Conselhos

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Amanheci uma bagunça. A Edna estava espalhada no colchão, literalmente. Ela já tinha chutado as cobertas. Fui ao banheiro e lavei meu rosto e coloquei o uniforme da escola. Chacoalhei a Edna da cama.
-Acorda, meu bem! Temos escola hoje, esqueceu?
-Ahhh, justo hoje que eu achei que ia faltar junto com você?
-Levante - se, flor! Preciso conversar com a Laís e tem que ser hoje. Não ia aguentar mais um dia faltando. Imagina só, pegando meu boletim com faltas? Péssimo.
-Essa é a Mel que conheço! Senti sua falta em?
- Sem enrolar! Vai se trocar no banheiro que irei acordar minha mãe!
-Beleza! Mel?
-O quê?- falei, curiosa.
- Saiba que te apoio sempre em suas decisões, então se você não resolver seguir meu conselho, faça seu próprio plano! O que mais quero é minha melhor amiga feliz!
-Eu também quero sua felicidade, amiga! E eu defenderei você daquelas pessoas que não saem do seu pé!- demos um Abraço e eu fui para o quarto dos meus pais.
-Mãe? Hora de acordar! Você tem que me levar para a escola.
- Tá, Mel! Eu vou me arrumar rapidinho! Bom ver minha filha de bom humor hoje!
- Como assim, mãe? Ontem, por incrível que pareça, eu estava de bom humor. Só meus pensamentos estavam atrasados. Eu estava pensando no lance do Maurício e a minha amizade com a Laís.
-Minha doce menina, eu e a mãe da Laís éramos inseparáveis quando nos conhecemos. Vocês tinham 5 anos de idade. Eu olhava para aquelas duas doces meninas. Cada uma diferente da outra. Mas o que unia vocês era simplesmente a união de vocês. Vocês podiam estar fazendo absolutamente nada, mas eu sentia um ambiente de paz entre vocês.
- Pena que acabou a amizade.
-Minha querida, só acaba se as duas estiverem de acordo do afastamento. Ela pode aparentar que sim, mas no outro dia que vi ela, não vi felicidade nenhuma. Ela estava triste. E eu não a reconhecia mais como antes.
-Mãe, você sabe que eu fui atrás dela, tentei me explicar, pedi perdão a ela e ela fez o que? Ajudou a Cris a me humilhar. E dói muito. Eu vou ter que falar com ela mesmo assim, porque sou muito tosca. Enquanto ela está rindo da minha cara, eu estou pensando no bem dela.
-Querida, ela que vai sair perdendo, então se for da sua vontade perder a amizade que não vai levar em nada, vai em frente. Te apoio sempre, filha.
Ela me abraçou e eu virei a ela e vi no fundo dos olhos castanhos dela, que nem os meus, o brilho de querer sempre o meu bem e minha felicidade.
-Obrigada, mãe!

Confissões de duas amigas opostasOnde histórias criam vida. Descubra agora