01.

347 22 15
                                    

 Robert Davis pertencia ao FBI desde os vinte e seis anos de idade. E fora ele mesmo que resolvera o raro caso do assassino de prostitutas, em Nova Orleães. Muitos acreditavam que este era um caso impossível de resolver, mas foi preciso o cérebro perspicaz de Robert e o seu raciocínio rápido para mais um crime ser resolvido com sucesso.

 Tinham passado catorze minutos desde as cinco da manhã e o sol já se debatia para se erguer por trás dos arranha-céus de Chicago. O negrume cinzento e pesado do nevoeiro já começava a ser visível a olho nu e o vapor de água, libertado através da respiração daqueles que circundavam o espaço, fazia uma tentativa escusada de se transformar em gelo.

 Junto de Robert haviam carros da polícia, que deixavam rodar as luzes vermelhas e azuis em movimentos loucamente circulares. O local do crime estava cercado pela, já conhecida, fita amarela, que obrigava as pessoas à afastarem-se daquele sítio. E as estrelas davam um falso ar poético àquele mórbido lugar.

 Dois adolescentes, viciados em heroína e com o organismo completamente possuído por drogas, passaram pela equipa de investigação e quando viram a fita amarela e as luzes, em passos largos, afastaram-se do local, completamente em pânico de serem descobertos. Mas o que eles não sabiam era que ninguém lhes daria importância, pelo menos não naquela noite. Hoje tudo era dedicado ao cadáver que estava pousado no chão.

 O plástico azul, sujo com o sangue da vítima, tapava o corpo dos olhares curiosos e das câmaras dos jornalistas. E à medida que o inspetor Davis se aproximava da fita amarela foi surpreendido por uma dúzia de repórteres que lhe faziam questões, pronunciadas num rápido dialeto.

 - Inspetor! - Chamavam. - Este é outro daqueles homicídios sem resposta?

 Robert passou por eles sem pronunciar uma única palavra.

 - As respostas serão dadas assim que possível. - Informara a detetive Jones. Uma mulher morena, de peles bronzeadas e com um corpo esguio e musculado, resultado de longos períodos de treinos intensivos para a polícia. Os seus passos velozes seguiram o inspetor de cabelos loiros e pele moderadamente pálida e quando finalmente o alcançaram esta deu-se ao trabalho de o repreender. - Achas bem? - Questionou. - Tens de lhes responder ou de outra forma vão andar aí a dizer que a polícia não sabe fazer nada.

 - Esta escumalha não se devia meter em assuntos do FBI. - Ripostou ele com a sua voz grossa e autoritária.

 Amy Jones encolheu os ombros e atou o cabelo em tons de chocolate, num rabo-de-cavalo desorganizado.

 - O que temos aqui? - Perguntou por fim Robert, destapando o cadáver protegido pelo azul do plástico.

 - O típico. Recebemos às quatro e vinte e três uma chamada anónima sobre um corpo neste parque de estacionamento. E...

 - Também lhe cortaram os genitais. - Interrompeu o inspetor de cabelos cor de limão sujo, numa voz ríspida.

 - Sim. É o padrão. - Confirmou Amy Jones num encolher de ombros verbal.

 O Inspetor Davis levou as duas mãos à cabeça desesperadamente. Já era o quinto homicídio num prazo de um mês e ainda não havia respostas. Não havia nada que relacionasse cada uma das vítimas, a não ser as próprias circunstâncias em que foram achados mortos.

 - Precisamos de ajuda. - Disse a detetive Jones, bufando impaciente.

 - Sim. Mas quem? - Inquiriu Robert, tapando novamente o cadáver ensanguentado. Os braços do inspetor cruzaram-se num X perfeito, enquanto se preparava para ouvir a rapariga de cabelos morenos ao seu lado.

 - Sid. - Chamou ela. Sidney Lee era um simples assistente e, quando fora chamado, observou Amy com o seu típico olhar tímido. Miss Jones acenou-lhe e este veio, num andar apressado e apatetado, em direção aos dois agentes.

 - Queres isto não é? - Inquiriu ele, enquanto ajeitava os óculos presos sobre a cana do nariz.

 - Sim. - Respondeu Amy, pegando no tablet cor de cinza e entregando-o a Robert. - O nome delaé Jessica Ryan Blackwood licenciada em psicologia e doutorada em psicologia forense. O que estás a ler é a tese de doutoramento dela.

 Os olhos do inspetor Davis percorreram o visor eletrónico com alguma rapidez, enquanto lia as palavras preenchidas pelas ideias da psicóloga Jessica.

 - As faces de uma mente homicida. - Leu em voz alta o agente loiro. Amy olhou-o com um cruzar de braços presunçoso. - Onde vive ela? - Perguntou o homem.

 - Aqui mesmo em Chicago. - Respondeu-lhe Jones.

 - Amanhã, vamos ter com ela, então. - Informou Robert passando o aparelho de última geração à colega.

 - Está bem. - Pronunciou a voz feminina da mulher da camisola azul - E agora o que fazemos com o corpo?

 - Levem-no para a morgue. E diz à médica, que o vasculhe de uma ponta à outra! Este tem de ter algo de bom. - E dito isto o inspetor Davis afastou-se a passos largos do local do crime.

-------------------------------

Hey malta bem-vindos ao mundo de "Frágil". Este capitulo é o inicio da nossa historia. Os capítulos impares serão escritos por mim. "ChocolateEbaunilha". E os pares são escritos pela mente mais sádica e psicopata deste wattpad: sunshineeverymorning...!

Espero que gostem eu sou novata neste género, mas espero não dececionar.

Obrigada por lerem.

´Votem e comentem!!!!

Capitulo reeditado: 23-08-2014 00.48h

FrágilOnde histórias criam vida. Descubra agora