Capítulo Três

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Enquanto Amália esperava chegar ao seu destino, de ônibus, ia observando o quanto a paisagem mudava ao longo do trajeto.

Saindo de Ipanema, no bairro chique de Copacabana, passava pelo Leblon (também chique) até chegar em seu bairro, o Vidigal.

O Vidigal antigamente era apenas uma favela, mas hoje um bairro de classe média, já era bem mais urbanizado, e considerado até um ponto turístico.

Amália sempre levou uma vida simples, sempre viveu em uma casa simples.

Sua casa era uma casa média, que estava passando por umas melhorias, assim como sua vida. Ela e sua mãe, apesar de ser difícil as vezes, estavam reestruturando tudo aos poucos, e felizmente estavam tendo sucesso nisso.

Quando finalmente chegou em casa ouviu uma voz vinda da cozinha.

-Amália? -era sua mãe, em tom preocupado.- Onde você estava?

-Mãe, hoje é meu dia de folga. Relaxa. - ela disse pousando sua bolsa em uma das poltronas da sala.

-Sim, eu sei. Mas hoje, o seu dia de folga, é uma segunda-feira, o dia que sua irmã fica até duas horas na escola, e eu só volto do trabalho às três. Você sabe como sua irmã voltou da escola?

“Puta merda” Amália pensou, havia esquecido completamente que nas segundas, ela havia de buscar a irmã mais nova na escola, já ia fazer um tempo que ela tinha essa rotina, mas ela não tinha se acostumado completamentecom tudo isso, e, ainda mais hoje.. Que havia tido um pequeno problema, na praia.

-Desculpa, mãe, eu esqueci...Como ela voltou?

-Uma amiguinha dela mais velha a trouxe de bicicleta, mas filha, presta atenção, ela só tem 10 anos. - sua mãe disse ainda num tom preocupado, mas, parecendo ler seus pensamentos, deu um abraço em Amália e continuou- Querida, eu sei que isso tá sendo difícil, e que você ainda não se acostumou com isso, e de todo nem eu, mas essas foram as escolhas dele, e nós não somos obrigadas a nos incluir, a gente não merecia e não merece... Nós tentamos de tudo filha, você sabe, mas já vai fazer um ano, e precisamos seguir em frente.

Amália se emocionava toda vez que lembrava de tudo... Afinal... Aquilo nunca ia ser fácil. E ela abraçou a mãe mais forte, enquanto rolava uma lágrima pelo seu rosto, e ficaram abraçadas por uns bons minutos. Antes de se afastarem, ela limpou a lágrima rapidamente.

-E cadê ela, mãe?

-Está no quarto dela, acho que ela tá fazendo um trabalho... Não sei ao certo, ela falou que queria que a irmã dela ajudasse ela, e só a irmã. - sua mãe sorriu. -É assim que eu quero ver vocês pra sempre, apegadas... Afinal, nós somos tudo de mais valioso que temos.

Amália assentiu com a cabeça, e sorriu de volta para a mãe, antes de virar de costas e se dirigir para o quarto da irmã, quando sua mãe a puxa pela mão.

-Espera, Amália, o quê é isso na sua testa? -sua mãe aponta curiosa para o local onde ela havia levado uma bolada mais cedo naquele dia... Nossa, ela já havia esquecido do gringo simpático e estranho da praia... “Lucas” E sorriu lembrando da sua cara de bobo, e do seu jeito engraçado, tímido, nervoso, prestativo... Mas teve os pensamentos interrompidos

-Ei, garotinha, estou te fazendo uma pergunta.-sua mãe continuava curiosa.

-Ah, não foi nada. Nada demais, eu estava na praia, e sem querer uma bola caiu no meu rosto... -Ela respondeu fazendo pouco.

-Hm... Ta bem, vê se põe um gelo ai, tá vermelho. - disse sua mãe passando a mão levemente pela sua testa.

E Amália assentiu e disse que mais tarde colocava, virando rápido, novamente, começou a se dirigir pro quarto da irmã... Que aliás, era o seu também.

-Olá... - ela disse abrindo a porta, e vendo sua caçula na parte de cima do beliche.

-Má, onde você tava? -Kali deu um salto da cama e abraçou a irmã.-E porque você não foi me buscar na escola?

-Ah, me desculpa menina bonita. Eu tive um pequeno probleminha, e acabei esquecendo. -Amália e Kali se referiam uma a outra de formas exclusivas. Só Kali chamava Amália de Má, e só Amália chamava Kali de menina bonita.- Mas prometo que isso não vai se repetir. - ela sorri.

-Ta bem. Me ajuda com isso?- Kali disse apontando para um cartaz rosa.

-O que é isso?

-É um trabalho, e eu preciso fazer uns desenhos, e já que você é boa nisso...

-Você já separou o que vamos usar pra desenhar?-Amália perguntou prendendo os longos cabelos, e logo depois fazendo o mesmo com os da irmã, cacheados como os dela.

-JÁ! -Disse Kali entusiasmada abrindo uma bolsa, e deixando cair tubos e tubos de cola colorida, canetinhas e gizes em cima do cartaz. Amália gargalhou. E em menos de uma hora, o trabalho estava pronto. Kali abraçou sua irmã, agradecendo pela ajuda.   

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Olááá! HAHA, vejam minha criatividade incrível para nomes, conhecendo a irmã da Amália >< 

Enfim, espero que vocês gostem desse capítulo que é meio dramático, mas FIC SEM DRAMA N É FIC! E, óbvio ele parece meio solto agora, mas depois vocês vão entender o porque de todo esse drama, espero que vocês gostem, e votem e comentem... e DIVULGUEM PELO MUNDO! uahuash xoxo 

Serendipidade | l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora