Em um mundo onde o destino é traçado a partir do gênero Alfa, Beta, Ômega... A escolha se torna apenas um sonho distante.
Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha nunca escolheriam um outro, maldição, eles sequer se dariam conta da existência um do outro...
Notas Iniciais: Huhu, e agora mais gente brotando e que comecem as tretas 😎
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O sol ardia em meio ao céu de um azul cristalino e sem nuvens, altivo e tão quente como o próprio inferno deveria ser, refletindo na areia fina e de um bege pálido, sendo movida vagarosamente pelo vento quase inexistente. Quente, árida, sufocante... Suna. Os olhos negros não se desgrudavam da janela aberta, mesmo com o ar escaldante entrando e infestando toda a carruagem, as roupas pesadas e nobres continuavam intocadas, como se não fosse incômodo algum usar tantos panos em meio aquele calor. O rosto impassível inalterado, com a concentração que apenas alguém como o herdeiro direto, alfa e orgulho do clã Uchiha poderia ter. Itachi analisava com toda a atenção, memorizando, mesmo sem seu Sharingan ativado, toda a planície de Sunagakure, a aldeia da areia. Nunca havia estado no local e de alguma forma achava facinante o quanto de deserto se estendia a apenas algumas léguas da própria Konoha. Nada das árvores frondosas e cheias de vida, nada de lagos, rios ou sequer um pequeno riacho. Nada do que já conhecia desde sempre. Era diferente, desconhecido... Excitante. O Uchiha pela primeira vez em horas desviou da janela aberta, encarando sua única companhia de viagem. O homem grande parecia ainda maior dentro do espaço modesto da carruagem, pressionando um pano úmido contra a testa. Itachi se permitiu um leve sorriso. - Isso deveria ser considerado o inferno. — O homem disse no seu forte sotaque estrangeiro. Kisame Hoshigaki, exímio espadachim, vindo de uma longa linhagem na aldeia das águas. E designado a ser guarda costas do Uchiha mais velho. Itachi simpatizava com o rapaz alto de aparência exótica, nunca realmente achou que necessitava de alguém para lhe proteger, já que era capaz de fazer isso sozinho, mas se tinha que conviver com alguém em cada vez que se ausentava de Konoha, Hoshigaki era sem dúvida a melhor companhia. - Aguente, estamos perto dos limites da vila. — O mais novo passou a mão de dedos esguios pelo cabelo escuro e liso, apoiando a cabeça no encosto macio do seu banco. Kisame assentiu, decidindo ao invés de reclamar ainda mais do calor, beber longos goles de água. Itachi retirou a bússola do bolso interno da capa. Apontava ao norte, e como havia dito, pode ver a pouca distância deserto se tornando menor e dando lugar a rochedos grandes. - Estamos entrando em Suna, senhor. — Ouviu o cocheiro avisar. Passavam pelos portões, com guardas analisando tudo meticulosamente, e não foi surpresa quando a carruagem parou de vez. Itachi aguardou em sua posição. Esperando que o movimento continuasse, um dos guardas se curvou ao lado de sua janela, antes de continuar a inspeção. Em alguns minutos, o caminho estava livre, e a aldeia começava a se formar, comércios, e pessoas, caminhando apressadas por ruazinhas estreitas, com chapéus grandes e sombrinhas enfeitadas os protegendo do sol forte. Todas olhavam curiosas, provavelmente já sabendo ser a corte de Konoha chegando, devido a carruagem que ia a frente. Itachi via alguns sorrindo na sua direção, o olhar desejoso e mal escondido, alguns mais tradicionais se curvavam em respeito, e a todos ele dirigia seu sorriso educado. Quando por outra vez a carruagem diminuiu, Kisame se debruçou junto ao Uchiha sobre a janela, o sol quente sendo amenizado por uma cobertura que lembrava a um vidro azulado, portões decorados em vermelho e com o brasão da família real se abriram, mostrando dezenas de guardas todos vestindo negro, arrumados em uma formação perfeita com espadas em mãos. O