Capítulo 14

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   Os dois chegam em uma mesa, e Paulo puxa uma mesa para Lia. Quer cara mais folgado que esse? Puxando a cadeira para uma mulher comprometida? Um dia ainda desconto toda essa raiva que sinto.

-Obrigada. -Ela agradece. -Vamos pedir cardápios?

-Claro. -Concorda chamando a garçonete.

   Lia escolhera a nossa comida predileta: strogonoff de frango. Paulo disse que queria o mesmo, apenas quer dá um de bonzinho, mas eu sei o que ele realmente quer.

-E então, tá tudo bem? Com o Luan? -Ele pergunta.

-Infelizmente não. -Ela responde desanimada.

-Por quê? -Pergunta dando um de preocupado.

-As paradas cardíacas do Luan não param de diminuir Paulo... -Diz já com lágrimas. -O médico disse que... A possibilidade dele não resistir é enorme.

-Eu sinto muito Lia. Por vocês dois. -Diz pegando em sua mão. Idiota.

-Bom, tudo que podemos fazer agora são orações. -Limpa o rosto. -Mas eu sei que ele vai ficar bem, por mim, pela família e pelos fãs.

-Se Deus quiser! -Sorri apertando sua mão. A mesma sorri. Não faz isso comigo amor...

-O que vai querer pra beber? -Pergunta olhando o cardápio.

-Cê sabe que eu não bebo. -Fala.

-Um refri? -Ela assente. -Qual o seu preferido?

-Coca cola. -Responde e ele ri.

   O refrigerante chega e logo depois o jantar. Eles comem conversando, mas Lia apenas falava de mim, e eu percebia o quanto ele se sentia incomodado. Mas não mandei se meter na vida dela, agora aguente.

-Lia, me desculpa perguntar, mas o que a sua família acha de você e o Luan juntos? -Paulo a olha.

-Ah... Meu pai nunca aceitou muito nós dois. -Diz me fazendo lembrar de coisas. -Dizia que o Luan era um cantorzinho sertanejo, e eu merecia um advogado ou delegado igual a mim.

-Entendo. -Ele fala.

-Sério? -Pergunta surpresa.

-Os meus pais são assim, querem escolher com quem eu devo ficar pro resto da vida. -Responde.

-É bem difícil.

-Sim.

   Depois do jantar a minha Lia pede para ir para casa, já que estava um pouco perto. O idiota liga para um borracheiro para ajeitar o seu carro.

-Ele disse que o conserto vai demorar mais ou menos meia hora. -Diz desligando o celular.

-Quer ficar aqui? -Ela oferece. Não acredito nisso.

-Não vou incomodar? Você parece com sono. -Dá um de difícil.

-Imagina, entra.

   Os dois ficam no sofá conversando, até que Paulo começa a lhe jogar cantadas. Ai que ódio.

-Lia, você é tão linda sabia? -Pergunta se aproximando de sua boca.

   Penso rápido e tento derrubar um quadro que havia ali. Os dois se assustam e ajeitam o quadro. O borracheiro liga para o idiota pra avisar que o carro já estava pronto. Graças á Deus.

-Obrigada por tudo Paulo! -Sorri.

-Imagina, eu que agradeço. Tchau.

-Tchau.

                       Continua...

Mesmo sem estarOnde histórias criam vida. Descubra agora