prólogo

4.7K 293 40
                                    

Sabe aquele momento de total crise existencial?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Sabe aquele momento de total crise existencial?

Aquele momento em que você não sabe porque continua vivendo?

É assim que me encontro

A 1 mês eu não saio de casa, a 1 mês eu não faço nada, nada além de comer e dormir, só levanto pra tomar banho e comer um pouco.

Minha mãe diz que estou com depressão, ela quer me levar no médico mas eu me recuso a tomar remédio, eu sei que posso sair disso. Fiz umas buscas na internet sobre o assunto, com certeza estou com todos os sintomas, parece que a depressão tem uma espécie de gatilho, algo ruim que aconteceu que desencadeou a doença, e eu sei bem o motivo, minha própria vida.

Vou falar um pouquinho sobre ela.

Me chamo Agatha Andrade, tenho 23 anos, moro com meus pais, tenho um irmão e uma irmã, casados e com filhos. Eu já fui casada, aos 18 anos fiz a burrice de ir morar com meu primeiro amor, eu trabalhava e ganhava meu próprio dinheiro e ele também, não podíamos ficar juntos na casa dos nossos pais então decidimos morar juntos.

2 anos depois tudo acabou.
Eu estava separada, desempregada e de volta pra casa dos meus pais. estava cursando Secretariado executivo por meio de uma bolsa integral quando me separei, mas nem isso foi o suficiente pra conseguir um emprego, eu fazia um teste ali outro aqui, mas ninguém me contratava, eles estavam mais interessados em aparência, e isso eu não tinha. Morena, de olhos castanhos escuros e cabelos castanho escuro também, a pele marcada pelas espinhas que nunca me abandonaram, cabelo sempre preso por ser mal cuidado, magra de mais pra 1,70 de altura, a expressão sempre mal humorada mesmo que eu não esteja, tímida de mais pra conseguir impressionar alguém.

Dizem que as pessoas vem com uma luz natural, a minha certamente nunca se acendeu. Eu só precisava de uma oportunidade, mostrar que minha aparência não interfere no meu trabalho, mas nesses dois anos que se passaram nada aconteceu além de rejeição, não foram nem uma nem duas vezes, foram varias, e isso foi gerando uma ferida dentro de mim, e uma mágoa também, eu fui me afastando cada vez mais das pessoas, até o momento em que eu conheci alguém, mas esse alguém decidiu ir embora sem aviso prévio, isso piorou tudo, até que eu passei a não sair mais de casa nesse últimos meses a não ser para a faculdade

A 1 mês a faculdade acabou e a 1 mês eu não saio nem no portão de casa. Eu estou cansada dessa vida, cansada de ser rejeitada por não me encaixar nos padrões da sociedade. Eu moro em Balneário Camboriú, chamam de Dubai brasileira, uma cidade maravilhosa aos olhos dos turistas, mas só quem mora aqui e precisa pagar um aluguel mais caro que o salário sabe como é ruim, somos explorados pelos empregadores, e julgados pelo que temos ou não a oferecer.

Minha mãe Celine me deu um ultimato, ou eu saio de casa pra tomar um ar, ou ela vai me levar arrastada para o médico, então cá estou eu, de banho tomado, usando uma calça jeans surrada tênis velho e uma camiseta simples, na mão meu celular pra passar o tempo, caminhando em direção a praia, perdida em pensamentos, olhando as pessoas passarem em seus carros ou a pé, me pergunto, como são suas vidas, se são tão tristes como a minha.

40 minutos caminhando pela praia, escolho sentar em um dos vários bancos na Barra Sul de frente para o mar. De fato é muito bom respirar ar puro, pegar um pouco de sol, olhar o mar e rezar para que ele leve tudo que tem de ruim em mim, sentir a brisa do vento batendo no rosto, mas é inevitável não sentir o grande vazio dentro de mim.

Eu estou tão cansada da vida, tão cansada dessa tristeza e solidão constante, de nunca ter nada. Levanto e ando em direção a areia da praia, sento na areia abraçando meus joelhos, agora mais perto do mar, ouvindo o som do vendo agitando o mar com ondinhas pequenas.

Permito-me sentir o vazio e esperar que o vento leve pra longe, sinto meus olhos arderem e meu nariz coçar pelas lagrimas querendo sair, o nó na garganta dificultando que eu engula a saliva, mas eu não as seguro, eu permito que elas caiam livremente, fecho os olhos pra segurar um soluço que tenta escapar. Não há motivos pra viver, eu sou um peso na vida dos meus pais, não a ninguém dependendo de mim, eu é que dependo de todos e eu não quero mais ser um peso.

Abro os olhos fitando o mar, há formas mais rápidas de fazer isso, mas esse é meu último sofrimento. Retiro os tênis e as meias, coloco meu celular em cima e levanto, decido escrever uma despedida no aplicativo de notas no celular e deixar aberto, quem encontrar vai ser a primeira coisa a ser vista, respiro fundo, sentindo as lágrimas lavarem meu rosto, entro no mar, sentindo a água gelada de outono, mas não me importo, nada mais importa, adentro o mar e logo sinto-me caindo em um buraco pela inclinação dessa parte da praia, deixo meu corpo afundar e minha mente vagar, penso nos meus pais, penso nos meus irmãos, penso nos meus sobrinhos e faço uma despedida silenciosa, sei que eles vão me odiar por isso, mas eu me odeio mais

Penso em todas as pessoas que me fizeram mal, todas as pessoas que me olharam de cima, todas as pessoas que fizeram um pré-conceito sobre mim, penso nas pessoas que disseram ser amigas mas nunca nem me ligaram pra saber se eu estou bem, eu não vejo uma saída além dessa, penso em tudo até não pensar em mais nada, até minha mente se tornar um completo vazio

sinto meu peito arder em busca de ar, meu corpo convulsiona em baixo da água até que eu não sinto mais nada

sinto meu peito arder em busca de ar, meu corpo convulsiona em baixo da água até que eu não sinto mais nada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Continua...💖

Votem e comentem

Decidi começar a postar esse livro junto com o do Théo, ele está constantemente em minha cabeça e eu preciso colocar pra fora, me sigam no insta, será por lá que eu colocarei os avisos dos livros postagens spoiler e podemos interagir melhor, não quero fazer uma página pra cada aviso que preciso fazer... Obgd gente amo vcs
**"""""**

Peço para que se você não gosta de histórias dark e superação NÃO LEIA, essa história tem como base a vida real de alguém que sofreu e ainda sofre depressão, mas tenham em mente que é um romance e temos aí o filho da Manuela pra ajudar nossa mocinha... Bjos fiquem com Deus e respeito acima de tudo

Quando o amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora