Estrelas Suicidas

Valery

Os cabelos cacheados e verdes,acompanhavam os olhos de Valery, Val para os íntimos.

Ela era uma garota de dezessete anos comum,super popular na escola,tinha dinheiro e as melhores roupas.
Aparentemente a vida desejada de qualquer adolescente.

Mas se todos os colegas soubessem realmente sobre a vida de Val,nunca se quer pensaria em ter a vida dela.

Quando Valery tinha sete anos, os pais dela morreram...
A garota foi morar com o padrinho.

Sabe, eu sempre pensei que padrinhos eram como segundos pais,bom eu nunca spube muito sobre família, mas depois que eu soube da história de Val e André eu fiquei horrorizado,e vi que rótulos não são nada.

O padrinho abusava dela desde os sete anos,além de bater na mesma toda vez que bebia ou ficava com raiva.

Os colegas nunca imaginariam aquilo.
Ela tinha o sonho de se tornar policial,queria prender pessoas como André.

Valery não era a melhor aluna,um dia ela zerou em uma prova de física, a professora disse que teria que falar ao seu "pai" ,sobre o baixo rendimento,a garota pediu,implorou pra que ela não fizesse aquilo,porque ela sabia o que ia acontecer.
Mesmo assim a professora avisou André.

No dia seguinte a jovem se sentou no mesmo lugar de sempre,quando a professora entrou na sala tomou um susto.

Professora: Valery,o que aconteceu?!

Val estava com marcas roxas no corpo,no canto da boca apesar de escondido com maquiagem era possível ver as marcas.

A garota deu uma resmungada,tal como uma risada sarcástica e sorriu sinicamente.

Val: Caí da escada...

A professora se calou.

Valery voltou pra casa.
Encontrou André sentado na escada,com uma garrafa de whisky ao seu lado.

Essa não! Foi o que ela pensou.

André: Oi bebê,ainda bem que chegou.

Ele andou até ela e foi abrindo a calça.

Val: Não André! Denovo não!
André: Cala a boca!

Ela arrasta ela pelos cabelos e sobe com a mesma assim nas escadas.
Ele entra com ela no quarto e a joga na cama.

Val: André,não... Por favor eu estou toda dolorida.

Os olhos do homem brilhava a cada suplica.
Depois de momentos de horrores,depois do estrupo,ele saiu do quarto e ela foi para o seu refúgio.

Alí estava nossa pequena Val,sentada no canto do quarto,toda marcada,no corpo e na alma,traumas que iriam persegui-la
pro resto da vida.

Lá estava ela abraçada com o colar que tinha a foto de seus pais.
Valery não entendia porque seus pais colocaram André como o seu padrinho,em que momento de loucura eles achavam que aquele homem podia ser algum tipo de exemplo ou de segundo pai.

Ela sabia aonde André guardava uma arma.

Estava decidido.

Ela levantou e em passos  leves desceu ao escritório,abriu a segunda gaveta,pegou a arma e subiu correndo como se tivesse pegado um troféu.

Sentou no seu cantinho,escreveu uma carta,abraçou o colar,e por fim destravou a arma.

Ela só queria uma saída e aquela parecia a única...

E ali naquele cantinho,morreu  Valery,Val,a futura policial.

Ali se foi mais do que uma vida,se foram,sonhos,um futuro,sentimentos,traumas,dores.

Ali foi o fim de Valery.

No dia seguinte,André subiu ao quarto e bateu na porta,como ninguém respondeu ou abriu,ele arrombou,um nó se formou em sua garganta,ele só ficou lá parado.

Depois de minutos ele foi até o corpo e se ajoelhou ao lado,avistou uma carta e a leu.
Assim estava escrito:

André.

Enfim eu saí desse pesadelo que era viver com você,sobreviver,eu diria.
Agora eu espero estar com os meus pais em algum lugar bom.
Se bem que qualquer lugar seria bom se eu não estiver com você.
Apesar de tudo,eu quero agradecer por você ter me alimentado,e me dado um lugar pra morar todos esses anos. Quero dizer que a única coisa que sinto por você é pena.
Queria que você tivesse morrido no meu lugar,sempre me imaginei como a rapunzel,presa em uma torre,você era a bruxa,e em um dia um príncipe encantado chegaria em um cavalo branco e me salvaria,me arrancaria das suas torturas.
Mas isso não aconteceu André.
Eu fiquei esperando por muitos anos,mas não aconteceu.
Então eu coloquei um fim.
E isso foi total e completamente culpa sua.
Eu espero André, do fundo do meu coração que você viva infeliz para sempre.

Valery.

André disse aos conhecidos que Val morreu em um acidente,brincando com a arma,ele tentou alerta-lá mas ela não o ouvira,como ele disse:
Ela morreu sem querer.

Mas todos sabemos que não foi assim,mas apenas Val,André,eu e agora você sabemos da verdade.

Val era uma pessoa comum,ou melhor ela era a adolescente popular,ela era a adolescente que tirava notas baixas,a menina de cabelos verdes,que vivia querendo chamar atenção,ela adorava um fone de ouvido,Valery era a garotinha mimada que só usava roupas de marca,aquela perfeitinha.
Pelo menos era isso que todos viam.

Val era sensível,chorava escondido todas as noites depois dos abusos,baixinho no canto do quarto com uma dor aguda no coração.

Val era uma ótima pessoa,uma linda menina que iria se tornar uma grande mulher se não fosse um desvio no destino.

Mas agora Valery era uma estrela no céu...
Val mais uma estrela no céu..