Contrato Indecoroso

2. Boys flowers

Manhã anterior

— Ei Yoon! Acorda! Jeonghan! Você está no chão seu idiota!

A voz de Ren vinha de longe e demorou para conseguir abrir os olhos e ver o amigo o encarando e batendo o pé do outro lado do pequeno quarto. Ele estava com a mesma roupa que tinha saído da faculdade na tarde passada... Ué?

— Você só voltou agora para casa Ren?

— Sim e tenho a visão do inverno de ver você jogado no tapete entre nossas camas só de camiseta de ursinho. Qual é o problema de dormir como uma pessoa humana normal em sua
própria cama? E que maço de papel é esse? Um documento? – Em meio a sonolência ele olhou para onde o amigo apontava e viu acima da sua cabeça, quase debaixo das rodinhas da cadeira giratória pequena que dividiam, a cópia do contrato que recebera e assinara na noite anterior. Estremeceu, ele tinha feito aquilo mesmo... – Qual é Yoon, tudo o que você lê são aqueles mangás shoujo, ou isso é algum material para prova... Não pode ser, deixa eu ver.

— Onde você estava até agora?

Perguntou tentando espantar o sono pesado.

— Transando oras, quando é que posso transar sem ser nas noites de sexta feira? Sou um universitário pobre com um emprego de meio período e cheio de hormônios. Sem sexo eu já tinha socado você e sua cara de minnie bebê na parede há muito tempo. Mas para sua imensa e total sorte estou de excelente humor essa manhã... E hein? Contrato de companhia indeterminada? Que raios é isso Yoon Jeonghan?

Ren sacudiu o contrato na sua cara e ele arrancou o maço da mão do amigo que fez cara de impaciente. Ghan bufou.

— Você não está de bom humor!

— Agora não, por que você tem um negócio desse com você?

— Ren... Você não vai acreditar... – E ele esfregou os olhos em seguida deixando sua cabeça pender em sua estreita cama – Eu fui mandado embora.

— Eu sei disso, você me disse isso ontem e disse também que tinha conseguido uma entrevista com um dos donos e que ia se ajoelhar, se arrastar e sei lá mais o que... O quê? Você conseguiu outro cargo de meio período?

— Não é um cargo, quer dizer, não sei bem.

— Como assim você não sabe Yoon? Você bebeu? Quantas vezes eu já te disse que você é fraco com bebidas e que não deve beber, seu idiota? - Jeonghan ouviu os xingamentos baixos do amigo e companheiro de quarto e em seguida ele puxou sua cabeça para seus joelhos – Fique aí até melhorar, você deve estar bêbado ainda.

— Eu não bebi Ren!

— Não?

— Não, olha, só me ouça ok?

Fez um esforço e se sentou na cama encarando o amigo.

— Eu fui lá e o senhor Choi me recebeu e... Nossa Ren, ele tem uma cara tão brava, é assustador, quer dizer, foi assustador sabe, no começo e depois ficou assustador de outro jeito.

— Jeonghan, o tio da cantina é assustador para você.

Ghan se sentiu ofendido, Ren era um cego!

— Ele anda com aquele saco suspeito todas as noites, eu já disse que vi o saco se mexer uma vez, ele é louco, deve pegar gatinhos e matar por diversão, sei lá.

— Claro, claro, continue com esse Choi assustador.

Ghan evitou estremecer.

— Então, aí eu estava lá e expliquei para ele tudo, tudinho e pedi muito que ele não me demitisse, sabe, é óbvio que sei que não foi ele, ele nem sabe quem eu sou e tals, mas você entendeu né...