Eu tive um sonho horrível com você e te liguei. Não foi um erro e sim, eu tinha o direito de fazê-lo, mas não devo satisfação nenhuma disso a não ser a você.
Você entende, você sempre entendeu. Esse não foi o primeiro telefonema na madrugada que a gente dividiu. Mas foi o primeiro daquela noite.
Era só pra saber se você tava bem. Mas o caroço foi crescendo na garganta e eu desabei. Chorei de saudade do que fomos, chorei de saudade do que podíamos ter sido. Chorei por saber que já não somos.
Chorei porque era a primeira vez em sete anos que eu ouvia a tua voz.
No segundo telefonema eu ainda chorava e você, com toda a paciência do mundo, me consolava. Me lembrava do quanto eu sou forte e de que tudo ia ficar bem. Mas sem me pajear, sem falsa empatia porque você não é disso. O nosso amor sempre foi respeito, acima de tudo, e um carinho que não é pra qualquer um entender.
Nosso amor foi privilégio.
Amor desses é pra poucos. É pra quem tem coragem.
No terceiro telefonema a gente se despediu e desejou toda a felicidade do mundo um para o outro.
Pedi desculpas pelo inconveniente e você me disse: que besteira é essa? Eu tô sempre aqui.
Seguimos a vida em busca de nossos sonhos, um em cada canto, como a gente combinou.
Seguimos nos amando como há de sempre ser.
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Contos sobre Terças e o Centro.
Cerita PendekPequenos pedaços de encontros na Antiga Capital.