CINCO: "Casamento é coveniência, amor é sorte"

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Thereza passou horas chorando

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Thereza passou horas chorando. Toda vez que a cena de Gregory cochichando no ouvido de Evelina voltava em sua mente, lágrimas se acumulavam no canto de seus olhos. O que mais doía em seu peito é que ela sonhara a vida inteira com aquela mesma cena. Só que em seus sonhos, ao invés da Srta. Hervey, era ela própria. Agora estava deitada em seu quarto encarando a parede enquanto tentava entender como Gregory teve coragem de esperar que partisse para ficar noivo. Desde os sete anos de idade ambos juraram nunca guardar segredo um do outro. E foi assim até o ano passado...

Arrrr... O que Thereza está querendo dizer é que se Gregory tivesse contado a ela antes que estava apaixonado por outra mulher, seria um baque, é claro. Passou a vida inteira achando que ele era apaixonado por sua pessoa, e que só estava esperando para chegar na idade certa para pedir sua mão. No entanto, se a tivesse avisado antes, o baque seria menor, porque aí ela partiria para Windsor, onde ficaria por um ano sem vê-lo, então se obrigaria a esquecê-lo. Mas não! O maldito preferiu esperar que partisse para ficar noivo para quando chegar, destroçar seu coração.

Sem falar que estava tão confusa. O que foi aquilo nos jardins? Estava prestes a tocar em lorde Hervey. Por Deus! Ela realmente pensou em beijá-lo. Thereza não estava se reconhecendo. Aquelas atitudes não faziam parte dos seus princípios... Por que Antony a deixava assim?

Maldito sejam os homens!

Alguém bate na porta.

Que diabo! Ninguém me deixa em paz!

Ela fecha os olhos com força, frustrada e com raiva. Achou que se não respondesse, a pessoa do outro lado da porta presumiria que estava dormindo e a deixaria em paz. Porém, uma voz rouca e grave se pronunciou:

— Srta. Righter. Sou eu, Antony. Está acordada?

Thereza se sobressaltou tanto que acabou caindo da cama. Ela se levantou rapidamente e ajeitou as mechas que acabaram se desprendendo dos grampos. Sentou-se na cama recobrando a compostura, então gritou:

— Entre, milorde.

Antony coloca a cabeça primeiro para dentro do quarto, e quando percebe que Thereza está comportada na cama, entra e fecha a porta. Ele se aproxima, mas fica de pé, encarando-a antes de se pronunciar:

— Vi que saiu às pressas do jardim mais cedo. Pensei em vir naquela hora, mas achei melhor deixá-la um pouco em paz. Mas, por favor, diga-me. Foi alguma coisa que eu disse?

Thereza estava chocada. Por trás de toda aquela rigidez estava guardado um homem doce, gentil e educado. E, acima de tudo, um cavalheiro. Antony Hervey é um cavalheiro de primeira classe.

— Não, milorde. Eu só... Passei mal. Só isso. — respondeu às pressas.

— Tem certeza? — ele sentou-se na beirada da cama, perto demais. E o corpo de Thereza começou a reagir à proximidade. — Quando cheguei na porta de seu quarto mais cedo, pareceu que estava chorando.

De Repente, Marquesa (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora