntar-lhe o nome, não podia dizer a ele o que estava sentindo, aquilo era maluquice.

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