Into The Chaos

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Notas Iniciais: HELLOOS MEU POVO
Sim, finalmente depois de uma era aqui estou com um novo capítulo...
Cês ainda lembram da história né??? Hakskskks
Manas, já vou adiantando que o capítulo está enorme, cheio de coisitas e pontos de vista da vida de todos os personagens "principais". Então pra quem curte uns caps bem compridos e detalhados tipo eu vai amar... Pra quem prefere uma coisa menorzinha eu peço desculpas, mas me empolguei kaksksk
Agora sem mais enrolações...

Enjoyyyy 💟





Enjoyyyy 💟

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    O silêncio sepulcral se fazia presente em cada canto do enorme salão onde o corpo sem vida do Kazekage repousava inerte.
    Em cada rosto se via certa tristeza e abatimento, em alguns, até lágrimas contidas se faziam presentes. Todos sentindo uma dor inestimável e respeitosa.
    Temari olhava para o semblante pálido do pai, a princesa sempre tão altiva naquele dia tinha os olhos verdes cansados, a postura encurvada como se carregasse metade do peso do mundo nos ombros, usando um vestido negro e elegante. Olhou em volta, vendo tantos rostos que mal conseguia se lembrar, queria estar em tantos outros lugares do que ali, dando um último adeus aquele que havia sido seu maior exemplo durante vinte anos.
    Kankuro, o segundo príncipe tinha os olhos escuros molhados, e como era do fetio do garoto sempre tão expressivo, não escondia o quanto estava triste, ao contrário dos seus outros dois gêmeos não tinha a mínima intenção de se fazer de forte mesmo que soubesse que era o melhor a se fazer, era a realeza e deveria assegurar que os súditos soubessem que tudo ficaria bem apesar dessa perda irreparável. Porém Kankuro não poderia ligar menos para as convenções. Deixando sua mão tocar pela última vez a tão fria do pai.
    Gaara se mantinha do lado direito do caixão. O rosto tão sem expressão quanto sempre, mas carregando olhos brilhantes como duas pedras preciosas. Havia ouvido cada pêsame sem se dignar a responder mais do que um aceno de cabeça. Era como se estivesse vazio...
    Porém por dentro, Gaara No Sabaku, herdeiro do poder da areia e mais novo detentor da coroa de Kazekage, não poderia estar se sentindo mais preenchido. Pela primeira vez em anos, o rapaz ruivo sentia como se vida estivesse correndo por suas veias a cada nova batida do seu coração.
    Com um último olhar para o rosto daquele que havia chamado de pai, Gaara deu seu adeus, sem remorso ou arrependimento algum.
    Com um sinal feito pelo novo Kazekage, a tampa do caixão foi fechada, Kankuro cobriu a boca com um lenço, lágrimas transbordando e descendo por suas bochechas coradas, Temari se adiantou e segurou o ombro do irmão mais novo por poucos minutos de diferença. Uma lágrima solitária cortando também a perfeição do seu rosto, quando mirou nos olhos tão semelhantes aos seus, porém secos e sem nenhuma emoção aparente.
    Sentiu um arrepio a percorrer por completo. Mau agouro.
    Gaara deu as costas ao caixão que em breve seria queimado, as cinzas de Rasa se juntariam a de Karura no salão nobre, e a coroa feita de ouro branco logo estaria em sua cabeça.
    Fez sinal para o capitão da guarda prostrado juntamente aos outros soldados próximo às portas abertas do salão. Olhou altivo para todos que se curvavam em respeito enquanto deixava para trás o funeral do seu pai.
    O capitão o acompanhou com passos leves, tirando a máscara e expondo o rosto delicado e cabelos de um tom de escarlate dois tons mais escuros que o seu próprio.
    - Convoque o conselho, de imediato tenho anúncios a fazer e posições a discutir. — Disse em tom baixo sem encarar o Akasuna.
    Sasori assentiu sem questionar, como o servo leal que sempre havia sido. Gaara adentrou outra das muitas salas do castelo, essa sendo ocupada por uma mesa redonda e com muitas cadeiras. Se aproximou das janelas de vidro e mirou o horizonte da sua aldeia da areia. Voltou ao capitão parado ao lado da porta.
    - E prepare-se, carruagens e bagagens, pois partiremos assim que o sol se pôr, levarei três dos seus melhores guardas também.
    - E onde será o destino, majestade? — O ruivo perguntou, mas sem nenhum resquício de curiosidade, era apenas o seu dever.
    Gaara ergueu a palma da mão, fazendo uma leve camada de areia dançar como uma bailarina rodopiando com delicadeza.
    - Konoha. — Anunciou quase sorrindo.
    Os olhos cor de bronze do Akasuna pareceram assumir uma nova emoção momentânea, tão rápido que o novo Kazekage quase pode se convencer que havia sido apenas sua impressão, mas logo o escorpião voltava a parecer como o boneco inanimado de antes.
    - Dispensado. — Voltou a observar sua bailarina rodar como se dançando entre uma tempestade de neve.
    - Kazekage-Sama. — Sasori se curvou antes de deixar a sala.
    Gaara finalmente se viu sozinho, e então uma gargalhada escapou do seu peito. Tudo estava indo de acordo com o plano.
    Não demorou muito e os primeiros membros do conselho começaram a encher a sala, sendo os últimos Temari e Kankuro.
    A loira se aproximou rápido, Gaara pode sentir a raiva dela quente e densa preencher o lugar.
