3. Aprendendo a jogar

2.3K 183 19
                                    

 Jeonghan desceu um pouco aflito. Não sabia o que esperar do senhor Junhui e a fome que sentia não ajudava muito no seu nervosismo. Uma empregada o levou até a mesa de jantar depois da sala central e ele estava lá, sentado bebericando algo quente em uma xícara aparentemente delicada enquanto lia um jornal.

Ficou parado no meio da sala sem saber o que fazer enquanto a empregada sumia por uma porta lateral.

— Sente-se Jeonghan, deve estar com fome, já são mais de dez horas da manhã.

— Ahh sim obrigado senhor Junhui.

Disse meio sem jeito se curvando um pouco antes de sentar no lugar mais afastado.

Era uma mesa de mais de trinta lugares, coberta de coisas gostosas que ele nunca comeu, parecia aquelas mesas dos dramas, por que tanto espaço meu deus?

O homem de olhos silenciosos e atentos abaixou o jornal e o olhou pela primeira vez, estava sério.

— Sente-se mais perto de mim Jeonghan e não fique nervoso, agora essa é sua casa também, você deve ficar à vontade nela mesmo sendo estranho no começo.

Ele assentiu rápido se erguendo e indo se sentar à frente dele, não queria deixar nenhum daqueles homens chateados, sabia que seria ruim.

Ele abaixou o olhar para a mesa, será que devia comer ou ainda não? O que deveria comer?

— Quer outra coisa?

— Hein?

Ele ergueu os olhos assustados e quase bateu a mão na jarra de suco. Ofegou aflito, e se quebrasse alguma coisa ali... Definitivamente não devia comer naquela mesa...

— Você quer comer outra coisa? Você está olhando para a mesa com um vinco enorme entre as sobrancelhas e seus lábios estão repuxados como se estivesse nervoso e tenso, quer comer algo diferente? Pode pedir a cozinheira o que quiser Jeonghan.

Ele arregalou os olhos e sacudiu as mãos quase desesperado.

— Não, não, está tudo bem, tudo bem mesmo, não estou pensando mal da comida não senhor Junhui, jamais, juro e....

— Calma, vamos respire, calma. Primeiro olhe para mim – E ele obedeceu. O mais velho tinha o olhar cravado nos seus e pareciam serenos agora. Ele o olhou por alguns segundos – Relaxe, é só uma mesa de café da manhã, coma o que quiser, sem nervosismo, eu não vou fazer nada e nem brigar com você, como eu disse essa é sua casa agora também entendeu? Me diz se entendeu Jeonghan?

— Sim senhor Junhui.

— Bom, e não me chame de senhor em casa, você não é um empregado, é nossa companhia. Me chame de Junhui só, ou Jun entendeu?

— Sim.

— Ótimo. Mais calmo?

Ghan assentiu. Ele deu um sorriso discreto.

— Então coma, eu sei que está com fome.

— Tá.

E ele passou a comer por que de fato, estava com fome.

Algum tempo depois já relaxava com o silêncio pacífico do outro.

Ele lhe dizia que aquela agora era sua casa também e tecnicamente era, mas ele não achava que ficaria à vontade ali, era tudo muito grande, ostensivo e estranho, mas pelo menos conseguiu comer sem quebrar nada. Quando se sentiu tão cheio que pensava em como subiria as escadas ele se recostou na cadeira de espaldar alto e viu que não estava mais apenas ele e o senhor Junhui ali.

Contrato IndecorosoOnde histórias criam vida. Descubra agora