cocheiro deu sinal, Kisame segurou sua amada Samehada, olhos claros afiados, esperando que Itachi desse seu próprio sinal de que queria sair. O guerreiro da névoa abriu a porta... Sendo empurrado no mesmo instante por um vulto amarelado. - Saia da frente tubarão! — A voz alta ecoando antes mesmo da cabeça loira se projetar para dentro da carruagem. — Ora, saia logo daí, Uchiha. Ou pretende ficar assando nesse maldito banco o dia todo?! Itachi estreitou os olhos, antes de os revirar. Os olhos extremamente azuis do outro fizeram o mesmo... Só podia ser um Namikaze. - Se você fizer o favor de sair do caminho. — Balançou a mão. Deidara ergueu o dedo médio da mão direita, antes de se afastar. — Grato. E finalmente o herdeiro dos Uchihas pisava no solo real de Suna No Sato. A areia do lado de fora formando pequenos redemoinhos no piso em formato de mosaico. - Minhas pernas sempre doem nas viagens até aqui, Juro que preferia vir correndo, daria menos trabalho e nos pouparia horas, mas com esse sol amaldiçoado... — O Beta loiro tagarelava enquanto esticava as pernas. Itachi olhou em volta, o caminho ao palácio lembrava ao de Konoha, mas todas as cores ali pareciam menos brilhantes, se intercalando entre tons terrosos, vermelho escuro e negro. Não deixava de ser extremamente belo, mas era diferente do que ele estava acostumado a chamar de casa. - Preparado para falar com o Kazekage? — Deidara soou estranhamente baixo. Kisame fazendo um leve aceno antes de seguir os dois guerreiros que acompanhavam o Namikaze os deixando alguns passos atrás, dando um falso senso de privacidade aos dois nobres. - Claramente, que motivo eu teria para não estar? — Olhou para o outro de soslaio. Deidara jogou os fios longos presos em uma trança para trás dos ombros. - Seguro de si como sempre. — Empinou o nariz, olhos cor de safira outra vez prostrados sobre o Uchiha. — Mas Lembre-se, você vai comunicar ao próprio rei, que infelizmente o seu irmãozinho não irá mais se casar com o herdeiro dele. Rejeitar a um príncipe me parece coisa o suficiente para fazer alguém sujar as calças. - Alguém como você? — Uma sobrancelha negra foi arqueada junto a um sorriso em direção ao rapaz poucos centímetros mais baixo. Deidara respondeu com um praguejar baixo. — E não irei rejeitar o príncipe, meu irmão encontrou seu destinado e não há nada que qualquer um possa fazer para mudar isso. Destinado que por acaso vem a ser o seu primo. - Naruto, aquele maldito sortudo, seu irmão é um agrado aos olhos, Uchiha, não me importaria de ter meu destino trançado ao dele. Itachi continuou a olhar para frente... As portas altivas foram abertas, dentro do castelo era arejado e um pouco escuro, o caminho sendo guiado por novos servos. Todos tentando ser o máximo da educação, alguns sorridentes até demais, deixando cheiro doce de ômega no ar. - E sua legião de fãs continua aumentando. — O mensageiro do Hokage indicou malicioso os servos usando roupas no mesmo esquema entre bege amarronzado e vermelho. — Pode se divertir um pouco por aqui. - Como bem sabe, tenho uma noiva. — Estreitou o olhar para o loiro, Deidara deu de ombros não dando importância ao lembrete. - Sabia que Naruto e Gaara são amigos de infância? — Deidara sussurrou praticamente sem som, mas foi o suficiente para o herdeiro do Sharingan escutar. Não podia dizer que estava impactantemente surpreso, era de se esperar, afinal eram príncipes de vilas aliadas com funções parecidas. Era uma coincidência infeliz, que Sasuke fosse o par destinado de um, quando já havia sido prometido ao outro. Mais uma porta, e Itachi ouviu seu nome ser anunciado, antes de adentrar a sala do trono real. - Sejam bem vindos. — A voz contida soou alta nas paredes escuras. A família Sabaku estava perfeitamente em seus lugares, desde o Kazekage, com semblante educado, até os herdeiros arrumados em aparente ordem. De todos eles o único que Itachi