    - O que acha que está fazendo?! — A princesa perguntou baixo entredentes. — Nosso pai ainda sequer teve suas honras prestadas devidamente, não é hora para reuniões.
    - Sente-se. — Foi a única coisa que Gaara retrucou. Temari fez menção de protestar novamente, mas a mão leve de Kankuro no seu ombro a fez recuar.
    - Vamos ouvir o que Gaara tem a nos dizer, irmã. — Olhou para Gaara e então guiou a princesa até um dos assentos.
    - O que nos trás aqui nesse momento tão inoportuno, jovem príncipe? — Uma mulher de meia idade perguntou atônita, expondo a surpresa de todos.
    - Kazekage, devo lhe lembrar. — O ruivo cruzou os braços, deixando seu olhar vagar por cada rosto. — Como já devem saber, assumirei a coroa o mais rápido possível, Suna precisa urgente de alguém que tome as rédeas da situação, e não há tempo a perder com coisas que não podem ser remediadas. — Andou até estar próximo aos irmãos. Todos o acompanhavam com atenção. — Tempos novos virão até Suna, agora se iniciará uma nova era, onde nós não seremos mais apenas serventes e sim, passaremos a ser servidos. — Ele prendia cada olhar, recebendo cada ponto de atenção na sala. — Iremos pegar o que é nosso por direito e mostrar que somos mais fortes e não seremos mais subjugados por nação nenhuma. Nunca mais.
    As reações foram muitas, mas Gaara sorriu de canto ao ver que a grande maioria era de concordância com suas palavras.
    - Irei comparecer ao casamento do príncipe de Konoha. — Todos ficaram em silêncio, Temari soltou o ar como se houvesse levado um soco no estômago.
    - Majestade, acha que é de bom tom... Deveríamos respeitar o luto...
    - E no que isso nos beneficiária? Ficar aqui guardando as cinzas de Rasa não o faram voltar como que por milagre, seria apenas perca de tempo. — Fitou a irmã mais velha. Quase podia ver uma tempestade se formando dentro dela. — Tenho assuntos a tratar na Vila da Folha, e quando eu vier a retornar, se preparem pois as coisas começaram a mudar.
    - Kazekage-Sama. — Um homem se levantou, colocando a mão direita sobre o coração. — Tenho certeza que fará um ótimo trabalho liderando a vila. Tem nossa confiança e lealdade.
    Todos os membros se ergueram, fazendo o mesmo gesto com a mão no peito... Exceto Temari e Kankuro.
    Gaara sorriu sutilmente.
    - Agradeço, agora saíam por favor. — Os membros do conselho da areia deixaram a sala de reuniões em silêncio, assim como haviam chegado.
    - Você só pode ter enlouquecido de vez, Gaara. — Temari se levantou, indo até o irmão ruivo, alguns centímetros mais baixo. — O que está dizendo sobre nossa vila ser submissa e subjugada por outras nações?! Sempre fomos um reinado pacífico...
    - E esse foi o maior erro cometido. — Gaara encarou a moça de cabelos presos.
    - Erro? Foi assim que nosso pai escolheu proteger o nosso povo, evitar conflitos não é ser submisso, é ser inteligente!
    - Inteligência, você diz. — O ruivo se sentou em uma das cadeiras. — Acha inteligência temos que trabalhar como escravos para recebermos migalhas de vilas como Konoha No Sato? Vivermos as sombras de reinos maiores, quando sabemos que poderíamos facilmente ser aqueles que impõe medo e respeito. — A areia começou a pairar em volta de Gaara. — Eu lhe digo que não.
    - E pretende fazer o que sobre isso, meu caro irmão? — Temari se aproximou, seu chakra de alfa tentando pressionar o do seu gêmeo.
    - Temari. — Kankuro se levantou ficando entre os dois irmãos. — Vamos lá, isso é desnecessário e sem sentido, não podemos brigar agora, não quando já perdemos tanto. — O rapaz de cabelos castanhos alternou entre olhar para os dois. — Deveríamos nos unir, como sempre fizemos... Desde quando ainda estávamos dentro de nossa mãe.
    A princesa primogênita deu um passo para trás, puxando todo o ar possível e tentando esfriar a cabeça.
    Gaara continuou imóvel, sua proteção natural de areia estava calma, sem intenção de atacar, porém ainda ativa e a espreita.
    Temari bufou e por fim deixou a sala, o barulho de seus passos duros ecoando pelos corredores do palácio.
    - Deuses. — Kankuro passou a mão pelo rosto. — O que pretende fazer, Gaara?
    - Não me diga que também está  interessado em meu novo plano de governo. — O garoto de olhos verdes apoiou a mão direita sob o rosto pálido.
    - Na Vila da Folha, por que está indo no casamento de Naruto com o ômega dos Uchiha? — Kankuro franziu o cenho.
    - Como eu disse, é uma questão diplomática.
    - Não quando até dias atrás o ômega era seu noivo. — Pegou a mão pálida de Gaara, o irmão o olhou friamente. — Por favor, lhe peço para não fazer nada, nosso pai faleceu á pouco, a última coisa que precisamos é problemas.
    Gaara puxou a mão se erguendo e voltando a janela, o dia estava prestes a se pôr.
    - Não tenho intenção de fazer nada contra o casamento do príncipe, se é com isso que se preocupa. Apenas estou indo em mera cordialidade e por outros motivos com os quais você não deve se preocupar por agora, mas já adianto que é a Vila da Folha  que deve temer problemas. — Gaara passou por Kankuro também indo até a porta. — Volto em dois dias.
    Kankuro se encostou na janela aberta, sentindo um arrepio frio percorrer seu corpo, mesmo com a brisa morna batendo no seu rosto... Tudo estava prestes a mudar.

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