"Mais uma quarta, lá estava ela. A Obreira mais linda que eu já havia visto. Já fazia uns meses que ela havia sido transferida pra cá. Esses meses têm sido os mais colorido desde que eu entrei pra Obra.
O jeitinho dela de ser, o andar dela. Tudo nela a faz ser diferente. As pessoas gostam de estar perto dela. Ela é perfeita!
Já fazia mais ou menos uma semana, eu ouvi algumas Obreiras falando dela: "Ela é perfeita de mais", "ela deve ter algum defeito", "impossível ela ser perfeita". Isso é óbvio, perfeita ela não era. Mas ela era diferente das outras.
Ela não se preocupava com o que falavam dela, as vezes ela levava fogo do Pastor. Ele a xingava com braveza. Dava medo. Mas ela buscava melhorar. Cada vez que eu a via ela estava melhor, as vezes meio cabisbaixa, mas sempre com aquele sorriso no rosto.
Um dia eu cheguei mais cedo, eu ia ficar na igreja enquanto o Pastor ia resolver alguns problemas da igreja. Foi a primeira vez que eu a vi chorando. Ela estava com uma caixa verde azulado. Ela entregou a caixa na mão do Pastor. Ela só chorava. O Pastor estava de pé ao lado dela sem nenhuma reação. Ele pegou a caixa da mão dela. E saiu.
A Obreira perfeita não era mais Obreira.
Ela cansou. Ela havia desistido da sua farda de guerra. Ela saiu."
- Carlos Eduardo Moraes

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Nossas Histórias
Krótkie OpowiadaniaHistórias mudam pessoas, mudam vidas. Uma coletânea pra ajudar a quem precisa, e pra te fazer sonhar. (Ps: se você também quiser ter sua crônica aqui, pode me chamar no privado, conversaremos melhor!)