Capítulo 38

4.9K 341 167
                                    

P.O.V. ANABELLA

Enquanto caminhava pelo Complexo em busca de algo interessante para fazer eu me deparo com uma cena que aquece todo o meu coração de forma abundante. Por meio das predes de vidro do laboratório de química eu podia ver pacientemente. Lá estavam eles, usando óculos transparente de proteção e misturando variados reagentes para assim adquirir seu produto final. Peter se levanta e pega um recipiente com algo que lembrava muito titânio, ele entrega o metal para Tony que o pega com uma pinça metálica, em seguida, despeja-o em um béquer e o mistura com um líquido amarelo que estava em um balão de erlenmeyer. Incrivelmente o líquido amarelo começar a corroer o metal formando algo com uma aparência elástica. Igual uma teia. Teias de titânio. Como fui me esquecer? Peter havia me falado delas, tão resistentes que podem servir de ligamentos para sustentar uma ponte. Agora seria a paciência tremenda de depositar cada quantidade de teia de titânio em frasquinhos que ficam no cinto reservatório de teias que possui o uniforme. Tony com uma feição de missão cumprida acaricia de modo grosseiro a cabeça de Peter que ria com os olhos fechados. Quão apreciável era aquela cena?!
Só então abro os meus olhos e dou-me conta que aquilo era apenas um sonho. Um sonho simples, portanto, que não fazia sentido eu estar sonhando aquilo. Resolvo ignorar por ser bobeira de minha cabeça. Deveras é porque eu sou uma apreciadora da relação entre o senhor e o pirralho.
Desajeitadamente caminho minha mão sobre o criado-mudo em busca de conseguir achar meu celular. Encontro-o e minha mão quente choca-se com o aparelho gelado. O brilho estava no máximo, quase fiquei cega com a claridade. Vejo que são 08:00 da manhã, tecnicamente, ainda é cedo, mas resolvo acordar, não para me ocupar com algo, mas sim, para migrar para cama de Peter. Levanto tremelicando com a friagem fora da coberta. Passo correndo para o quarto de Peter e não o encontro, apenas dou-me conta da cama perfeitamente arrumada. Ah, que graça de rapazinho! Sonho de toda mãe. Decido procurá-lo. Pego um de seus moletons que estavam jogados na cama e saio em busca do aracnídeo.
Caminho por cada centímetro cúbico até encontrá-lo em um dos lugares mais improváveis que eu nunca o vi antes, na academia. Lá estava ele com uma gotícula de suor na ponta do nariz enquanto chutava um daqueles sacos de boxe. Resolvo me sentar e passar despercebida apenas olhando-o praticando alguns golpes. Tento ser quase invisível.

"Bom dia." Diz Peter sem se virar para trás.

"Vejo que falhei em tentar passar sem ser notada." Digo rindo.

"Eu sempre sei quando você está por perto." Ele continuava com seus golpes contra o saco de areia.

"Por causa do meu perfume adocicado. Você já me disse isso." Caminho até onde ele se posicionava.

"Também, mas não é só por isso." Ele ri. "Quando você está por perto meus batimentos cardíacos aceleram repentinamente. Antes eu não entendia o porquê, mas esses últimos dias vivendo ao seu lado eu enfim entendi." Nesse momento ele estava virado para mim.

"Você consegue me sentir." Afirmo para mim mesma.

"Sim, e por isso é um ponto fraco." Tão sincero, tão amável.

"Ah, Petie." Dou-lhe um beijinho.

"Havia um tempo que você não me chamava de Petie." Ele olha-me como se percebesse que eu estava usando seu moletom.

"O importante é que eu te amo." Digo amarrando o cabelo em um coque com os próprios fios. "O que acha de me ensinar alguns desses golpes?" Puxo as mangas do moletom para cima.

The New Avenger || Spider-Man #Wattys2020 #WriteTogheterOnde histórias criam vida. Descubra agora