SEIS: "Pequenas aranhas causam grandes problemas"

7.5K 718 131
                                    

Thereza acordou diferente naquele dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Thereza acordou diferente naquele dia. Sentia-se mais leve, mais aliviada. Aquela conversa que teve com o Sr. Devon no dia anterior era o que precisava para realmente entender que tudo não passara de um engano. Apenas havia confundido as coisas, os sentimentos, e agora entendia isso.

Também acordou com a preocupação roendo-lhe a alma. O que ele ia lhe contar? Parecia ser sério, tão sério que o fazia sentir-se miserável. Sem falar que estava com uma certa pena do rapaz pelo que ele revelara.

Gregory estava prestes a se casar por conveniência, assim como Thereza. E a ironia é que fariam parte da mesma família. Entretanto, os problemas pelo casamento arranjado eram completamente diferentes. O Sr. Devon estava ali por causa do dote da Srta. Hervey e Thereza estava ali para ter sua reputação de volta. Mas pelo menos ele disse que Evelina o fazia rir, o que ela achava um pouco improvável.

Falando no diabo...

Evelina escancara as portas da sala de estar com ferocidade, adentrando o cômodo com uma gritaria histérica e parecendo desesperada — o que fez Thereza se levantar em um pulo da poltrona.

— Srta. Hervey? O que está havendo?

Seus olhos se arregalaram de súbito ao ver o estado da moça histérica: Evelina estava completamente despida, a não ser por um único lençol branco demais ao redor do corpo. Seus cabelos ruivos e lisos caíam feito cascatas emaranhadas pelas costas. Ela estava chorando, percebeu Thereza.

— A minha... A minha... — começou a falar a moça, mas seus soluços eram tão ferozes que não a deixaram terminar a frase.

Santo Deus! A mulher parecia destruída. O que tinha acontecido para deixá-la assim tão nervosa e desesperada?

— O que está acontecendo aqui? Que gritaria toda é essa? — O Sr. Devon entrou na sala. E quando reparou no estado de sua noiva, começou a ruborizar. — O que aconteceu com as suas roupas, Evelina? — Ele tapa os olhos com as mãos e vira-se de costas.

Lady Hervey e lorde Hervey também adentraram a sala.

— Oh, querida! O que aconteceu? — Jena corre até a filha e a abraça com a intenção de tentar cobrir seus ombros nus — Venha, sente-se aqui.

— Ah, por favor, Evelina. Não vai me dizer que suas roupas não andam cabendo mais no seu corpinho redondo. — brincou o marquês, e sorriu de lado.

E Thereza percebeu aquilo no mesmo instante. Espera aí... Ele tinha senso de humor? Quando ele a olhou de soslaio, riu com a intenção de mostrá-lo que achara graça em sua piada.

— Por favor, Antony. Não é hora para piadas desnecessárias. — sua mãe censurou-o, mas o risinho irônico ainda brincava nos lábios de Antony. Ela voltou seu olhar para a filha — Conte-me, querida. Por que está tão histérica?

Evelina fungou o nariz e engoliu o choro, depois respirou fundo. E demorou até que estivesse calma o suficiente para falar:

— Eu estava prestes a ir me banhar. Mas quando coloquei o primeiro pé dentro da banheira, uma aranha gigante subiu por minha perna e começou a andar em mim. — ela estremeceu e começou a chorar de novo — Foi horrível, mamãe. E aquela desgraçada ainda está lá dentro da sala de banho, sabe-se lá onde.

De Repente, Marquesa (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora