Capítulo 01 - Natália

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Terminei de fazer a quentinha do Alemão, fiz um coque no cabelo, e saí de casa. Quando tava descendo a ladeira, vi ele e uma putinha do morro, meu sangue ferveu, um nó se formou na minha garganta. Joguei a quentinha no chão e virei as costas, escutei o barulho da moto, me segurei pra não olhar e continuei andando, as lágrimas já caíam. Beleza, sou mulher de bandido, sei que ele me trai, mas pô, perto de casa? Que falta de respeito! Abri o portão, senti a presença de e ignorei.

Alemão: Coé, Natália! — entrei dentro de casa e fui andando até o quarto. Ouvi passos e sentei na cama, ele ficou na minha frente, insistiu pra falar comigo e eu ignorei, senti um tapa no meu rosto, e continuei séria.
Natália: Bate mais, Gabriel. — limpei algumas lágrimas que desciam sem parar.
Alemão: Já falei pra tu me esperar em casa. Ta ai, viu o que não quis! — tirou o boné e a blusa.
Natália: Tu não tem um pingo de respeito por mim, né? — levantei.
Alemão: Cala essa boca! Tu sempre soube dos meus lances, nunca neguei pra tu. — gritou.
Natália: Perto de casa? Tá me achando com cara de idiota? Passo, lavo, arrumo essa droga de casa e ainda aguento as tuas gritarias. Quer saber? Cansei! — fui até o guarda-roupas e tirei algumas.
Alemão: E tu vai pra onde? Não tem grana pra nada! Eu que te tirei do lixo, te dei casa, te fiz mulher. Se não fosse por mim, tu já tinha morrido! — me virei e nos encaramos.
Natália: Preferia tá morta mesmo! Você não me deixa sair,  não me deixa ter amizade com ninguém, sempre fico presa nessa casa. Não posso nem ter um facebook. Isso é vida? Hm? — senti outro tapa e cai no chão.
Alemão: Tá querendo peitar mesmo? Mal agradecida! — deu um chute na minha barriga, gritei. — NEM PRA ME DAR UM FILHO TU SERVE! TRÊS ANOS QUE TÔ CONTIGO E NADA! — outro chute, dessa vez no rosto, senti o gosto de sangue e comecei a chorar desesperadamente. Ele me deu socos, chutes, puxões de cabelo e me trancou no quarto. Sem forças, acabei dormindo no chão, meu corpo inteiro doía.

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