Ren entrou no bar mais frustrado que o normal. Tinha dedicado cinco anos da sua vida naquele ateliê, para naquele dia ser dispensado daquela forma, como se todo seu trabalho fosse nada. Estava frustrado, cansado e desmotivado e só queria beber e esquecer que mesmo tendo trabalhado como um louco nos últimos anos, no fim não tinha mais do que um mês de aluguel na sua conta bancaria e tantas outras contas a vencer.
Odiava sua ex chefe, mas agora odiava ainda mais seu futuro incerto.
A indústria de moda e alta costura era reservadíssima, quase impossível de entrar sem contatos e ele mesmo sabendo que seus desenhos eram geniais, sabia também que não haveria milagres no amanhã, ele estava desempregado e se dependesse daquela bruxa não entraria em nenhum outro lugar. Os gritos escandalosos da megera davam para ouvir do outro lado do rio Han.
Queria gritar, mas ao invés disso pediu um martini decidido a voltar para casa trôpego. Sem nem conseguir abrir a maldita porta sempre emperrada.
— Dia ruim, Choi?
A voz da velha amiga soou estressada e ele assentiu enquanto ela sentava a seu lado pedindo duas doses de tequila. Sorriu de canto ainda que estivesse péssimo.
— Acho que não fui o único hein, Suzy meu bem? Problema com as meninas?
Ela o olhou de canto e parecia mais frustrada do que irritada.
— Antes fosse neném, antes fosse, já não se fazem mais babys como antigamente sabe... E seu eu não tivesse tantos clientes fiéis que não sabem recorrer a outro agente, eu me aposentava também, mas eu sou a única escrupulosa de verdade nesse ramo assim não posso parar agora. Os babys precisam desse trabalho, os clientes precisam desse trabalho, a coisa funciona certo comigo, mas tem horas que me sinto tão frustrada! Enfim... E você flower boy, sua chefe andou roubando suas ideias de novo?
— Antes fosse – E ele olhou para o copo vendo o rosto da megera nele — Ela me demitiu, disse que não pode mais me manter, contudo patenteou pelas minhas costas todas as minhas criações, de toda a próxima coleção e o pior é que não tenho provas de que fui eu quem as fez, porque ela me obrigava a usar os arquivos do ateliê. Eu perdi tudo, Suzy...
— Eu já te falei neném, abra o seu ateliê, vai arrasar, você é o melhor nessa cidade!
— Eu já te disse, não tenho dinheiro para isso e...
— E eu já te disse que tem um amigo milionário que não ia nem pensar duas vezes em te emprestar! Vá falar com o Ghan, Ren, porque insiste em fingir que está tudo bem para seu melhor amigo, quando não está? Ele pode te dar um ateliê nível Paris se quiser, então porque não pede!?
— Eu não posso fazer isso, eu não vou usar meu amigo assim Suzy!
— Mas o que tem de bonito e talentoso tem de tonto mesmo! – E ela suspirou — Pelo menos existe saída para o seu problema, já o meu não tenho nem melhor amigo para pedir socorro.
Ren olhou para a elegante mulher que era sua amiga de infância e só por isso continuou sua amiga mesmo que os caminhos de ambos tomassem rumos totalmente postos, um pouco preocupado. Suzy não era de se deixar abalar por quase nada, aquilo deveria ser sério.
— É algo que eu possa saber? Pode dizer isso aqui?
Perguntou quase em sussurro e viu os olhos dela passarem de tensos a suaves em segundos. E então sorriu fofa, como só ele tinha autorização para ver aquele lado dela.
— Você é mesmo um anjo neném e sim eu posso dizer aqui, estamos sozinhos se não percebeu. Meus homens fecharam o bar.
E só então ele olhou ao redor e notou os três leões de chácara da amiga posicionados entre eles e o resto do bar. De repente o garçom não era mais o de sempre e sim um outro, que trabalhava para Suzy em eventos.
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Contrato Indecoroso
RomanceDoze irmãos exóticos, um Jeonghan desesperado e um contrato que pode salvar a pele do jovem universitário, contudo ele seria capaz daquilo? Seria capaz de ser um baby de todos os irmãos até quando eles não mais o desejassem? Um amante em tempo integ...