Quando o Amor Acontece (Degustação)

Capítulo 3

Oiii!!

Adiantando o capítulo de amanhã!! :)

XXX

DESANIMADA, Samara gira a maçaneta e entra em seu apartamento. Estava com o rosto vermelho e inchado. Não chorava mais, porém estava abatida e com uma sombra de tristeza nos olhos. Sentia-se completamente perdida. Não sabia o que fazer. Não sabia para onde ir. Não sabia o que esperar do futuro.

Ryan entra em seguida e fecha a porta atrás de si. Ele tinha estado do lado da moça durante todo o ritual do velório e enterro de sua mãe. Sabia que agora ela devia se sentir desamparada e ele queria, com a sua presença, atenuar esse sentimento de solidão. Pelo menos um pouco.

Samara se deita no sofá, com a cabeça apoiada no braço do móvel. Ryan força um espaço no mesmo sofá, sentando-se.

- Precisa comer alguma coisa. – Ele sugere.

- Não sinto fome.

- Eu sei que não. Mas precisa se alimentar. Vou descer e comprar alguma coisa.

Samara não responde nada. Apenas fecha os olhos. Ryan suspira.

OS DIAS se seguiram sem novidades. Samara quase não se alimentava. Também não dormia direito. Todos os dias, Ryan ia a seu apartamento. E ela chorava até cansar. Mas, inacreditavelmente, não se lamentava pelo que estava passando, tampouco questionava o porquê de tudo aquilo. Só se entregava à melancolia e à dor dilacerantes. Absolutamente calada.

O barulho da campainha faz com que Samara acorde de seu torpor. Ela estava deitada na cama, em um estado entre o sono e a vigília.

Ainda meio sonolenta e um pouco confusa, ela se levanta, sai do quarto, atravessa a sala e abre a porta. Pisca algumas vezes, até que sua visão forma a imagem de Ryan, sorrindo-lhe de leve.

- Bom dia... te acordei? – O médico indaga.

- Que horas são?

- Meio dia.

Ela se espanta.

- Eu dormi tudo isso?

- Acho que alguns dias sem dormir direito fizeram seu corpo protestar.

Ela anui e dá um bocejo. Ryan lhe exibe uma sacola.

- Trouxe nosso almoço.

A moça abre mais a porta, permitindo que ele entre. Ryan vai até a cozinha, coloca o embrulho em cima do balcão e abre-o. Samara fecha a porta e arrasta-se até o sofá.

- Eu trouxe um pouco de peixe e de carne. Qual você prefere?

Ela não responde. Ryan percebe que ela estava aérea, com os olhos perdidos. Ele larga a sacola, indo sentar-se do seu lado no sofá.

- Quer dormir mais um pouco?

Ela balança a cabeça negativamente. Volta-se para encará-lo.

- Ryan... eu... obrigada.

- Você me agradece depois que comer um pouquinho, ok?

- Não... Eu não tô falando do almoço... Eu tô falando de você estar aqui.

Ele a escuta, atento. Samara prossegue:

- Você não precisaria estar... A gente mal se conhece... O que eu quero dizer é que... você não tem porquê perder seu tempo comigo. Eu não quero ser ingrata. Pelo contrário, eu agradeço demais o que fez até agora. Mas, eu não quero ser um estorvo pra ninguém.