Capítulo 3

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Uma amostra da dor que senti, estava acontecendo, só algumas palavras e tudo muda. Raiva estava me consumindo de uma maneira inevitável. O que aprendi na aula de Yoga, é que a calma e a paciência são uma virtude. Porém, como sou filha do meu pai, não tem como absorver isso.

Entro no meu ateliê, pego um frasco de tinta preta, agito com tanta rapidez e agilidade.

Minha respiração está ofegante.

Sem pensar duas vezes, começo a manchar minha pintura que demorei um mês para fazer, em preto. As cores estavam sem vida, igual minha vida.

Sei que ele não quis falar aquilo de proposito. Mas aquilo doeu muito, poderia esperar isso de qualquer um, menos dele.

No fundo meu pai tinha razão, graças a minha "proteção" alguém morreu. Como me odeio...

Lágrimas escorrem pelo meu rosto com facilidade.

-É tudo culpa minha! -Suspirei, derrubado tudo no chão jogo todos os baldes de tintas. Sem me importar com a bagunça, sento no chão e abraço meus joelhos.

Clamo a Deus que tudo isso passe logo, que essa dor não volte nunca mais, era insuportável.

–Elizabeth o que aconteceu aqui?  –Olho para porta e vejo minha madrasta assustada, olhando ao redor do cômodo que com tanto amor ela fez pra mim.

–Ele morreu por minha causa.  —Desabafei entre lágrimas, ela me olha com pena, em vez dela correr e contar para meu pai que aconteceu, porém ela fez ao contrário. 

Se aproximou lentamente e me abraçou forte, eu chorava no seus ombros pequenos. Pepper sempre foi carinhosa comigo, no começo eu a via como uma amiga, que sempre contei meus segredos. Agora eu a vejo como uma figura materna, algo que nunca tive.

Respiro fundo, depois de um tempo desabafando no ombro da Pepper.

–Agora que você ta calma, me explica tudo. –Ela disse tirando cabelo no meu rosto suado.

–Eu e papai nós discutimos, ai ele acabou dizendo algo que me magoou.  –Resume limpando meu rosto. Direto ao ponto.

–Sinto muito. Ultimamente Tony tem andado muito estranho, mas isso não é motivo para ele ter falado com você daquele jeito.  –Questionou séria.

–Eu sei... Só quero esquecer isso.  –Falei triste. Ela sorri fraco e mexe no meu cabelo.

–Agora eu preciso que você arrume suas coisas e me encontre lá em baixo. Não podemos ficar sendo alvo de terrorista. – Ela disse seria. Balanço a cabeça concordado. A mesma me ajuda a levantar. Vou para meu quarto arrumar minhas coisas, enquanto ela faz o mesmo. Só quero ver como vamos conseguir convencer meu pai a vir conosco.

Pego algumas roupas e ponho dentro da mala, depois pego uma mochila ponho meus documentos, uma roupa extra pra não abrir a mala. Por acaso, vejo o baú que tinha escondido o meu velho traje de heroínas, no qual jurei que só usaria se fosse para ajudar o mundo novamente, em caso de emergência.

Com muita dificuldade e hesitação, pego e ponho dentro da mochila. Saio do quarto, com esperança de voltar logo, porque não há nada melhor do que o lar.

Ao descer as escadas lentamente por causa da mala pesada, ouvia uma conversa do Tony com alguém, no começo presume que fosse a Pepper, mas quando vi não era.

–Pai. –Chamo sua atenção. Os dois olham pra mim surpresos, poderia jurar que conhecia aquela mulher de algum lugar.

–Filha eu sei que a gente precisa conversar só...

–.... Tudo bem, eu já esqueci. – Digo, afinal preciso seguir em frente e não deixar nada me abalar.

–Você deve ser Elizabeth, né? Nossa é um prazer conhecer lá. –Disse a mulher se aproximando, lanço um olhar incrédulo para meu pai, perguntando: quem é ela?

–Filha, esta é Maya Hansen uma bióloga que conhece no congresso em Berna. –Ele diz, a cumprimento com formalmente.

–Desculpe interromper los, mas a gente precisa sair daqui. – Digo.

–Já conversamos sobre isso. – Exclamou Tony, me fazendo revirar os olhos. Aquilo nem chegou perto de uma conversa.

–Tony! Tem alguém aí? – Gritou Pepper jogando às malas para baixo.

–Tem... É Maya Hansen, uma colega que conheci em Berna... Vagamente. – Respondeu meu pai. Algo começa a vibrar no meu bolso, pego o celular e vejo uma ligação da tia Lily. Droga.

Olho ao redor e eles estão muito ocupados "conversado", não vão se importar com minha ausência.

–Oi tia. – Atendo andando para varanda, longe da discussão.

Elisabeth seu pai é um louco! –Exclamou indignada.

–É... Eu sei. – Suspiro encostando na mini parede.

Quero que venha para cá, agora. – Revirei os olhos, eles ainda me tratam como uma criança de 8 anos.

–Sinto muito tia. Mas não posso. –Responde, uma brisa fria bate no meu rosto, dando me sensação estranha. – Ele não admite, mas no fundo precisa de mim.

– Elizabeth ... – Dou suspiro, desvio minha atenção para mar, aonde sou surpreendida com uns helicópteros e uma coisa vindo em direção da casa. Um míssil estava preste atingir.

Não deu tempo para correr, fui arremessada bruscamente para chão. O desespero tomou conta, não sabia como estava meu pai ou Pepper. Tudo estava demorando, tentativa de usar meus poderes era de 0% sendo que eu tava sem treinamento há meses, então minhas chances de morrer era de 99%, restado um porcento de esperança.

O chão começa a cair a beira mar e levando eu junto. Esforcei para não ser levada pelos escombros. Mas algo inesperado surgi do "céu" para me socorrer.

–Segura a minha mão! –Exclamou estendendo a mão, entre respiração ofegante tento me soltar e pegar lá, mas não consigo, o medo de cair aterroriza a minha mente.

–Pai, eu não consigo. –Responde.

–Filha olha pra mim, você consegui. – Ergue meu olhar mantendo-me transparente para não assustar lo, pois eu já sabia que não tinha capacidade o suficiente para alcançar lo.

A barra de ferro que estava segurando se rompe, fazendo eu caí na profundeza do mar. De repente sinto uma pancada cerebral que faz eu apagar.

The Avergers- Feiticeira Da MarvelOnde histórias criam vida. Descubra agora