Infortúnio

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Semana corrida e louca que não me deixou fazer praticamente nada e eu aqui sedenta de vontade de voltar.

Aos poucos vou conseguindo tempo para poder organizar meus plot's e fic's. 

 Enfim, desculpe a demora e bora pro capítulo. 

Realmente aquela saída havia melhorado bastante o seu humor, tanto que Katsuki sentiu-se leve como há meses não acontecia

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Realmente aquela saída havia melhorado bastante o seu humor, tanto que Katsuki sentiu-se leve como há meses não acontecia. Era como respirar depois de muito tempo prendendo a respiração, ainda que fosse um programa bem simples e casual. 

— Melhor ir devagar com as batatas fritas, ou vai acabar se arrependendo quando os pneuzinhos aparecerem. — Eijiro brincou roubando uma sob o olhar mal humorado do marido que o fitou descrente por alguns segundos antes de também rir. 

— Por acaso você vai me deixar se eu ficar gordinho?— deu-lhe seu melhor olhar desafiador — Se eu posso aceitar esse seu cabelo de merda e sua obsessão pelas malditas e horrorosas crocs você pode aceitar umas gordurinhas a mais em mim. 

Eijiro tinha o semblante falsamente ofendido. 

— Primeiro, senhor Bakugou, crocs são lindas e estilosas. 

— Ah claro, sem dúvida. — Bakugou riu comendo mais algumas batatas. 

— São sim! — afirmou convicto — Em segundo: meu cabelo também é lindo e estiloso e você mesmo já disse isso diversas vezes. 

— Eu devia estar bêbado, só pode. Como vou elogiar um cabelo desses? — tripudiou apontando para o penteado do marido que fazia bico. 

— Só se a minha porra for alcoólica. — desviou do saleiro que ele mirou na sua cabeça. As bochechas de Katsuki estavam vermelhas pelo comentário desnecessariamente alto que ele fez. Tinha um olhar mortal e irritado para o ruivo que ainda ria sem se conter — E por último, eu amo você de qualquer jeito — segurou as mãos dele sobre a mesa acariciando a aliança deixando-o ainda mais corado e constrangido — Qualquer versão sua é a minha preferida, com ou sem gordurinhas, até mesmo se tivesse apenas um ou três olhos, eu ia amar e me dedicar a você porque te amo. 

— Pare com isso, as pessoas estão olhando. — soltou as mãos sob o olhar apaixonado do marido que ria docemente para si. 

— E daí? Deixem que vejam o quanto te amo, porra. Eu não tenho vergonha de você. 

— Sei que não, e eu... também não tenho. — o loiro se defendeu com o rosto queimando de vergonha — Que droga! Você sabe como demonstrações públicas me deixam envergonhado. 

— Sei, por isso eu faço. — riu despreocupadamente enquanto Katsuki reclamava e o insultava por fazê-lo passar por aquelas situações constrangedoras propositalmente. 

Era como se tudo tivesse voltado ao normal por alguns momentos, antes de toda aquela comoção. Bakugou até mesmo se esqueceu momentaneamente de seus problemas e necessidades, aproveitando a companhia do marido em um lugar tranquilo enquanto conversavam trivialidades. Ambos estavam precisando daquele  tipo de folga, um momento para relaxar no meio de todo aquele caos que sua vida havia se tornado. 

Após alguns minutos Eijiro se levantou ainda rindo, porém com a mão no abdome e uma leve careta de incômodo. 

— Eu preciso ir no banheiro. — resmungou com o rosto contraído — Por isso eu detesto esse lugar, esses lanches sempre me fazem mal.

— Você é um frouxo, isso sim. 

— Posso ser, mas sou um frouxo com um problema que precisa ser resolvido. Me espere um pouco, eu já volto. 

— Duvido, você sempre demora uma vida no banheiro e ambos sabemos disso — Katsuki tripudiou rindo da cara pálida do marido — Pode ir, garanto que não vou a lugar nenhum. 

Ele realmente havia feito uma piada com a própria condição, e sem se sentir mal por isso. Aquela saída estava fazendo-lhe mais bem do que supunha. 

Enquanto aguardava o marido terminar de se "recompor", Bakugou resolveu mexer no celular para passar o tempo, entrando nas redes socais e se atualizando quanto ao que vinha acontecendo. Estava tranquilo, sentindo-se relaxado e feliz até sentir alguém tocar em seu boné, levantando-o e descobrindo sua cabeça sem permissão, o que obviamente o deixou irado.

Era um cara de mais ou menos vinte e cinco anos, com o rosto ainda cravejado de espinhas, lábios finos e sorriso debochado, cercado de outros dois garotos igualmente feios. Apenas um adulto que andava com adolescentes e se sentia como um deles, dando péssimos exemplos. 

Katsuki dedicou-lhes seu melhor olhar mortal exigindo de volta sua cobertura, sabendo que aquilo o deixava ainda mais exposto do que gostaria. 

— Olhem aí, não disse que era o herói das bombas — Havia um sorriso de troça no rosto do homem que desagradou o loiro — Então é verdade que virou um entrevado. 

— Devolva se não quiser morrer, seu monte de merda! — ameaçou cerrando os dentes. 

— Calma aí amigo, não queremos brigar, só estávamos curiosos para saber se era mesmo você. — o sujeito se fez de ofendido. 

O sorriso debochado e postura dele indicavam que sim, ele estava usando-o para satisfazer o próprio ego ao admoestá-lo. Entretanto Katsuki não estava nem um pouco a fim de ser a piada da vez.

— Olha aqui, filho da puta, eu não tenho paciência para idiotas de merda como você, então me devolve o meu boné antes que eu exploda essa sua cara cheia de espinhas.  

O homem o encarou com um intenso sorriso debochado, convidando-o.

— Mesmo? Então porque não levanta e faz isso para me mostrar, aleijadinho? — pontuou lentamente a última palavra, silabando-a.

Aquele apelido ofendeu o orgulho do loiro que sentia todos os olhares sob si. 

— Se eu pudesse você nem estaria mais respirando. — disse fechando as mãos em torno do controle da cadeira, ativando-o e se movendo para perto dos homem que erguia o boné de sacanagem. 

— Olha só, parece que ele quer brigar! Que medo! — perturbou-o mais uma vez, fazendo chacota para que os outros que o seguiam rissem. Pareciam mais um trio de hienas que de pessoas — Acho que vai ter que me alcançar se quiser.  

Ofendido pela situação Bakugou decidiu que era o bastante para si. Todos o encaravam agora, cochichando, com olhares de piedade que o deixaram imensamente furioso e angustiado, jogando em suas costas novamente o peso de sua nova condição. Ele não precisava de piedade ou ser encarado como um inútil inválido, queria apenas poder espairecer e se divertir, mas era como se até aquela simples felicidade lhe fosse negada.

Usando o controle da cadeira ele saiu da lanchonete ignorando os protestos dos outros clientes que tentavam lhe ajudar, repreendendo o trio e o cercando cheios de cuidados. 

— Senhor Bakugou, se quiser eu posso te ajudar a...

— Não! —ele repudiou a ajuda com os olhos marejados — Eu mesmo posso fazer isso... obrigado — completou ao ver o olhar da mulher cair assombrado sobre si. 

Precisava sair de perto deles para conseguir expurgar a dor e vergonha que sentia em um lugar reservado.

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Bora juntar e dar uma surra nesse sujeito que fez o nosso loiro se sentir mal?

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