Capítulo 3

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O Barulho da máquina de café soava alto. Bastet encarava Diana desde a janela. A morena suspirou, segurando-se no balcão da cozinha.

_ Não me julgue, Bastet, não basta o alarme na minha cabeça, agora você!

A gata miou.

_ Eu apenas estou curiosa, sei que é loucura pensar que meus sonhos tem ligação com a realidade, mas que foi uma coincidência engraçada, oh se foi!

Ela riu, servindo-se do café, a gata aproximou-se, pedindo carinho, e a dona a acariciou, fazendo-a ronronar:

_ Você acredita em destino, Bastet?

A gata mordiscou sua mão:

_ É estranho, sinto como se algo me puxasse em direção a esses artefatos, isso é loucura, não é.

Ela miou em resposta, como se a entendesse, Diana sorriu:

_ Você deve estar com fome.

Lhe serviu a ração, o relógio marcava quinze para as sete, quando ela pegou as chaves e sua mochila, subindo em sua moto. Diante da estrada, pensou no sonho que teve na academia, o homem que se encontrava no rio parecia feito de ouro. Chacoalhou a cabeça, parando diante do semáforo. Aquilo era ilusão de sua cabeça, não poderia ter ligação com a realidade, a vida não era um conto de fadas em que tudo estava ligado. A moto adentrou o parque. Diante do casarão, João andava de um lado para o outro, orientava os seguranças, ela viu quando Osvaldo revirou os olhos.

_ Bom dia!_ disse ela, ao estacionar a moto.

João colocou as mãos na cintura, aquela atitude era típica dele:
_ Bom dia, pensei que a senhorita não queria ajudar.

Como ele usou seu tom autoritário, Diana quis provocar, respondendo:

_ Falou certo, queria, agora quero.

Os caminhões atravessaram o parque, quando o primeiro ficou à vista, Diana ficou ereta, e sua respiração acelerada. Ela cruzou os braços, tentando aparentar indiferença, porém Osvaldo e João notavam a ansiedade dela.

O motorista desceu do caminhão sorrindo, e Diana disparou:

_ A múmia está aí?

_ Bom dia_ disse ele_, não senhora, o sarcófago está no ultimo caminhão e deve ficar no estacionamento da clínica. O Sr. Patel deu ordens estritas de que se tratava de algo muito precioso e devia ser transportado sozinho.

Os olhos de João e Diana se cruzaram, sem entender os motivos de Patel. As relíquias foram levadas um a um para o departamento de pesquisa, enquanto Paulo, Diana e João iam a clínica acompanhar o raio x e a abertura do sarcófago.

Diante da clínica, os transportadores retiraram o artefato com cuidado, sendo necessário um carro hidráulico para retira-lo do interior do caminhão, e com cuidado foi colocado em cima de uma maca. Ao ver o sarcófago, Diana sentiu o alarme novamente, ele piscava e reverberava em sua cabeça, ela respirou fundo, ignorando os sinais em sua cabeça.

Adentrando na clínica, o objeto fora colocado em uma sala com umidade controlada, os três egiptólogos vestiram roupas especiais e luvas, o procedimento seria delicado.

Usaram pinças especiais para abrir a tampa do sarcófago. Quando tiveram certeza que poderiam abrir, os três entreolharam-se, assentindo. Levantaram o objeto, cuidadosamente.

Um ruído seco seguiu a abertura, Diana virou-se a múmia, seus braços cruzados no peito segurando um heqa e um chicote, um sentimento estranho fez seu coração disparar, aquele ser milenar estava diante de si, sentiu-se pequena diante de algo tão grande e magnifico:

O EgípcioOnde histórias criam vida. Descubra agora