reconhecia era o rapaz sentado no segundo trono a direita do rei. Kankuro, também o único que sorria, ele havia ido pessoalmente a Konoha fechar o acordo de casamento com Sasuke a meses atrás. Além dele, havia também uma garota, loira e de expressão séria, olhos verdes escuros os estudando sem nenhum pudor ou medo. E por último... Olhos negros se focaram em olhos também verdes, mas como se fossem diluídos dentro de si próprios em tons de turquesa, um olhar que não demonstrava nada. Os cabelos vermelhos como sangue fresco claramente vindos do Kazekage eram bagunçados, mas ostentavam com altivez a coroa indentica a dos outros dois irmãos... Aquele era Gaara No Sabaku, o alfa que havia sido escolhido por sua família para se casar com o seu irmão. - Majestade. — Deidara se curvou. Itachi fez o mesmo, ganhando a atenção do olhar do Kazekage. - Que bons ventos os trazem, dando-me a alegria de receber um Uchiha em minha vila? — Rasa colocou uma mão sobre o queixo. - Sinto dizer, Kazekage-Sama, mas trago notícias que podem não ser tão vantajosas a vossa majestade. — Itachi se aproximou, notando a sua direita, um dos guardas também se mover, ficando mais próximo a família real. — É bem sabido que meu clã segue ensinamentos antigos e os bons costumes, somos antigos e tradicionais. - E isso é uma qualidade respeitável, meu jovem Itachi-San. — O Kazekage o compeliu a continuar. - Venho pessoalmente comunicar, que por uma obra do destino, mesmo presando com todo afinco o acordo estabelecido entre nossas famílias, e mais importante entre nossas vilas. Houve o acaso de meu irmão ômega, Sasuke, encontrar aquele que o destino escolheu para ser o seu par. A sala toda mergulhou em silêncio no exato instante que a última palavra saiu pela boca do Uchiha. Os olhos escuros do rei se voltaram imediatamente ao filho disposto ao seu lado esquerdo. Mas esse não desviou de Itachi, nem por um segundo, o rosto pálido continuando como uma máscara pintada em porcelana. - Destinado você diz, então logo meu Gaara não poderá mais se casar com o ômega do seu clã? - Receio em dizer que não. - Quem foi ele? — A voz de Gaara cortou o salão, grave e fria, enquanto ele se erguia fazendo seu manto cor de terra farfalhar atrás de si. - O príncipe herdeiro de Konoha. — Deidara se pronunciou. Itachi sentiu o chakra quase assassino se agitando. Sharingan clamando para ser ativado. Mas o próprio rei, assim como o guarda de antes, com sua máscara e roupas negras pareciam atentos a cada movimento do príncipe. - Naruto... — Gaara cuspiu a palavra como se fosse veneno. — Ousou cravar um punhal em minhas costas. - Gaara, contenha-se. — O Kazekage repreendeu. - Alteza, devo dizer que Naruto é honrado e nobre, nunca faria algo dessa natureza, com ninguém, muito menos com um prezado amigo. — O mensageiro oficial da vila de Konoha defendeu o primo. Dando um olhar cuidadoso para Itachi. — O destino quis assim, entrelaçar as almas de ambos. - Entendo, mas como posso ter garantia de que o seu ômega Uchiha não se deixou marcar pelo príncipe por vontade própria? — Rasa No Sabaku perguntou sem mover um músculo. Itachi sentiu o seus olhos acenderem, mas os conteve antes de encarar toda a família real. - Pois meu irmão também é honrado, se foi marcado pelo príncipe é por que ele era por destino o seu escolhido. Sasuke não é uma meretriz, é também herdeiro do meu clã, exigimos respeitos a... - E foi prometido a mim, é meu. — Gaara rosnou. - Senhores, vamos manter a cordialidade. — Deidara balançou as mãos enluvadas. — Kazekage-Sama, trago oficialmente a desculpa mais profunda do meu senhor Hokage, mas devo dizer que deveríamos todos estarmos felizes, pois apesar de tudo, são um casal destinado que se encontraram, peças que se encaixaram, e quem somos nós para tentarmos separar algo que a força maior do destino juntou? Rasa soltou um suspiro longo. Gaara ainda estava em pé e seu