As asas da quimera

Introdução- kate

Bufei, pois parecia que o tempo não passava. O relógio ainda marcava 22 horas e as luzes do corredor estavam acesas, o que significava que meus pais não haviam ido dormir.  Então me levantei da cama e me dirigi ao banheiro para tomar um banho.

Parei durante alguns segundos de frente para o espelho, observando meu cabelo todo desarrumado. Eu havia feito mechas vermelhas por toda o meu cabelo preto, há mais ou menos duas semanas.

Fiz o possível para arrumá-lo com as mãos, mas depois de um tempo, desisti  e acabei prendendo-o com um elástico. Joguei um pouco de água no rosto e voltei ao meu quarto, sorrindo ao perceber que as luzes já haviam sido apagadas.
Saí pela porta da frente, parando no andar de baixo do casarão onde abri o armário de bebidas do meu pai e peguei uma garrafa de Vodka.

No jardim de trás da casa, peguei uma bolsa preta que havia escondido lá pela manhã.
Caminhando na calçada, abri a garrafa e comecei a beber. Depois de andar por uns 15 minutos, avistei um muro alto de concreto, perfeito para o que eu queria fazer.

Bebi mais alguns goles e coloquei a garrafa no chão, abrindo a bolsa preta e pegando as latas de tinta em spray. Olhei para o muro, pensando em uma forma de subir ali. Ao perceber que havia algumas saliências na parede, resolvi arriscar.

Comecei apoiando o meu peso em um buraco um pouco mais acima e comecei a pichar. A parte da escalada não foi tão difícil, uma vez que havia muitos outros pontos onde eu poderia me apoiar.
Depois de algum tempo, a pintura estava quase completa, faltando apenas mais alguns detalhes.Minhas mãos estavam completamente coloridas por causa da tinta. Ao olhar para o relógio, franzi o cenho. Já eram 4 horas da manhã! eu havia perdido totalmente a noção do tempo.

Olhei para o grafite, constatando que havia valido a pena. O desenho estava perfeito! Olhei para calçada percebendo que a rua estava deserta,exceto por algumas pessoas andando na rua.

eu precisava ir para casa, mas ainda faltava assinar meu nome na pintura. peguei a tinta preta e subi no muro, assinando meu nome no alto da imagem.
Ao descer, apoiei todo o meu peso em um buraco no muro. Mas de repente, senti algo se quebrando aos meus pés e minha mão se soltou do apoio. Me preparei para o impacto, esperando cair no chão duro, mas algo amorteceu minha queda.

Ao me levantar percebi que havia caído em uma garota.
Estendi a mão a fim de ajudá-la  a se levantar. Ela pegou a minha mão e sorriu. possuía um cabelo preto liso que caía até  os seus ombros e olhos cinza claro que lembravam vagamente as nuvens de tempestafe.

Ela se levantou e voltou olhar para minha pintura parecendo surpresa.  perguntou:

-você que fez isso?
- fiz por que?
Ela olhou para mim com um olhar extremamente confuso.

- porque eu conheço essa imagem.

meu coração deu um pulo tão forte que eu achei que fosse pular pela boca. Aquele desenho era a representação de um sonho que eu havia tido já fazia quase um mês, e eu não havia contado para ninguém do mesmo.

Então, de onde ela conhecia a imagem?