O clima gélido da madrugada era algo não esperado, alguns dos animais noturnos rastejavam ou voavam sobre a luz da lua enquanto as estrelas eram escondidas pelas nuvens, mas os animais não eram os únicos em meio ao ambiente natural, haviam ali pessoas a procura de algo.– Um dos nossos espiões avistou bem nesse local – disse um cara olhando ao seu redor, o tom da voz soara tranquilo – o mercenário que contratei foi morto exatamente neste local onde estou agora.
– E o que tenho a ver com isso?
– Erick meu amigo – disse ao aproximar-se para mais perto – tive acesso as memorias, e o vi ajudar uma inimiga do reino.
– Jarel que história é essa agora?
– Provavelmente você tem conhecimento sobre a morte do meu filho.
Disse Jarel ao esboçar uma leve tristeza.
– Apenas boatos...
– Acontece que a espécie imunda que você ajudou naquele dia está envolvido com o assassinato de Jared, além de raptar minha neta!
– Como isso pode ser possível se tudo o que Jared queria era levar paz aos reinos? – Comentou Erick demostrando não acreditar muito nas palavras de Jarel – Ele possuía a aprovação dos dois povos...
– Ele estava atrás de algo que era temporário – Interrompeu em meio as palavras, porém a expressão mudara – e no fim das contas ele pereceu, não há como mudar algo que já vem acontecendo há séculos, e irei responder isso a altura.
Ao dizer tais palavras elevou uma das mãos a altura do peito próximo ao rosto, e ao gesticular os dedos aleatoriamente um pequeno núcleo de energia começa a aparecer flutuando a alguns centímetros da mão.
– Meus Deus, o eu você fez?
– Eu fiz o que foi preciso – respondeu enquanto cerrava a mão fazendo com eu o núcleo de energia sumisse – e já que você não irá me dizer o que preciso saber, terei que arrancar esta informação de você.
... .... ...
– Eu a ouvi dizer o nome de alguns deles – Sussurrou Lucius ao olhar para Estelar, não havia como esconder a raiva que sentira, dava para ver claramente por conta das feições – você por acaso o conhece?
– Erick – respondeu após um curto período de silêncio – foi com ele com quem deixei a criança, e agora o pegaram, mas...
– Mas o que? Há algo errado?
– Não estão com ela, no que possa ter a possibilidade de ter escapado – disse ao olhar para Lucius que estava ao seu lado – temos que salvá-los.
– Eu não sei o que pensar – comentou ao suspirar após ver uma cena ao qual desejara ser irreal – você está envolvida com o assassinato do rei?
– Não – respondeu ao ter que lembrar do ocorrido – quando soube que queriam aplicar um golpe ao trono, tentei alertar ao rei, mais precisamente a rainha Leslie mas cheguei tarde, não tendo apoio não me restou escolha senão salvar a criança e fugir.
– E foi quando mandaram mercenário persegui-la?
– Ainda tentei lutar, mas eram muitos.
– E como posso ter certeza de sua palavra?
– Sempre fui sincera, mas em relação a você não sei muito – respondeu de forma sutil e direta – e tenho a sensação de que está me escondendo algo.
– O que quer dizer com isso?
– Quero dizer Lu, que você está guardando segredos mesmo depois de ter dito que não poderia havê-los.
– Não há muito o que dizer de mim.
– Experimente.
Lucius sentira-se tenso e ao mesmo tempo refém de sua própria mente confusa, pois não conseguira acreditar no que vira minutos antes, sobre a visão distorcida de um pai ao qual não conhecia mais. Olhando para Estelar que permanecia com o olhar fixo aguardando por algo, pressentiu que poderia confiar nela, aliás, dês que se conheceram nunca foi sincero para com a pessoa que o salvou e o acompanhou.
– Não sei exatamente como lhe contar – disse-lhe em resposta – mas posso mostra-la, mas para isso precisa confiar em mim.
Estelar apenas assentiu ao perceber a convicção no tom da voz de Lucius, para ele as coisas não estavam sendo simples como imaginara, ver o pai levando prisioneiros e conjurando estranha magia levantou sobre si uma certa desconfiança, apenas não sabia se poderia confiar em seu próprio pai.
... .... ...
Thedas em madrugadas possui uma atmosfera sombria, e apesar de ser um imenso reino encontrara-se poucos cavaleiros rondando pelas ruas com suas espadas presas em cintura. Fazia-se pouco tempo dês da chegada de Jarel acompanhado de dois prisioneiros, e o mesmo podia ser visto por cavaleiros caminhando pelos corredores do castelo em direção as masmorras.
– Sabe que terei que o impedir não sabe?
A voz quebrara o silêncio enquanto chicoteava as paredes do calabouço, no entanto, não houvera respostas, apenas um pequeno riso suave.
– Levou tempo – disse enfim, Jarel estava serio enquanto olhara para Erick – localizei diferentes tipos de Flayers pelos arredores do reino, e de um por um fui tomando-lhe suas essências, mas a energia que senti vindo se sua casa, era fraca porem diferente, a essência não pertencia a um Flayer ou a um Human, então perguntarei uma única vez, onde está a mestiça?
Erick então calou-se, o conhecia tão bem para saber o que planejara, a raiva que sentira sobre qualquer raça que não seja humans, o silencio consumira Erick por inteiro, pois sabia o quão inútil seria tentar conversar com Jarel.
– Sempre bancando o esperto Erick, mas há várias maneiras de se conseguir o que busco.
Jarel então ergueu uma das mãos, e Tereza que estava inconsciente pelo ocorrido de horas atrás começou a levitar em direção aos seus braços, Erick queria impedir, mas seu corpo o desobedecia estando imóvel, como se estivesse preso em algum tipo de encantamento.
– O que pretende fazer com ela?
Jarel simplesmente o ignorou. Ao recitar um encantamento próximo a Tereza suas mentes entram em uma conexão compartilhada, podendo assim ver todas as lembranças vividas, ao termino a carregou até a cama.
– O que você fez com ela?!
Erick gritou demostrando preocupação pela Tereza que aparentara estar mais fraca que antes.
– Isso causa um pequeno desconforto, no caso dela apenas ficou exausta – Jarel caminhou até a saída da cela, e ao libertar Erick fecha a cela o deixando lá dentro – entendo a sua preocupação, mas não fiz nada para feri-la.
– Eu não imaginava que você chegaria a este ponto.
– Talvez seja porque você não vê o que eu vejo.
Dito isso, Jarel os deixou aprisionados e saiu restando apenas um silêncio em meio ao corredor iluminado pelas tochas flamejantes.
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A Princesa Mestiça
FantasyStatus: Em Andamento Quando um suposto assassinato cruza aos cinco reinos uma ameaça sobre uma nova guerra é decretada, e o bem mais preciosos que os unificaria no futuro se perde causado intrigas e discórdias. Enquanto Akyla, um reino até então des...