chakra continuava tingindo toda a sala de vermelho. Temari porém foi quem disse levemente desinteressada. - Se o destino escolheu Naruto para o ômega dos Uchihas, certo foi que Gaara não interferisse. - Entendo. Sinto por ver um acordo tão feliz com o clã Uchiha ser desfeito como um castelo das areias mais puras e finas ao vento. - Minha família também sente, Kazekage-Sama, porém é algo que não podemos controlar ou desfazer. — Olhou para Gaara... E pela primeira vez, ficou feliz por Sasuke não ter que se casar com ele. — Apenas devemos ficar felizes em nome dos abençoados pela mão do destino. E nesse momento o príncipe avançou, Sendo bloqueado pelo corpo menor, porém vezes mais rápido do guarda mascarado de prontidão. Assim como Kisame empunhando Samehada ao lado de Itachi. - Saia. — Ordenou sem receber resposta do guarda. - Príncipe-Sama, não há motivo para que se zangue, em Konoha podemos lhe arranjar outro, ou até outra ômega, o trato não precisa ser desfeito. — Deidara se apressou, dando graças por ser um beta e não sentir em demasiado a pressão que o chakra do príncipe e de Itachi faziam. - Me foi prometido Sasuke Uchiha, ele é meu por direito. — O alfa Sabaku grunhiu, seus traços se deformando em uma expressão de pura ira, redemoinhos de areia se movendo em torno do rapaz de cabelos escarlate. Itachi viu quando o guarda que continha o príncipe foi amparado por mais outros dois. Seu Sharingan se ativando e fazendo Deidara dar um esgar incrédulo. O corpo do guarda se movendo como um raio e parando em sua frente, com a espada fina e reluzente apontada para o seu peito, impondo sem palavras que ele se contivesse. - Basta! — O Kazekage se ergueu em um repente, seu chakra forte tentando drenar o dos outros dois alfas. — Gaara, aja como o príncipe que é. O mais novo deu um passo para trás, os redemoinhos de areia sumindo no ar. Itachi desativou seus olhos, já tendo sido o suficiente para mostrar que se o príncipe fizesse algo iria se defender. Era um Uchiha afinal, e não seria um guarda insignificante que o impediria de agir. Fez sinal para Kisame sair da posição de ataque também. Gaara olhou do pai, para o mensageiro Namikaze e para o Uchiha que o mirava arrogante, como se fosse melhor do que qualquer um com seus olhos vermelhos. E os odiou. Odiou com todo seu coração, a semelhança que aqueles dois tinham, a do mensageiro com Naruto, o traidor. E a que aquele maldito Itachi tinha com o belo ômega que havia sido prometido para si. Seu Sasuke. Deu um passo para trás, lançando seu olhar frio para todos, antes de deixar a sala. Em seguida os outros dois irmãos se ergueram também, pedindo licença com toda educação e se retirando. - Perdoem-me, Gaara ficou muito abalado com essa nova notícia, vejam bem não é do feitio dele causar discussões. — O Kazekage voltou a se sentar. — Mas já estávamos preparando o casamento com Sasuke-Kun. - Nós entendemos perfeitamente, não podemos julgar o príncipe por atos feitos no calor da emoção. — Deidara concordou solicito. - Minhas sinceras desculpas Itachi-San. — Rasa deu um ligeiro sorriso. — Inevitável é o destino. Aceito a proposta de outro ômega para o meu herdeiro, continuaremos com os tratados com Konoha. - É muito sábio, Kazekage-Sama. — Deidara fez uma mesura. — Konoha faz muito gosto em ter Suna como aliados. - Sitam-se a vontade para ficarem o quanto quiserem na minha vila. — E com isso era óbvio que o comandante supremo de Suna os dispensava. Kisame saiu em frente, sendo guiado pelos guardas na porta. Os três mascarados, parados como estátuas ao lado do trono. Apenas o que havia se posto a sua frente ainda com a espada em mãos. - E agora, acha que só eu sou alguém que borraria as calças rejeitando um príncipe? — Deidara arquejou saindo quase correndo do recinto. Itachi olhou uma última vez para a figura menor entre os outros dois... Tinha a sensação de que aquilo não acabaria ali.